O desafio de dosar razão e emoção nos negócios familiares

Rolê nas Gerais conta histórias de pais que empreendem com a ajuda dos filhos, na região metropolitana de Belo Horizonte
TV Globo
Separar a emoção da razão é a maior dificuldade para quem empreende em família. Isso é o que aponta a pesquisa "Negócios Familiares", realizada pelo Sebrae Minas. O assunto é tema do Rolê das Gerais, que vai ar neste sábado (9) às 15h15 na TV Globo em Minas Gerais.
Segundo o levantamento, 55% dos entrevistados relataram este como o maior desafio: desatrelar a relação profissional da relação familiar. Na sequência, está a dificuldade para distinguir as finanças do negócio das finanças da família, com 42%, e estabelecer regras e distribuir tarefas e responsabilidades (41%).
Outros desafios incluem a pressão emocional (28%), falta de critérios de recompensa (20%) e sucessão empresarial (17%).
Menos frequentes são os desafios de inovar sem mudar a tradição familiar (13%) e incluir e motivar colaboradores não familiares (13%). Apenas 6% dos entrevistados não veem desafios nos negócios entre parentes.
Dinâmica e especificidade de negócios
A pesquisa ouviu 982 empreendedores de Minas Gerais. Dentre estes, 392 possuem negócios em família.
Segundo o Sebrae Minas, o objetivo é oferecer um panorama abrangente sobre a dinâmica e as especificidades dos negócios familiares, contribuindo para um melhor entendimento e apoio a esses empreendedores no fortalecimento e crescimento de suas empresas.
"Quando os vínculos afetivos se misturam com as decisões de negócio, pode haver dificuldade em estabelecer limites, dar feedbacks, tomar decisões impopulares ou definir papéis com clareza", diz a analista de Negócios, Izabella Siqueira, da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae Minas.
"O que observamos é que muitos empreendedores sentem que, ao tentar preservar a harmonia familiar, acabam adiando conversas importantes ou evitando conflitos que são naturais em qualquer organização", afirma.
Clareza dos papéis pode ser chave do sucesso
Para ela, a "chave do sucesso" está na clareza dos papéis, na preparação das pessoas e na criação de um ambiente em que erros possam ser tratados com profissionalismo, mesmo entre familiares.
"O ideal é que a empresa tenha regras e estruturas que evitem que a relação pessoal interfira no julgamento das decisões, e vice-versa", completa.
A pesquisa revela também que o número de empreendimentos familiares tem caído ao longo dos anos.
Em 2022, quando foi realizada a primeira edição da Pesquisa Negócios Familiares, o percentual de micro e pequenas empresas familiares era de 51% do total. Em 2024, esse percentual caiu para 44%.
"Empreendimentos familiares já foram historicamente predominantes no universo de pequenos negócios, mas as pesquisas apontam para uma tendência de transformação, com estruturas cada vez mais diversificadas e menos centradas exclusivamente em vínculos familiares", disse a analista.
Rolê nas Gerais conta histórias de pais que empreendem com a ajuda dos filhos, na região metropolitana de Belo Horizonte
TV Globo
Outro ponto em destaque na amostragem é a quantidade de membros da família no negócio.
A maioria (56%) das empresas familiares têm o cônjuge ou companheiro(a) do proprietário envolvido no negócio, seguido pelos filhos com 34%
Segundo a pesquisa “Empreendedorismo e Parentalidade”, também realizada em 2024, os analistas identificaram que 77% dos empreendedores possuem filhos.
Além disso, 56% destes possuem filhos menores de idade, o que pode explicar essa menor presença de filhos nos negócios, já que ainda estão em formação. A pesquisa mostrou também que muitos empreendedores são pais relativamente jovens (62% tiveram seu primeiro filho antes dos 25 anos) e ainda estão no ciclo inicial de vida do negócio.
"Os números não sugerem necessariamente que os filhos estejam “deixando de seguir” os pais, mas sim que o processo de transição está se tornando mais complexo, prolongado e, em muitos casos, menos inevitável do que nas gerações anteriores" diz a analista do Sebrae.
