Dólar opera em queda, abaixo dos R$ 5,60 após conversa de Trump e Xi Jinping; Ibovespa sobe

Na quarta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,17%, cotada a R$ 5,6447. Já a bolsa encerrou em queda de 0,40%, aos 137.002 pontos. Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
O dólar opera em queda de 0,81% nesta quinta-feira (5), cotado a R$ 5,5987 às 10h52. Já o Ibovespa subia 0,32% no mesmo horário, aos 137.434 pontos.
▶️ Uma conversa por telefone entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, animou os mercados globais pela manhã. A tão aguardada ligação acontece em meio a acusações entre Washington e Pequim nas últimas semanas, em uma disputa que ameaça destruir uma trégua frágil na guerra comercial entre as duas potências. (leia mais abaixo)
▶️ No Brasil, no entanto, os investidores ainda seguem cautelosos diante das frustrações com a falta de ações concretas para equilibrar as contas públicas. O governo federal tem enfrentado forte pressão para derrubar o aumento do IOF e anunciar medidas que substituam a perda de arrecadação. Mas o pacote fiscal só deve ser apresentado ao público na próxima semana.
▶️ Além disso, o mercado repercute o corte de juros na zona do euro. O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa para 2% ao ano, diante da inflação controlada, mas manteve todas as opções sobre a mesa para suas próximas reuniões. (veja mais)
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
?Dólar
a
Acumulado da semana: -1,28%;
Acumulado do mês: -1,28%;
Acumulado do ano: -8,66%.
?Ibovespa
Acumulado da semana: -0,02%;
Acumulado do mês: -0,02%;
Acumulado do ano: +13,90%.
Trump x Xi Jinping
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, conversaram por telefone nesta quinta-feira (5), informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
As conversas telefônicas foram a pedido de Trump, disse a Xinhua, sem fornecer mais detalhes sobre a conversa dos líderes.
A tão aguardada ligação acontece em meio a acusações entre Washington e Pequim nas últimas semanas sobre minerais essenciais em uma disputa que ameaça destruir uma trégua frágil na guerra comercial entre as duas maiores economias.
Os países fecharam um acordo de 90 dias em 12 de maio para reverter algumas das tarifas de retaliação que haviam imposto um ao outro desde a posse de Trump em janeiro.
Embora as ações tenham se recuperado, o acordo temporário não abordou preocupações mais amplas que prejudicam o relacionamento bilateral, desde o comércio ilícito de fentanil até o status de Taiwan, governado democraticamente, e as reclamações dos EUA sobre o modelo econômico chinês dominado pelo Estado e voltado para a exportação.
As negociações estão sendo acompanhadas de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
? O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Além disso, no último capítulo da guerra de tarifas nesta semana, Trump assinou um decreto para dobrar as taxas sobre importações de aço, alumínio e derivados no país de 25% para 50%, o que afeta diretamente o Brasil.
A ação ocorre em um momento em que os EUA buscam negociações mais vantajosas com os países afetados pelo tarifaço imposto no início de abril.
Embora as taxas tenham sido parcialmente suspensas, elas serão retomadas integralmente em 8 de julho — e têm servido como ferramenta do presidente na tentativa de firmar acordos mais favoráveis com outras nações.
No começo desta semana, Trump indicou que vai pressionar os países para apresentarem propostas "melhores" nas negociações comerciais com os EUA.
Dados econômicos dos EUA
O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de seguro-desemprego na semana passada aumentou pela segunda semana consecutiva, indicando uma piora nas condições do mercado de trabalho em meio às tarifas.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estadual aumentaram em 8 mil para 247 mil (ajuste sazonal) na semana encerrada em 31 de maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta. Economistas consultados pela Reuters previam 235 mil pedidos para a última semana.
As empresas geralmente estão acumulando funcionários após terem dificuldades para encontrar mão de obra durante e após a pandemia da Covid-19, mas a crescente incerteza devido às tarifas está forçando algumas a demitir trabalhadores.
Na quarta-feira, o relatório ADP mostrou que o setor privado abriu 37 mil vagas de trabalho em maio nos EUA, bem abaixo da projeção de 110 mil postos.
? A preocupação dos investidores é que o atual cenário, somado a uma eventual alta da inflação e juros elevados, possa abalar a economia dos EUA.
Neste contexto, o presidente norte-americano voltou a dizer que o presidente do Fed, Jerome Powell, precisa reduzir as taxas de juros.
