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O que a 'idade inflamatória' diz sobre nossa saúde

O que a 'idade inflamatória' diz sobre nossa saúde
Cientistas criaram um relógio biológico capaz de prever o declínio do organismo e sua propensão para desenvolver doenças crônicas. Na quinta-feira, escrevi uma coluna sobre o livro no qual o cardiologista Eric Topol tenta explicar o segredo da longevidade. Na obra, o autor diz que a diferença entre ser mais ou menos longevo está na resiliência do sistema imunológico. Quis voltar ao tema porque esse é exatamente o objeto de estudo dos cientistas da Stanford University e do Buck Institute. Para começar, os pesquisadores garantem: você é tão velho quando seu sistema imunológico – o que quer dizer que, no último aniversário, você pode ter soprado 60 velinhas, mas o estado do seu sistema imunológico é que vai determinar a idade do seu organismo.
À frente do trabalho, publicado este mês na revista Nature Aging, está o doutor David Furman, diretor do 1000 Immunomes Project, que enfatiza: a forma como cada um envelhece depende, em larga medida, do comportamento do sistema imunológico. Apesar de ser equipado para lidar com lesões e invasões de patógenos, ele vai perdendo eficiência, nos tornando mais suscetíveis a um estado de inflamação crônica que provoca danos nos órgãos e abre caminho para doenças neurodegenerativas, cardiovasculares e câncer.
David Furman: cientista à frente do estudo sobre o relógio do envelhecimento inflamatório
Divulgação Buck Institute
Até agora, não havia uma métrica confiável para estimar o quadro inflamatório de cada indivíduo, mas os cientistas criaram um “relógio do envelhecimento inflamatório”. E o que é isso? Trata-se de um modelo para medir a deterioração do organismo com base em seus níveis de inflamação. Na prática, a “idade inflamatória” mostra como anda a resistência do sistema imunológico e sua capacidade de nos proteger.
Entre 2009 e 2016, foram retiradas amostras de sangue de 1.001 indivíduos saudáveis com idades que variavam de 8 a 96 anos. O objetivo da testagem era determinar os níveis de proteínas chamadas citocinas, que atuam como mensageiras do sistema imunológico – para mobilizar todas as defesas num caso de infecção, por exemplo. Com o uso de inteligência artificial, foi criada uma pontuação (score) para medir a “idade inflamatória” da pessoa e suas chances de desenvolver uma série de doenças relacionadas ao envelhecimento.
Em 2017, os cientistas avaliaram 30 participantes acima dos 65 anos, que vinham sendo acompanhados desde 2010, e observaram que sua “idade inflamatória” era capaz de prever um estado de fragilidade que só se manifestaria sete anos depois. Na sequência, obtiveram amostras de 29 idosos longevos da cidade italiana de Bolonha e constataram – pasmem! – que alguns chegavam ter uma “idade inflamatória” 40 anos mais jovem do que a estampada na certidão de nascimento.
Os cientistas verificaram que os níveis da substância CXCL9 contribuíram mais do que qualquer outro elemento para o score inflamatório. Ela desempenha um papel importante no sistema imunológico, atraindo células T para locais de inflamação. Entretanto, seu nível tende a subir bruscamente depois dos 60 anos e está associado à doença cardiovascular. “Nosso relógio do envelhecimento inflamatório tem um enorme potencial, porque pode detectar estágios subclínicos de enfermidades, antes do surgimento de sintomas”, afirmou Furman.
De repente 100: qual o segredo da longevidade?

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