Bebê morreu por causa de massagem cardíaca mal feita, diz polícia do ES; mãe e padrasto são soltos

Padrasto e mãe da criança, estavam presos desde o dia 11 de maio, autuados por homicídio qualificado com emprego de meio insidioso ou cruel contra menor de 14 anos. Médico pediatra e Corpo de Bombeiros orientam sobre socorros. Agatha Ester Santos Barbosa, de 1 ano e 6 meses, deu entrada sem vida na UPA de Riviera da Barra, em Vila Velha, no dia 10 de maio. Espírito Santo.
Reprodução
Após 17 dias, a mãe e o padrasto da bebê de 1 ano e 6 meses, Agatha Ester Santos Barbosa, que chegou morta ao Pronto Atendimento em Vila Velha, na Grande Vitória, foram soltos na tarde desta quarta-feira (28) por determinação da Justiça. Investigações apontarem que a criança morreu após uma massagem cardíaca mal feita.
José Wilson Guimarães Júnior, de 38 anos, e Paula Nazarett dos Santos Barbosa, 31, foram presos no dia 11 de maio por suspeita de homicídio.
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A Polícia Civil pediu a revogação da prisão do casal porque a investigação apontou que não havia comprovação de crime na morte da bebê.
“Há fortes indícios de que a lesão inicialmente constatada tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga”, informou em nota a Polícia Civil.
Desde então, José Wilson ficou no Centro de Detenção Provisória de Marataízes, no Sul do estado, e Paula, no Centro Prisional Feminino de Cariacica, na Grande Vitória. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), a mãe saiu da prisão por volta de 17h e o padrasto, às 18h50, desta quarta-feira.
Autuados por homicídio qualificado
No início do inquérito, a polícia divulgou que o casal havia sido autuado em flagrante por "homicídio qualificado com emprego de meio insidioso ou cruel contra menor de 14 anos", e teve a prisão preventiva decretada.
No entanto, em novo posicionamento sobre a morte da menina, a corporação afirmou que há indícios de que as lesões foram provocadas, na verdade, por manobras na tentativa de salvar a criança.
Polícia pede revogação da prisão da mãe e padrasto de bebê que chegou morta a hospital
Nota na íntegra:
"A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), informa que as investigações referentes ao caso ainda não foram concluídas, mas se encontram em vias de ser.
No curso das investigações, não foram identificados elementos que justificassem a manutenção da prisão preventiva. Por essa razão, a autoridade policial representou pela revogação da prisão.
Há fortes indícios de que a lesão inicialmente constatada tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga, sem formação técnica, no calor do desespero e realizada no corpo frágil de uma bebê. Portanto, não se configura crime.
Importante destacar que a criança apresentava um quadro clínico debilitado e estava sendo levada diariamente à UPA de Riviera da Barra para receber medicação venosa e ser avaliada.
Ressalta-se que durante as diligências realizadas não foram identificadas qualquer conduta que desabone a mãe da criança ou seu namorado, que estava responsável pela menor no momento dos fatos”.
A Polícia Civil foi procurada pelo g1 para esclarecer se o casal chegou a dizer quem teria feito a massagem cardíaca e se foi informado o motivo da bebê estar sendo levada à UPA diariamente, e respondeu que “as informações serão passadas em momento oportuno”.
Michel só voltou a respirar após quatro sessões de massagem cardíaca.
TV Globo/Reprodução
Massagem ‘extremamente mal feita’ pode ter risco, diz médico
O médico pediatra Vinícius Fagundes, explicou ao g1 que o Suporte Básico de Vida (Basci Life Support, em inglês - BLS) feito por alguém com conhecimento básico pode salvar vidas, sem lesões significativas e reforçou que cada faixa etária exige uma abordagem específica.
“Um adulto deve ser reanimado como adulto, com as duas mãos no tórax, e um bebê como bebê, sempre com o objetivo de comprimir o tórax até um terço da sua profundidade. Nesta idade até dois anos é preciso garantir que a compreensão tenha em torno de 4 a 5 cm. Se fazer a massagem com dois dedos não dá conta, posso usar apenas uma mão”, explicou.
Quando há apenas um socorrista, o protocolo recomendado é realizar 30 compressões para 2 ventilações, mantendo esse ciclo até a chegada do atendimento especializado.
Na avaliação de Fagundes, apenas uma massagem extremamente mal executada poderia causar sequelas, como fraturas, mas é algo muito raro, que o médico nunca presenciou em sua prática, é algo que ocorre com mais frequência em adultos.