"Saiu o número da ADP. 'Tarde demais' Powell tem que agora baixar os juros. Ele é inacreditável. A Europa já baixou nove vezes", disse Trump em uma publicação no Truth Social.
A divulgação do Livro Bege, relatório descritivo sobre as condições da economia norte-americana, nesta quarta já indicou que todos os 12 distritos da instituição registraram um leve declínio da atividade e níveis elevados de incerteza econômica e política.
Impasse do IOF
No Brasil, a crise do governo após o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), há duas semanas, também continua a mexer com os mercados.
A elevação do IOF foi proposta há duas semanas, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo era o de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e negociou um prazo de dez dias para apresentar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a proposta foi apresentada nesta terça-feira (3), mas só será divulgada ao público na semana que vem. Até lá, a alta do IOF continua.
No início da semana, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou sua posição crítica em relação ao aumento do IOF.
“Sempre tive a visão de que a gente não deveria usar o IOF nem para questões arrecadatórias nem para apoiar política monetária. Acho que é um imposto regulatório, como está bem definido”, afirmou Galípolo, durante evento com analistas do mercado financeiro.
Corte de juros na Europa
O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros conforme o esperado nesta quinta-feira e manteve todas as opções sobre a mesa para suas próximas reuniões.
O BCE reduziu os custos de empréstimos oito vezes, ou 2 pontos percentuais, desde junho passado, buscando sustentar uma economia da zona do euro que já enfrentava dificuldades antes mesmo dos novos impactos das políticas comerciais dos EUA.
Com a inflação agora seguramente alinhada com sua meta de 2% e o corte bem sinalizado, o foco do BCE mudou, especialmente porque, em 2%, as taxas estão agora na faixa "neutra", onde não estimulam nem desaceleram o crescimento.
"O Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória específica para as taxas de juros", afirmou o BCE. "As decisões sobre as taxas de juros serão baseadas em sua avaliação das perspectivas de inflação, considerando os dados econômicos e financeiros, a dinâmica da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária."
Os investidores já estão precificando uma pausa nos cortes em julho, e alguns formuladores de políticas conservadoras defenderam uma pausa para dar ao BCE a chance de reavaliar como a incerteza excepcional e a turbulência política, tanto no país quanto no exterior, mudarão a perspectiva.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
bearfotos/Freepik
O dólar opera em queda de 0,81% nesta quinta-feira (5), cotado a R$ 5,5987 às 10h52. Já o Ibovespa subia 0,32% no mesmo horário, aos 137.434 pontos.
▶️ Uma conversa por telefone entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, animou os mercados globais pela manhã. A tão aguardada ligação acontece em meio a acusações entre Washington e Pequim nas últimas semanas, em uma disputa que ameaça destruir uma trégua frágil na guerra comercial entre as duas potências. (leia mais abaixo)
▶️ No Brasil, no entanto, os investidores ainda seguem cautelosos diante das frustrações com a falta de ações concretas para equilibrar as contas públicas. O governo federal tem enfrentado forte pressão para derrubar o aumento do IOF e anunciar medidas que substituam a perda de arrecadação. Mas o pacote fiscal só deve ser apresentado ao público na próxima semana.
▶️ Além disso, o mercado repercute o corte de juros na zona do euro. O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa para 2% ao ano, diante da inflação controlada, mas manteve todas as opções sobre a mesa para suas próximas reuniões. (veja mais)
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
?Dólar
a
Acumulado da semana: -1,28%;
Acumulado do mês: -1,28%;
Acumulado do ano: -8,66%.
?Ibovespa
Acumulado da semana: -0,02%;
Acumulado do mês: -0,02%;
Acumulado do ano: +13,90%.
Trump x Xi Jinping
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, conversaram por telefone nesta quinta-feira (5), informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
As conversas telefônicas foram a pedido de Trump, disse a Xinhua, sem fornecer mais detalhes sobre a conversa dos líderes.
A tão aguardada ligação acontece em meio a acusações entre Washington e Pequim nas últimas semanas sobre minerais essenciais em uma disputa que ameaça destruir uma trégua frágil na guerra comercial entre as duas maiores economias.
Os países fecharam um acordo de 90 dias em 12 de maio para reverter algumas das tarifas de retaliação que haviam imposto um ao outro desde a posse de Trump em janeiro.
