Mulher agredida por sargento da PM teve bolsa furtada durante a briga; veja detalhes do caso

Karla Christinna Pereira foi agredida pelo sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva em Taguatinga Sul. Durante a briga de trânsito, o carro da mulher ficou com a porta aberta e sua bolsa foi furtada. Sargento da Polícia Militar do DF agride mulher durante briga de trânsito.
Karla Christinna Pereira foi agredida pelo sargento da Polícia Militar Antônio Haroldo Camelo da Silva, em uma briga de trânsito. O caso aconteceu no dia 20 de maio, em Taguatinga Sul, no Distrito Federal.
Segundo o boletim de ocorrência, o carro de Karla ficou com a porta aberta durante a briga e sua bolsa foi furtada.
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Ao g1, Karla Christinna Pereira disse que na bolsa estavam seus documentos e de seu filho, um aparelho de medir glicemia e outros objetos pessoais.
Karla registrou o furto no boletim de ocorrência em que denunciou a agressão.
A reportagem questionou a Polícia Civil se a há informações sobre a identidade do suspeito de furtar a bolsa, mas não obteve resposta.
Como foi furto da bolsa
Como mostram as imagens, Karla Christinna Pereira saiu de seu carro e foi até o sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva, momento em que a briga começou.
De acordo com o boletim de ocorrência, a porta do veículo dela ficou aberta.
A mulher foi agredida pelo sargento e depois socorrida por pessoas que estavam no local. Ao voltar para seu carro, percebeu que sua bolsa foi levada.
Como a briga de trânsito começou
Sargento da Polícia Militar do DF agride mulher durante briga de trânsito.
reprodução
Veja como a briga começou, segundo os depoimentos:
Karla Cristina Pereira contou que precisou parar o carro em uma rua para aguardar outros veículos passarem.
O sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva parou atrás dela e buzinou.
A vítima sinalizou com a mão para que o policial esperasse, mas ele teria saído do carro e iniciado xingamentos como “maluca”, “idiota”, “merda” e “vagabunda”.
Segundo Karla, o sargento ainda disse: “tinha que ser mulher ao volante”.
O que aconteceu depois dos xingamentos
Após os xingamentos feitos pelo sargento, Karla atravessou a rua e discutiu com o PM. Nas imagens, ela aparece se afastando, mas volta e acerta o vidro traseiro do carro do PM. Os dois começam a se empurrar.
A mulher, com o celular na mão, tenta registrar a placa do carro. O sargento entra no veículo e, mesmo com Karla à frente, avança, arrastando-a para dentro da garagem.
Em seguida, a mulher volta a bater no vidro do carro e o sargento desce do veículo, iniciando as agressões com chutes, empurrões e tapas.
A mulher cai no chão após uma rasteira. Moradores e funcionários do prédio aparecem nas imagens e ajudam a conter a situação.
A Polícia Civil investiga as agressões, enquanto a Corregedoria da PM apura a conduta do militar, que foi afastado das ruas e continua no serviço administrativo.
O que diz a Polícia Militar e Polícia Civil do DF
Nesta sexta-feira (4), a Polícia Militar (PMDF) disse ao g1 que não há prazo definido para conclusão da investigação pela Corregedoria.
"Todas as etapas, incluindo coleta de provas e oitivas, serão conduzidas com o devido rigor, garantindo ampla análise dos fatos", disse a corporação.
O afastamento do sargento do serviço operacional será mantido enquanto durar a apuração administrativa.
Já a Polícia Civil (PCDF) afirmou que o caso é investigado pela 12ª Delegacia de Polícia, de Taguatinga Centro, e um Termo Circunstanciado foi lavrado.
"As diligências continuam para esclarecer as circunstâncias da ocorrência", falou a PCDF.
O que diz a vítima
Mulher agredida por sargento conta como briga começou.
Karla Cristina relatou que sofreu escoriações no cotovelo, lesões na cervical, na região mamária e manchas na coxa esquerda. Ela fez exame de corpo de delito e está afastada do trabalho desde o dia do caso.
“Não passo um dia sem chorar sobre o ocorrido. É uma pessoa que devia estar na rua pra defender a gente. Embora eu tenha tido o rompante de dar um soco no carro, foi injusto. [...] Se não fossem os moradores [do prédio], eu teria apanhado muito mais”, disse Karla em entrevista.
