Placas decorativas vendidas por R$ 20 na internet são usadas em motos para burlar regras de trânsito em SP

Placas decorativas encontradas a R$ 20 na internet são usadas em motos para burlar regras
Motos com placas adulteradas que circulam pela capital paulista estão sendo registradas pelo programa Smart Sampa. Em uma busca rápida na internet, é possível encontrar placas decorativas por menos de R$ 20.
Nos anúncios, os vendedores descrevem que o item é somente para decoração. Em alguns casos, há a descrição de que a placa é "idêntica ao padrão" e há algumas até com QR Code criado para evitar fraudes.
Apesar disso, o item vem sendo utilizado para burlar regras de trânsito e até no auxílio de crimes.
A placa falsificada de moto BRA 49CC é a que mais circula por ruas e avenidas da cidade de São Paulo. Segundo a prefeitura, são mais de 9 mil ocorrências da numeração entre junho e julho deste ano (leia mais abaixo).
'"Muitos utilizavam a placa para se esquivar da legislação de trânsito. Dessa forma, é comum ver motociclistas passando em farol vermelho e, muito provável, a moto está com placa adulterada. Ou seja, ele não vai receber a multa", afirmou Orlando Morando, secretário municipal de Segurança Urbana.
Segundo Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a preocupação com placas falsificadas vai além das leis de trânsito.
"Esse tipo de placa pode ser utilizado para roubar celular, invadir condomínios. É como se você fosse um fantasma andando pela cidade."
A Placa Mercosul, obrigatória para veículos em todo o país desde 2020, padronizou a identificação dos veículos no continente e deveria facilitar a fiscalização. Em tese, ela é mais segura do que o modelo anterior. O lacre físico, porém, deixou de existir. Ou seja, ficou mais fácil remover a placa.
Em junho, a Prefeitura de São Paulo enviou um ofício ao Ministério dos Transportes pedindo que o antigo lacre metálico volte a ser obrigatório. A ideia é dificultar a substituição das placas.
Em nota, o governo federal afirmou que o pedido está em análise pela área técnica. Paralelamente, no Congresso, a discussão é para que as informações sobre município e estado dos veículos voltem a aparecer nas placas.
A prefeitura afirmou que apreendeu 15 motos nos últimos dois meses e que o número de apreensões é baixo porque é "difícil localizar as motos em movimento".
Já o governo do estado disse que a polícia apura o comércio ilegal de placas na internet e vai abrir um inquérito.
Ocorrências
A Prefeitura de São Paulo registrou quase 11 mil ocorrências de placas adulteradas na cidade entre junho e julho deste ano por meio do programa Smart Sampa. Quase 85% delas estavam ligadas a uma mesma numeração: BRA 49CC. Em um dos casos, a placa foi detectada em dois pontos diferentes da capital, no mesmo dia e no mesmo horário.
Os dados foram divulgados na segunda (11), durante a apresentação de câmeras instaladas em motos da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar para identificar, em tempo real, veículos roubados ou adulterados. Cem motocicletas — 50 da GCM e 50 da PM — já circulam equipadas com a tecnologia.
Os equipamentos ficam presos ao farol das motos e leem placas de carros, caminhões e outras motos. As imagens são enviadas a uma central de monitoramento, que cruza os dados com um banco nacional e envia um alerta aos agentes quando há registro de furto, roubo ou adulteração. Em segundos, o policial ou guarda recebe a informação no celular acoplado ao guidão e pode fazer a abordagem.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o sistema móvel foi adotado para ampliar o alcance das câmeras já existentes na cidade. “A gente teria que fazer muitas blitzes numa cidade que tem 7 milhões de carros e 1,3 milhão de motos por dia. Não tem como colocar blitz em toda parte”, disse.
De acordo com o secretário Orlando Morando, o número de veículos irregulares pode ser ainda maior. “Esse levantamento é só de motocicletas, não inclui carros”, afirmou.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que pretende expandir o uso das câmeras para outras cidades do estado, mas não informou prazo para isso.