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O pediatra lembrou que o primeiro passo, ao identificar uma situação de emergência, é acionar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo número 192. A equipe está preparada para orientar os procedimentos por telefone e ajudar a conduzir os primeiros minutos com mais segurança.
“O mais importante é tentar fazer algo, mas, tentar fazer com algum conhecimento básico ou segundo orientações. Essa atitude pode fazer toda a diferença. Sabemos que o momento de uma reanimação já é extremamente complexo mesmo em ambiente hospitalar, com profissionais treinados e recursos à disposição. Imagine, então, o quanto tudo é ainda mais difícil e angustiante no contexto familiar, com desespero, pressa e medo”, finalizou o médico.
Confira as orientações do Corpo de Bombeiros
Se você percebeu que uma vítima está inconsciente e ela não respira, deve acionar um socorro especializado imediatamente, podendo ser o Samu, pelo 192 ou Corpo de Bombeiros, pelo 193.
Enquanto aguarda a chegada do socorro, é imprescindível que alguém comece as compressões cardíacas, comumente chamadas massagens cardíacas, porque a chance de sobrevida da vítima vai caindo com o passar do tempo se as manobras não forem iniciadas imediatamente.
A compressão cardíaca deve ser forte e rápida, no centro do peito, e ser realizada sem parar, até a chegada do socorro especializado.
No adulto, essa compressão é feita com as duas mãos, em ritmo forte e rápido, ininterruptamente, até a chegada do socorro especializado. Em adultos, o tórax precisa afundar de 5 a 6 centímetros, para que a manobra seja eficaz.
Na criança, de preferência, a manobra deve ser feita com uma mão apenas, pois a força deve ser menor, já que a caixa torácica da criança é menor. Em crianças, o tórax precisa afundar cerca de 5 centímetros, para que a manobra seja eficaz.
Em bebês, a compressão deve ser feita com dois dedos, considerando o tamanho do corpo da vítima. Em bebês, o tórax precisa afundar cerca de 4 centímetros, para que a manobra seja eficaz.
Pessoas sem treinamento devem realizar apenas a manobra de compressão, não sendo recomendado fazer a ventilação, comumente chamada de respiração boca-a-boca.
O que diz o Ministério Público
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) disse por meio da 15ª Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha, que está acompanhando o caso e aguarda a conclusão do Inquérito Policial para a adoção das medidas cabíveis.
“A instituição reforça seu compromisso com a atuação firme e responsável na defesa da sociedade e na apuração de fatos que demandem providências legais", pronunciou o órgão.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, na Grande Vitória
Divulgação/PMVV
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Reprodução
Após 17 dias, a mãe e o padrasto da bebê de 1 ano e 6 meses, Agatha Ester Santos Barbosa, que chegou morta ao Pronto Atendimento em Vila Velha, na Grande Vitória, foram soltos na tarde desta quarta-feira (28) por determinação da Justiça. Investigações apontarem que a criança morreu após uma massagem cardíaca mal feita.
José Wilson Guimarães Júnior, de 38 anos, e Paula Nazarett dos Santos Barbosa, 31, foram presos no dia 11 de maio por suspeita de homicídio.
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A Polícia Civil pediu a revogação da prisão do casal porque a investigação apontou que não havia comprovação de crime na morte da bebê.
“Há fortes indícios de que a lesão inicialmente constatada tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga”, informou em nota a Polícia Civil.
Desde então, José Wilson ficou no Centro de Detenção Provisória de Marataízes, no Sul do estado, e Paula, no Centro Prisional Feminino de Cariacica, na Grande Vitória. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), a mãe saiu da prisão por volta de 17h e o padrasto, às 18h50, desta quarta-feira.
Autuados por homicídio qualificado
No início do inquérito, a polícia divulgou que o casal havia sido autuado em flagrante por "homicídio qualificado com emprego de meio insidioso ou cruel contra menor de 14 anos", e teve a prisão preventiva decretada.
No entanto, em novo posicionamento sobre a morte da menina, a corporação afirmou que há indícios de que as lesões foram provocadas, na verdade, por manobras na tentativa de salvar a criança.
Polícia pede revogação da prisão da mãe e padrasto de bebê que chegou morta a hospital
Nota na íntegra:
"A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), informa que as investigações referentes ao caso ainda não foram concluídas, mas se encontram em vias de ser.
No curso das investigações, não foram identificados elementos que justificassem a manutenção da prisão preventiva. Por essa razão, a autoridade policial representou pela revogação da prisão.