"As novas gerações também têm um perfil mais independente, e muitas vezes priorizam autonomia e projetos pessoais em vez de assumir negócios já estabelecidos. Nesse contexto, a presença majoritária de cônjuges acaba sendo uma solução pragmática para essa fase inicial dos empreendimentos", conclui.
Pontos positivos de trabalhar com a família
Na outra ponta, destaca-se a satisfação de trabalhar próximo da família (55%) como um dos principais pontos positivos dos negócios familiares. Em seguida vem o maior comprometimento com o sucesso do negócio (54%) e a flexibilidade em horários e rotinas (53%).
Outros benefícios são a maior autonomia na definição de planos e estratégias (42%) e a transmissão de conhecimento entre gerações (38%). A segurança de "não ser demitido" é mencionada por 16% dos entrevistados, enquanto 2% não veem vantagens ou identificam outros pontos positivos.
Em resumo, a proximidade familiar, o comprometimento com o negócio e a flexibilidade são os principais benefícios percebidos entre os entrevistados.
Cinco dias para emprender em família
1 - ESTABELEÇA REGRAS CLARAS:
Formalizem horários, funções e processos do negócio. Ter um acordo escrito ajuda a evitar mal-entendidos e favorece o profissionalismo.
2 - VALORIZE O DIÁLOGO:
Conversar com clareza e empatia fortalece tanto o negócio quanto a relação familiar.
3 - SEPARE O QUE É DA EMPRESA E DA FAMÍLIA:
Misturar finanças, decisões e papéis pode gerar conflitos e desorganização. Tenham contas separadas, remuneração definida para todos e evitem “combinados informais”.
4 - FORTALEÇA A CULTURA E OS VALORES DA EMPRESA:
Comunique os valores familiares da cultura organizacional, mas adapte-os conforme necessário para alinhá-los às expectativas e tendências do mercado.
5 - PLANEJE A SUCESSÃO COM ANTECEDÊNCIA:
Comece cedo o planejamento sucessório, preparando sucessores com capacitações, desafios reais e desenvolvimento de liderança para uma transição eficaz.
Confira os vídeos mais vistos no g1 Minas:
TV Globo
Separar a emoção da razão é a maior dificuldade para quem empreende em família. Isso é o que aponta a pesquisa "Negócios Familiares", realizada pelo Sebrae Minas. O assunto é tema do Rolê das Gerais, que vai ar neste sábado (9) às 15h15 na TV Globo em Minas Gerais.
Segundo o levantamento, 55% dos entrevistados relataram este como o maior desafio: desatrelar a relação profissional da relação familiar. Na sequência, está a dificuldade para distinguir as finanças do negócio das finanças da família, com 42%, e estabelecer regras e distribuir tarefas e responsabilidades (41%).
Outros desafios incluem a pressão emocional (28%), falta de critérios de recompensa (20%) e sucessão empresarial (17%).
Menos frequentes são os desafios de inovar sem mudar a tradição familiar (13%) e incluir e motivar colaboradores não familiares (13%). Apenas 6% dos entrevistados não veem desafios nos negócios entre parentes.
Dinâmica e especificidade de negócios
A pesquisa ouviu 982 empreendedores de Minas Gerais. Dentre estes, 392 possuem negócios em família.
Segundo o Sebrae Minas, o objetivo é oferecer um panorama abrangente sobre a dinâmica e as especificidades dos negócios familiares, contribuindo para um melhor entendimento e apoio a esses empreendedores no fortalecimento e crescimento de suas empresas.
"Quando os vínculos afetivos se misturam com as decisões de negócio, pode haver dificuldade em estabelecer limites, dar feedbacks, tomar decisões impopulares ou definir papéis com clareza", diz a analista de Negócios, Izabella Siqueira, da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae Minas.
"O que observamos é que muitos empreendedores sentem que, ao tentar preservar a harmonia familiar, acabam adiando conversas importantes ou evitando conflitos que são naturais em qualquer organização", afirma.
