Linnpy

G
G1
4h

Ex-gestora de rede de farmácias orientada a não contratar obesos, tatuados e homossexuais deverá ser indenizada, decide TRT4

Precisa de dar um Up em suas redes sociais?
Precisa de dar um Up em suas redes sociais?
Chame no Whatsapp temos os melhores planos para cuidar de suas redes sociais
BID Midia Patrocinado
Ex-gestora de rede de farmácias orientada a não contratar obesos, tatuados e homossexuais deverá ser indenizada, decide TRT4
Caso aconteceu em 2021, quando áudio com orientações foi compartilhado em redes sociais. Decisão foi divulgada nesta semana pelo Tribunal. ÁUDIO: 'Feio e bonito é o mesmo preço', diz funcionária ao orientar contratações no RS
Uma ex-gestora da rede de farmácias São João que foi orientada pela então coordenadora a não contratar obesos, tatuados e homossexuais deverá ser indenizada por decisão do Tribunal do Trabalho da 4ª Região (TRT4).
A reparação por danos morais foi fixada em R$ 10 mil, a ser paga pela empresa. Não houve recurso da decisão, segundo o TRT4.
? Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
O caso aconteceu em 2021, quando um áudio atribuído à coordenadora foi compartilhado em redes sociais.
A 4ª Turma do TRT4 confirmou, por unanimidade, a sentença da juíza Marinês Denkievicz Tedesco Fraga, da Justiça do Trabalho de Tramandaí, no Litoral Norte do RS. A decisão foi proferida no dia 7 de abril e tornada pública na quarta-feira (14) pelo tribunal.
O g1 entrou em contato com a rede de farmácias São João, que afirmou que não vai se manifestar.
O caso aconteceu em 2021. Nas gravações, a coordenadora orientava os gestores a terem cuidado com a aparência e orientação sexual dos candidatos selecionados. Pessoas acima do peso, tatuadas, com piercings e homossexuais deveriam ser evitadas, e pessoas "bonitas" deveriam ser preferidas. (Ouça áudio acima)
Em juízo, a empresa afirmou que a orientação foi um caso isolado e que não representa os valores da instituição. A rede de farmácias alegou que após o fato foi instaurada uma sindicância que resultou no desligamento da coordenadora.
"É certo que as orientações repassadas ao grupo de gestores, do qual fazia parte a reclamante, configuram exigências discriminatórias, vedadas por lei", afirmou a magistrada Marinês, que julgou o caso em primeiro grau.
Igualdade e não discriminação, entendem desembargadores
Conforme o TRT4, no entendimento dos desembargadores Ana Luiza Heineck Kruse, João Paulo Lucena e André Reverbel Fernandes houve violação de direitos e a conduta infringiu princípios da igualdade e da não discriminação.
"Não se verifica, ainda, nenhuma resposta ou orientação específica para os gestores que foram destinatários e também vítimas da mensagem, porquanto o teor discriminatório atinge igualmente quaisquer dos gestores que tiverem identidade com os grupos discriminados pela coordenadora", pontuou a desembargadora.
Áudio foi enviado em grupos de Whatsapp por coordenadora de rede de farmácias no RS
Reprodução
Relembre o caso
No áudio, a mulher, que era coordenadora de rede no Litoral Norte, orienta as equipes quanto à contratação de trabalhadores para a rede. Ela pede que evitem "pessoas muito tatuadas" ou "muito gordas", além de pessoas de orientação sexual abertamente LGBTQIA+. Leia abaixo trechos do áudio.
A mulher havia sido admitida em 2008, e em 2020 foi promovida a coordenadora regional. Tinha sob sua supervisão lojas de oito municípios: Rolante, Santo Antônio da Patrulha, Osório, Imbé, Tramandaí, Cidreira, Balneário Pinhal e Palmares do Sul.
"Feio e bonito é o mesmo preço, né, gente. Então, vamos cuidar muito nas nossas contratações. Pessoas muito tatuadas, você sabem que a empresa não gosta. (...) Pessoas muito gordas, vocês sabem. Cuidem as aparências, cuidem as aparências".
"Se pegar alguém, com todo respeito, viado e tudo mais, tem que ser uma pessoa alinhada, que não vire a mão e desmunheque".
A mulher foi demitida da empresa. Em depoimento à polícia, ela alegou "arrependimento, sobrecarga de trabalho e problemas pessoais", e negou ter sido orientada pela empresa para discriminar candidato.
A ex-empregada também entregou o celular funcional, em que enviou a mensagem. Ela foi indiciada em 2022, e aceitou acordo de não persecução penal, mediante condições impostas pelo MP e homologadas pelo Poder Judiciário.
VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar