Fiscal de panfletagem de Piracicaba denuncia fake news à polícia: 'não consegui voltar a trabalhar'

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Canais de notícias publicaram suspeita de que a trabalhadora estava fotografando casas para planejar crimes. Profissional diz que sofreu prejuízos psicológicos e financeiros. Fiscal de panfletagem de Piracicaba foi alvo de fake news nas redes sociais
Uma fiscal de panfletagem de Piracicaba (SP) denunciou à Polícia Civil que foi vítima de fake news em canais de notícias em redes sociais. Postagens colocaram sob suspeita a atitude de Ana Cássia Carmo, que foi filmada fazendo fotos de panfletos que são distribuídos nas residências, uma atribuição de seu cargo.
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Na gravação de uma câmera de segurança, do dia 24 de fevereiro, é possível ver a mulher trabalhando, por volta das 18h54, no Jardim Brasília, em Piracicaba. Ela se aproxima das casas e nota-se o flash da foto tirada por Ana Cássia (assista no vídeo acima).
De acordo com ela, as fotos servem como registro da entrega do panfleto e são acompanhadas, inclusive, de local, horário e outras informações que atestam que o panfleto foi entregue.
Fiscal de panfletagem foi filmada por câmera de segurança e vítima de fake news
Reprodução
Abordagem pela Guarda
Depois de alguns dias sua equipe foi parada pela Guarda Civil Municipal e ela descobriu a acusação. "Eu entrei em choque, porque [pensei] o que aconteceu?", conta Ana Cássia.
Os guardas municipais contaram a ela que estava circulando na internet um vídeo em que a mulher tirava fotos das fechaduras para planejar uma invasão, assaltos ou golpes.
Nas postagens, usuários fizeram comentários afirmando que se tratava de crime e até pedindo a prisão dela, sem ao menos conhecer a versão de Ana Cássia.
'Fiquei sem sair, não consegui voltar a trabalhar'
A fiscal conta que as notícias falsas geraram uma série de reflexos em sua vida pessoa e profissional.
"Eu entrei em choque porque eu sou uma pessoa tímida, tenho autismo. Eu entrei em crise, na verdade. Eu fiquei sem sair, não consegui, até então, voltar a trabalhar. Sou mãe solo, eu tenho mais dois filhos autistas que dependem de mim. Esse dinheiro que eu faço bico é para poder custear a medicação, alimentação, as coisinhas deles", relata.
Captura de Tela dos comentários que acusavam Ana Cássia de planejar um crime.
Reprodução/EPTV
Ela conta que passou a temer ser abordada, também, por outras pessoas que viram as postagens.
"Nas mensagens e comentários, eles falam: 'passa aqui que vou encher sua boca de bala'. Coisas desses tipos, que são mensagens de ódio. Então, é muito complicado para gente que sai para trabalhar, é acusado de algo que você não fez. Foi o mundo desabando em cima de mim porque a gente está lutando pelo mínimo de dignidade, trabalhando, e estamos levando, até o dia de hoje, uma acusação que não existe", lamenta.
Advogado especialista em direito digital, Carlos Alberto Casanova Campos explica que quem publica boatos pode ser processado criminalmente e também na esfera civil. "A legislação é muito robusta para tratar destas questões, tanto no direito penal quanto no civil".
Caso registrado como calúnia
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como calúnia no 2º Distrito Policial da cidade. E que a vítima precisa comparecer à unidade para apresentar provas que possam auxiliar na continuidade das investigações.
O Portal Alerta Piracicaba, que foi uma das páginas a fazer publicação, disse que a imagem tem baixa qualidade, o que impossibilita qualquer identificação da pessoa filmada. E que apenas foram mencionados os nomes do bairro e da rua. Acrescentou que, diante dos desdobramentos do fato, retirou o vídeo do ar.
A EPTV, afiliada da TV Globo, também procurou os portais Piranot e SOS Piracicaba, que também veicularam o vídeo, mas eles não responderam até a última atualização desta reportagem.
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Uma fiscal de panfletagem de Piracicaba (SP) denunciou à Polícia Civil que foi vítima de fake news em canais de notícias em redes sociais. Postagens colocaram sob suspeita a atitude de Ana Cássia Carmo, que foi filmada fazendo fotos de panfletos que são distribuídos nas residências, uma atribuição de seu cargo.
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Na gravação de uma câmera de segurança, do dia 24 de fevereiro, é possível ver a mulher trabalhando, por volta das 18h54, no Jardim Brasília, em Piracicaba. Ela se aproxima das casas e nota-se o flash da foto tirada por Ana Cássia (assista no vídeo acima).
De acordo com ela, as fotos servem como registro da entrega do panfleto e são acompanhadas, inclusive, de local, horário e outras informações que atestam que o panfleto foi entregue.
Fiscal de panfletagem foi filmada por câmera de segurança e vítima de fake news
Reprodução
Abordagem pela Guarda
Depois de alguns dias sua equipe foi parada pela Guarda Civil Municipal e ela descobriu a acusação. "Eu entrei em choque, porque [pensei] o que aconteceu?", conta Ana Cássia.
Os guardas municipais contaram a ela que estava circulando na internet um vídeo em que a mulher tirava fotos das fechaduras para planejar uma invasão, assaltos ou golpes.
Nas postagens, usuários fizeram comentários afirmando que se tratava de crime e até pedindo a prisão dela, sem ao menos conhecer a versão de Ana Cássia.
'Fiquei sem sair, não consegui voltar a trabalhar'
A fiscal conta que as notícias falsas geraram uma série de reflexos em sua vida pessoa e profissional.
"Eu entrei em choque porque eu sou uma pessoa tímida, tenho autismo. Eu entrei em crise, na verdade. Eu fiquei sem sair, não consegui, até então, voltar a trabalhar. Sou mãe solo, eu tenho mais dois filhos autistas que dependem de mim. Esse dinheiro que eu faço bico é para poder custear a medicação, alimentação, as coisinhas deles", relata.
Captura de Tela dos comentários que acusavam Ana Cássia de planejar um crime.
Reprodução/EPTV
Ela conta que passou a temer ser abordada, também, por outras pessoas que viram as postagens.
"Nas mensagens e comentários, eles falam: 'passa aqui que vou encher sua boca de bala'. Coisas desses tipos, que são mensagens de ódio. Então, é muito complicado para gente que sai para trabalhar, é acusado de algo que você não fez. Foi o mundo desabando em cima de mim porque a gente está lutando pelo mínimo de dignidade, trabalhando, e estamos levando, até o dia de hoje, uma acusação que não existe", lamenta.
Advogado especialista em direito digital, Carlos Alberto Casanova Campos explica que quem publica boatos pode ser processado criminalmente e também na esfera civil. "A legislação é muito robusta para tratar destas questões, tanto no direito penal quanto no civil".
Caso registrado como calúnia
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como calúnia no 2º Distrito Policial da cidade. E que a vítima precisa comparecer à unidade para apresentar provas que possam auxiliar na continuidade das investigações.
O Portal Alerta Piracicaba, que foi uma das páginas a fazer publicação, disse que a imagem tem baixa qualidade, o que impossibilita qualquer identificação da pessoa filmada. E que apenas foram mencionados os nomes do bairro e da rua. Acrescentou que, diante dos desdobramentos do fato, retirou o vídeo do ar.
A EPTV, afiliada da TV Globo, também procurou os portais Piranot e SOS Piracicaba, que também veicularam o vídeo, mas eles não responderam até a última atualização desta reportagem.
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