Clareza dos papéis pode ser chave do sucesso
Para ela, a "chave do sucesso" está na clareza dos papéis, na preparação das pessoas e na criação de um ambiente em que erros possam ser tratados com profissionalismo, mesmo entre familiares.
"O ideal é que a empresa tenha regras e estruturas que evitem que a relação pessoal interfira no julgamento das decisões, e vice-versa", completa.
A pesquisa revela também que o número de empreendimentos familiares tem caído ao longo dos anos.
Em 2022, quando foi realizada a primeira edição da Pesquisa Negócios Familiares, o percentual de micro e pequenas empresas familiares era de 51% do total. Em 2024, esse percentual caiu para 44%.
"Empreendimentos familiares já foram historicamente predominantes no universo de pequenos negócios, mas as pesquisas apontam para uma tendência de transformação, com estruturas cada vez mais diversificadas e menos centradas exclusivamente em vínculos familiares", disse a analista.
Rolê nas Gerais conta histórias de pais que empreendem com a ajuda dos filhos, na região metropolitana de Belo Horizonte
TV Globo
Outro ponto em destaque na amostragem é a quantidade de membros da família no negócio.
A maioria (56%) das empresas familiares têm o cônjuge ou companheiro(a) do proprietário envolvido no negócio, seguido pelos filhos com 34%
Segundo a pesquisa “Empreendedorismo e Parentalidade”, também realizada em 2024, os analistas identificaram que 77% dos empreendedores possuem filhos.
Além disso, 56% destes possuem filhos menores de idade, o que pode explicar essa menor presença de filhos nos negócios, já que ainda estão em formação. A pesquisa mostrou também que muitos empreendedores são pais relativamente jovens (62% tiveram seu primeiro filho antes dos 25 anos) e ainda estão no ciclo inicial de vida do negócio.
"Os números não sugerem necessariamente que os filhos estejam “deixando de seguir” os pais, mas sim que o processo de transição está se tornando mais complexo, prolongado e, em muitos casos, menos inevitável do que nas gerações anteriores" diz a analista do Sebrae.
"As novas gerações também têm um perfil mais independente, e muitas vezes priorizam autonomia e projetos pessoais em vez de assumir negócios já estabelecidos. Nesse contexto, a presença majoritária de cônjuges acaba sendo uma solução pragmática para essa fase inicial dos empreendimentos", conclui.
Pontos positivos de trabalhar com a família
Na outra ponta, destaca-se a satisfação de trabalhar próximo da família (55%) como um dos principais pontos positivos dos negócios familiares. Em seguida vem o maior comprometimento com o sucesso do negócio (54%) e a flexibilidade em horários e rotinas (53%).
Outros benefícios são a maior autonomia na definição de planos e estratégias (42%) e a transmissão de conhecimento entre gerações (38%). A segurança de "não ser demitido" é mencionada por 16% dos entrevistados, enquanto 2% não veem vantagens ou identificam outros pontos positivos.
Em resumo, a proximidade familiar, o comprometimento com o negócio e a flexibilidade são os principais benefícios percebidos entre os entrevistados.
Cinco dias para emprender em família
1 - ESTABELEÇA REGRAS CLARAS:
Formalizem horários, funções e processos do negócio. Ter um acordo escrito ajuda a evitar mal-entendidos e favorece o profissionalismo.
2 - VALORIZE O DIÁLOGO:
Conversar com clareza e empatia fortalece tanto o negócio quanto a relação familiar.
3 - SEPARE O QUE É DA EMPRESA E DA FAMÍLIA:
Misturar finanças, decisões e papéis pode gerar conflitos e desorganização. Tenham contas separadas, remuneração definida para todos e evitem “combinados informais”.
4 - FORTALEÇA A CULTURA E OS VALORES DA EMPRESA:
Comunique os valores familiares da cultura organizacional, mas adapte-os conforme necessário para alinhá-los às expectativas e tendências do mercado.
5 - PLANEJE A SUCESSÃO COM ANTECEDÊNCIA:
Comece cedo o planejamento sucessório, preparando sucessores com capacitações, desafios reais e desenvolvimento de liderança para uma transição eficaz.
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