Motos da GCM de São Paulo que receberam novas câmeras de monitoramento.
Reprodução/TV Globo
Motos com placas adulteradas que circulam pela capital paulista estão sendo registradas pelo programa Smart Sampa. Em uma busca rápida na internet, é possível encontrar placas decorativas por menos de R$ 20.
Nos anúncios, os vendedores descrevem que o item é somente para decoração. Em alguns casos, há a descrição de que a placa é "idêntica ao padrão" e há algumas até com QR Code criado para evitar fraudes.
Apesar disso, o item vem sendo utilizado para burlar regras de trânsito e até no auxílio de crimes.
A placa falsificada de moto BRA 49CC é a que mais circula por ruas e avenidas da cidade de São Paulo. Segundo a prefeitura, são mais de 9 mil ocorrências da numeração entre junho e julho deste ano (leia mais abaixo).
'"Muitos utilizavam a placa para se esquivar da legislação de trânsito. Dessa forma, é comum ver motociclistas passando em farol vermelho e, muito provável, a moto está com placa adulterada. Ou seja, ele não vai receber a multa", afirmou Orlando Morando, secretário municipal de Segurança Urbana.
Segundo Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a preocupação com placas falsificadas vai além das leis de trânsito.
"Esse tipo de placa pode ser utilizado para roubar celular, invadir condomínios. É como se você fosse um fantasma andando pela cidade."
A Placa Mercosul, obrigatória para veículos em todo o país desde 2020, padronizou a identificação dos veículos no continente e deveria facilitar a fiscalização. Em tese, ela é mais segura do que o modelo anterior. O lacre físico, porém, deixou de existir. Ou seja, ficou mais fácil remover a placa.
Em junho, a Prefeitura de São Paulo enviou um ofício ao Ministério dos Transportes pedindo que o antigo lacre metálico volte a ser obrigatório. A ideia é dificultar a substituição das placas.
Em nota, o governo federal afirmou que o pedido está em análise pela área técnica. Paralelamente, no Congresso, a discussão é para que as informações sobre município e estado dos veículos voltem a aparecer nas placas.
A prefeitura afirmou que apreendeu 15 motos nos últimos dois meses e que o número de apreensões é baixo porque é "difícil localizar as motos em movimento".
Já o governo do estado disse que a polícia apura o comércio ilegal de placas na internet e vai abrir um inquérito.
Ocorrências
A Prefeitura de São Paulo registrou quase 11 mil ocorrências de placas adulteradas na cidade entre junho e julho deste ano por meio do programa Smart Sampa. Quase 85% delas estavam ligadas a uma mesma numeração: BRA 49CC. Em um dos casos, a placa foi detectada em dois pontos diferentes da capital, no mesmo dia e no mesmo horário.
Os dados foram divulgados na segunda (11), durante a apresentação de câmeras instaladas em motos da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar para identificar, em tempo real, veículos roubados ou adulterados. Cem motocicletas — 50 da GCM e 50 da PM — já circulam equipadas com a tecnologia.
Os equipamentos ficam presos ao farol das motos e leem placas de carros, caminhões e outras motos. As imagens são enviadas a uma central de monitoramento, que cruza os dados com um banco nacional e envia um alerta aos agentes quando há registro de furto, roubo ou adulteração. Em segundos, o policial ou guarda recebe a informação no celular acoplado ao guidão e pode fazer a abordagem.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o sistema móvel foi adotado para ampliar o alcance das câmeras já existentes na cidade. “A gente teria que fazer muitas blitzes numa cidade que tem 7 milhões de carros e 1,3 milhão de motos por dia. Não tem como colocar blitz em toda parte”, disse.
De acordo com o secretário Orlando Morando, o número de veículos irregulares pode ser ainda maior. “Esse levantamento é só de motocicletas, não inclui carros”, afirmou.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que pretende expandir o uso das câmeras para outras cidades do estado, mas não informou prazo para isso.
Motos da GCM de São Paulo que receberam novas câmeras de monitoramento.
Reprodução/TV Globo
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