Embora as ações tenham se recuperado, o acordo temporário não abordou preocupações mais amplas que prejudicam o relacionamento bilateral, desde o comércio ilícito de fentanil até o status de Taiwan, governado democraticamente, e as reclamações dos EUA sobre o modelo econômico chinês dominado pelo Estado e voltado para a exportação.
As negociações estão sendo acompanhadas de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
? O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Além disso, no último capítulo da guerra de tarifas nesta semana, Trump assinou um decreto para dobrar as taxas sobre importações de aço, alumínio e derivados no país de 25% para 50%, o que afeta diretamente o Brasil.
A ação ocorre em um momento em que os EUA buscam negociações mais vantajosas com os países afetados pelo tarifaço imposto no início de abril.
Embora as taxas tenham sido parcialmente suspensas, elas serão retomadas integralmente em 8 de julho — e têm servido como ferramenta do presidente na tentativa de firmar acordos mais favoráveis com outras nações.
No começo desta semana, Trump indicou que vai pressionar os países para apresentarem propostas "melhores" nas negociações comerciais com os EUA.
Dados econômicos dos EUA
O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de seguro-desemprego na semana passada aumentou pela segunda semana consecutiva, indicando uma piora nas condições do mercado de trabalho em meio às tarifas.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estadual aumentaram em 8 mil para 247 mil (ajuste sazonal) na semana encerrada em 31 de maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta. Economistas consultados pela Reuters previam 235 mil pedidos para a última semana.
As empresas geralmente estão acumulando funcionários após terem dificuldades para encontrar mão de obra durante e após a pandemia da Covid-19, mas a crescente incerteza devido às tarifas está forçando algumas a demitir trabalhadores.
Na quarta-feira, o relatório ADP mostrou que o setor privado abriu 37 mil vagas de trabalho em maio nos EUA, bem abaixo da projeção de 110 mil postos.
? A preocupação dos investidores é que o atual cenário, somado a uma eventual alta da inflação e juros elevados, possa abalar a economia dos EUA.
Neste contexto, o presidente norte-americano voltou a dizer que o presidente do Fed, Jerome Powell, precisa reduzir as taxas de juros.
"Saiu o número da ADP. 'Tarde demais' Powell tem que agora baixar os juros. Ele é inacreditável. A Europa já baixou nove vezes", disse Trump em uma publicação no Truth Social.
A divulgação do Livro Bege, relatório descritivo sobre as condições da economia norte-americana, nesta quarta já indicou que todos os 12 distritos da instituição registraram um leve declínio da atividade e níveis elevados de incerteza econômica e política.
Impasse do IOF
No Brasil, a crise do governo após o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), há duas semanas, também continua a mexer com os mercados.
A elevação do IOF foi proposta há duas semanas, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo era o de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e negociou um prazo de dez dias para apresentar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a proposta foi apresentada nesta terça-feira (3), mas só será divulgada ao público na semana que vem. Até lá, a alta do IOF continua.
No início da semana, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou sua posição crítica em relação ao aumento do IOF.
“Sempre tive a visão de que a gente não deveria usar o IOF nem para questões arrecadatórias nem para apoiar política monetária. Acho que é um imposto regulatório, como está bem definido”, afirmou Galípolo, durante evento com analistas do mercado financeiro.
Corte de juros na Europa
O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros conforme o esperado nesta quinta-feira e manteve todas as opções sobre a mesa para suas próximas reuniões.
O BCE reduziu os custos de empréstimos oito vezes, ou 2 pontos percentuais, desde junho passado, buscando sustentar uma economia da zona do euro que já enfrentava dificuldades antes mesmo dos novos impactos das políticas comerciais dos EUA.
Com a inflação agora seguramente alinhada com sua meta de 2% e o corte bem sinalizado, o foco do BCE mudou, especialmente porque, em 2%, as taxas estão agora na faixa "neutra", onde não estimulam nem desaceleram o crescimento.
"O Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória específica para as taxas de juros", afirmou o BCE. "As decisões sobre as taxas de juros serão baseadas em sua avaliação das perspectivas de inflação, considerando os dados econômicos e financeiros, a dinâmica da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária."
Os investidores já estão precificando uma pausa nos cortes em julho, e alguns formuladores de políticas conservadoras defenderam uma pausa para dar ao BCE a chance de reavaliar como a incerteza excepcional e a turbulência política, tanto no país quanto no exterior, mudarão a perspectiva.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0