A psicopedagoga também contou que, enquanto era empurrada para dentro da garagem, tentou ligar para a polícia.
O que diz o sargento
Antonio Haroldo Camelo da Silva, sargento da Polícia Militar que agrediu mulher em Taguatinga
Reprodução/Redes Sociais
Antônio Haroldo tem 56 anos e é conhecido como Sargento Camelo dentro da corporação. Em depoimento, ele afirmou que estava nervoso e não lembra da agressão. Ele disse que Karla iniciou a confusão ao quebrar o vidro do carro dele e que agiu “agiu dentro de sua razão e que não considera ter agido com excesso”.
Antônio Haroldo afirmou que a psicopedagoga estava “transtornada” e que, após ele buzinar para entrar na garagem, ela começou a gritar, xingá-lo e danificar o carro dele.
Sargento diz como foi briga de trânsito.
Em áudio enviado à TV Globo, o sargento afirmou que "apenas se defendeu" (veja o vídeo acima).
“Ela me acusa de ter agredido? De forma alguma agredi ela pra fazer tanto assim. Apenas me defendi porque ela estava com uma arma na mão dela, pensei que ela ia jogar em mim. Até então eu não sabia se era um pedaço de pedra, um celular… eu não sabia. Depois que eu verifiquei que ela estava jogando o celular dela e percebi que era uma mulher”, disse.
O que diz nota da PMDF
"A Polícia Militar do Distrito Federal informa que o comando da corporação tomou conhecimento do vídeo na data de hoje. Esclarece que a Corregedoria da Corporação instaurou procedimento apuratório para elucidar todas as circunstâncias do caso, que será rigorosamente investigado.
As imagens do circuito de segurança, que mostram um ato covarde, já estão sob análise e integram os elementos considerados na apuração em andamento.
O militar foi imediatamente afastado do serviço operacional e teve o seu porte de arma suspenso.
A PMDF repudia todo tipo de violência, especialmente contra mulheres, considerando que o enfrentamento à violência de gênero é uma das prioridades da Corporação. Desde 2024, inclusive, todos os policiais militares do Distrito Federal estão passando por curso de capacitação sobre proteção integral e respeito às mulheres.
O caso está sendo tratado com a devida seriedade e será conduzido com absoluto respeito às garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa."
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Segundo o boletim de ocorrência, o carro de Karla ficou com a porta aberta durante a briga e sua bolsa foi furtada.
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Ao g1, Karla Christinna Pereira disse que na bolsa estavam seus documentos e de seu filho, um aparelho de medir glicemia e outros objetos pessoais.
Karla registrou o furto no boletim de ocorrência em que denunciou a agressão.
A reportagem questionou a Polícia Civil se a há informações sobre a identidade do suspeito de furtar a bolsa, mas não obteve resposta.
Como foi furto da bolsa
Como mostram as imagens, Karla Christinna Pereira saiu de seu carro e foi até o sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva, momento em que a briga começou.
De acordo com o boletim de ocorrência, a porta do veículo dela ficou aberta.
A mulher foi agredida pelo sargento e depois socorrida por pessoas que estavam no local. Ao voltar para seu carro, percebeu que sua bolsa foi levada.
Como a briga de trânsito começou
Sargento da Polícia Militar do DF agride mulher durante briga de trânsito.
reprodução
Veja como a briga começou, segundo os depoimentos:
Karla Cristina Pereira contou que precisou parar o carro em uma rua para aguardar outros veículos passarem.
O sargento Antônio Haroldo Camelo da Silva parou atrás dela e buzinou.
A vítima sinalizou com a mão para que o policial esperasse, mas ele teria saído do carro e iniciado xingamentos como “maluca”, “idiota”, “merda” e “vagabunda”.
Segundo Karla, o sargento ainda disse: “tinha que ser mulher ao volante”.
O que aconteceu depois dos xingamentos
Após os xingamentos feitos pelo sargento, Karla atravessou a rua e discutiu com o PM. Nas imagens, ela aparece se afastando, mas volta e acerta o vidro traseiro do carro do PM. Os dois começam a se empurrar.