Há fortes indícios de que a lesão inicialmente constatada tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga, sem formação técnica, no calor do desespero e realizada no corpo frágil de uma bebê. Portanto, não se configura crime.
Importante destacar que a criança apresentava um quadro clínico debilitado e estava sendo levada diariamente à UPA de Riviera da Barra para receber medicação venosa e ser avaliada.
Ressalta-se que durante as diligências realizadas não foram identificadas qualquer conduta que desabone a mãe da criança ou seu namorado, que estava responsável pela menor no momento dos fatos”.
A Polícia Civil foi procurada pelo g1 para esclarecer se o casal chegou a dizer quem teria feito a massagem cardíaca e se foi informado o motivo da bebê estar sendo levada à UPA diariamente, e respondeu que “as informações serão passadas em momento oportuno”.
Michel só voltou a respirar após quatro sessões de massagem cardíaca.
TV Globo/Reprodução
Massagem ‘extremamente mal feita’ pode ter risco, diz médico
O médico pediatra Vinícius Fagundes, explicou ao g1 que o Suporte Básico de Vida (Basci Life Support, em inglês - BLS) feito por alguém com conhecimento básico pode salvar vidas, sem lesões significativas e reforçou que cada faixa etária exige uma abordagem específica.
“Um adulto deve ser reanimado como adulto, com as duas mãos no tórax, e um bebê como bebê, sempre com o objetivo de comprimir o tórax até um terço da sua profundidade. Nesta idade até dois anos é preciso garantir que a compreensão tenha em torno de 4 a 5 cm. Se fazer a massagem com dois dedos não dá conta, posso usar apenas uma mão”, explicou.
Quando há apenas um socorrista, o protocolo recomendado é realizar 30 compressões para 2 ventilações, mantendo esse ciclo até a chegada do atendimento especializado.
Na avaliação de Fagundes, apenas uma massagem extremamente mal executada poderia causar sequelas, como fraturas, mas é algo muito raro, que o médico nunca presenciou em sua prática, é algo que ocorre com mais frequência em adultos.
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O pediatra lembrou que o primeiro passo, ao identificar uma situação de emergência, é acionar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelo número 192. A equipe está preparada para orientar os procedimentos por telefone e ajudar a conduzir os primeiros minutos com mais segurança.
“O mais importante é tentar fazer algo, mas, tentar fazer com algum conhecimento básico ou segundo orientações. Essa atitude pode fazer toda a diferença. Sabemos que o momento de uma reanimação já é extremamente complexo mesmo em ambiente hospitalar, com profissionais treinados e recursos à disposição. Imagine, então, o quanto tudo é ainda mais difícil e angustiante no contexto familiar, com desespero, pressa e medo”, finalizou o médico.
Confira as orientações do Corpo de Bombeiros
Se você percebeu que uma vítima está inconsciente e ela não respira, deve acionar um socorro especializado imediatamente, podendo ser o Samu, pelo 192 ou Corpo de Bombeiros, pelo 193.
Enquanto aguarda a chegada do socorro, é imprescindível que alguém comece as compressões cardíacas, comumente chamadas massagens cardíacas, porque a chance de sobrevida da vítima vai caindo com o passar do tempo se as manobras não forem iniciadas imediatamente.
A compressão cardíaca deve ser forte e rápida, no centro do peito, e ser realizada sem parar, até a chegada do socorro especializado.
No adulto, essa compressão é feita com as duas mãos, em ritmo forte e rápido, ininterruptamente, até a chegada do socorro especializado. Em adultos, o tórax precisa afundar de 5 a 6 centímetros, para que a manobra seja eficaz.
Na criança, de preferência, a manobra deve ser feita com uma mão apenas, pois a força deve ser menor, já que a caixa torácica da criança é menor. Em crianças, o tórax precisa afundar cerca de 5 centímetros, para que a manobra seja eficaz.
Em bebês, a compressão deve ser feita com dois dedos, considerando o tamanho do corpo da vítima. Em bebês, o tórax precisa afundar cerca de 4 centímetros, para que a manobra seja eficaz.
Pessoas sem treinamento devem realizar apenas a manobra de compressão, não sendo recomendado fazer a ventilação, comumente chamada de respiração boca-a-boca.
O que diz o Ministério Público
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) disse por meio da 15ª Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha, que está acompanhando o caso e aguarda a conclusão do Inquérito Policial para a adoção das medidas cabíveis.
“A instituição reforça seu compromisso com a atuação firme e responsável na defesa da sociedade e na apuração de fatos que demandem providências legais", pronunciou o órgão.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, na Grande Vitória
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