A mulher, com o celular na mão, tenta registrar a placa do carro. O sargento entra no veículo e, mesmo com Karla à frente, avança, arrastando-a para dentro da garagem.
Em seguida, a mulher volta a bater no vidro do carro e o sargento desce do veículo, iniciando as agressões com chutes, empurrões e tapas.
A mulher cai no chão após uma rasteira. Moradores e funcionários do prédio aparecem nas imagens e ajudam a conter a situação.
A Polícia Civil investiga as agressões, enquanto a Corregedoria da PM apura a conduta do militar, que foi afastado das ruas e continua no serviço administrativo.
O que diz a Polícia Militar e Polícia Civil do DF
Nesta sexta-feira (4), a Polícia Militar (PMDF) disse ao g1 que não há prazo definido para conclusão da investigação pela Corregedoria.
"Todas as etapas, incluindo coleta de provas e oitivas, serão conduzidas com o devido rigor, garantindo ampla análise dos fatos", disse a corporação.
O afastamento do sargento do serviço operacional será mantido enquanto durar a apuração administrativa.
Já a Polícia Civil (PCDF) afirmou que o caso é investigado pela 12ª Delegacia de Polícia, de Taguatinga Centro, e um Termo Circunstanciado foi lavrado.
"As diligências continuam para esclarecer as circunstâncias da ocorrência", falou a PCDF.
O que diz a vítima
Mulher agredida por sargento conta como briga começou.
Karla Cristina relatou que sofreu escoriações no cotovelo, lesões na cervical, na região mamária e manchas na coxa esquerda. Ela fez exame de corpo de delito e está afastada do trabalho desde o dia do caso.
“Não passo um dia sem chorar sobre o ocorrido. É uma pessoa que devia estar na rua pra defender a gente. Embora eu tenha tido o rompante de dar um soco no carro, foi injusto. [...] Se não fossem os moradores [do prédio], eu teria apanhado muito mais”, disse Karla em entrevista.
A psicopedagoga também contou que, enquanto era empurrada para dentro da garagem, tentou ligar para a polícia.
O que diz o sargento
Antonio Haroldo Camelo da Silva, sargento da Polícia Militar que agrediu mulher em Taguatinga
Reprodução/Redes Sociais
Antônio Haroldo tem 56 anos e é conhecido como Sargento Camelo dentro da corporação. Em depoimento, ele afirmou que estava nervoso e não lembra da agressão. Ele disse que Karla iniciou a confusão ao quebrar o vidro do carro dele e que agiu “agiu dentro de sua razão e que não considera ter agido com excesso”.
Antônio Haroldo afirmou que a psicopedagoga estava “transtornada” e que, após ele buzinar para entrar na garagem, ela começou a gritar, xingá-lo e danificar o carro dele.
Sargento diz como foi briga de trânsito.
Em áudio enviado à TV Globo, o sargento afirmou que "apenas se defendeu" (veja o vídeo acima).
“Ela me acusa de ter agredido? De forma alguma agredi ela pra fazer tanto assim. Apenas me defendi porque ela estava com uma arma na mão dela, pensei que ela ia jogar em mim. Até então eu não sabia se era um pedaço de pedra, um celular… eu não sabia. Depois que eu verifiquei que ela estava jogando o celular dela e percebi que era uma mulher”, disse.
O que diz nota da PMDF
"A Polícia Militar do Distrito Federal informa que o comando da corporação tomou conhecimento do vídeo na data de hoje. Esclarece que a Corregedoria da Corporação instaurou procedimento apuratório para elucidar todas as circunstâncias do caso, que será rigorosamente investigado.
As imagens do circuito de segurança, que mostram um ato covarde, já estão sob análise e integram os elementos considerados na apuração em andamento.
O militar foi imediatamente afastado do serviço operacional e teve o seu porte de arma suspenso.
A PMDF repudia todo tipo de violência, especialmente contra mulheres, considerando que o enfrentamento à violência de gênero é uma das prioridades da Corporação. Desde 2024, inclusive, todos os policiais militares do Distrito Federal estão passando por curso de capacitação sobre proteção integral e respeito às mulheres.
O caso está sendo tratado com a devida seriedade e será conduzido com absoluto respeito às garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa."
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