Brincos e anéis com metais tóxicos são apreendidos em Vitória; entenda os riscos

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Concentração de uma das substâncias encontradas é 800 vezes maior do que o permitido pelo Inmetro. Operação aconteceu em lojas de Vitória e Vila Velha. Metais podem causar até câncer. Bijuterias passaram por fiscalização na Grande Vitória para identificar metais pesados
Divulgação/ IPEM-ES
Brincos e anéis com metais tóxicos, que podem até causar câncer, foram apreendidos durante uma operação realizada pelo Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES) na Grande Vitória.
Ao todo, 39 bijuterias passaram pela inspeção do órgão. Uma delas, inclusive, continha 8% de cádmio e outra 12% de chumbo. O valor de cádmio encontrado foi 800 vezes maior do que o permitido pelo Inmetro.
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Apesar de várias lojas da Capital e de Vila Velha terem sido alvos da operação, as joias contaminadas com metais pesados foram encontradas apenas em Vitória. Os testes foram feitos durante a ação dos agentes, nos próprios estabelecimentos.
Concentração de metal tóxico em bijuteria apreendida
Brincos e anéis com metais pesados são apreendidos na Grande Vitória
A portaria do Inmetro que regulamenta esse tipo de mercadoria define um limite de 0,01% de concentração de cádmio e 0,03% de chumbo. Acima desses percentuais, cádmio e chumbo em contato com a pele podem causar diversas reações, como explica a médica alergista e imunologista, Larissa Perim.
“Pode causar reações cutâneas apenas com o contato com a pele, como dermatite irritativa e de contato (alérgica). Além disso, é absorvido pelo organismo em pequenas quantidades, que com o passar do tempo, se acumula e causa danos. Pode ocorrer também ingestão acidental das peças, nas crianças, mas também a ingestão ocorre por alimentos contaminados pelas mãos que manipulam essas bijuterias”, explicou.
Larissa disse também que além de vermelhidão, coceira, descamação, bolhas e dor na pele, o uso desses metais podem causar outros sintomas.
"O chumbo pode causar fadiga, sintomas gastrointestinais, anemia e alterações neurológicas e o cádmio, sintomas gastrointestinais, problemas renais e osteoporose. Além disso, o cádmio é considerado cancerígeno para humanos", reforçou.
O alerta fica para o uso contínuo dessas bijuterias contaminadas. "O uso das bijuterias com níveis muito elevados desses metais, principalmente se houver absorção sistêmica, leva aos sintomas relatados de forma mais intensa e rápida", finalizou Larissa.
Bijuterias passaram por fiscalização na Grande Vitória para identificar metais pesados
Divulgação/ IPEM-ES
Operação de rotina
A operação aconteceu nas cidades de Vitória e Vila Velha e fez parte de uma ação nacional, que aconteceu em todos os estados do Brasil. O agente fiscal do Ipem, Luiz Langoni, que participou da ação, explicou que ela acontece todo ano desde 2018, quando a regulamentação começou a valer.
"Foi uma operação nacional do Inmetro, em todos os estados brasileiros. Porém, nos outros estados o produto foi coletado para ser ensaiado no laboratório. Já aqui no Espírito Santo, a gente fez o ensaio in loco, nas lojas mesmo", explicou. Por isso os resultados saíram mais rápido. Mas outros produtos também foram levados para serem analisadas em laboratório.
O objetivo era verificar a possível presença de materiais pesados prejudiciais à saúde nas peças vendidas. "Cádmio e chumbo são metais pesados e utilizados largamente na parte industrial. O chumbo é uma barreira de proteção para radiação, o cádmio é um metal mais quebradiço, mas é usado para dar corpo, liga a estruturas. Eles não podem ser utilizados em coisas que têm contato com o corpo humano", explicou Langoni.
Segundo ele, os produtos reprovados não tinham identificação de importador ou dado fiscal que fosse capaz de identificar o fabricante. Langoni alertou ainda que, apesar das bijuterias apreendidas terem um baixo custo, isso não é indicativo de que a peça possa conter metais pesados. Em operações de outros anos, por exemplo, até mesmo joias foram apreendidas com esses metais.
Não há, portanto, uma orientação sobre como identificar se o acessório tem esses metais, mas uma dica é nunca utilizar quando estiver descascado.
"A gente costuma dizer que se começou a descascar, não utilize mais, porque uma bijuteria descascada vai tirar o banho externo e vai ter ainda mais acesso a cádmio e chumbo, se tiver. Então, se descascou, faz o descarte, não continua utilizando não", frisou Langoni.
Dicas para evitar problemas com esse tipo de produto:
Checar se o produto tem procedência: identificação de importador ou dado fiscal que indique o fabricante.
Nunca utilizar o produto quando ele estiver descascado.
Não se deixar levar pelo preço; apesar das bijuterias apreendidas terem um baixo custo, não é o valor o indicativo de que a peça possa conter metais pesados.
Outras operações
O Inmetro, em conjunto com o Ipem, realiza essas operações regularmente. Langoni explicou que conseguiu ver uma melhora de um ano para outro.
"Nossa última operação antes dessa teve foco em cidades do interior do estado e o índice de reprovação foi de 80% das amostras. Percebemos uma melhora nos produtos este ano em todo o Brasil, mas não temos ainda os dados completos da operação porque alguns produtos ainda estão sendo analisados", finalizou.
Uma parceria também era realizada com o Porto de Vitória, local por onde esse tipo de mercadoria chegava ao Espírito Santo. As amostras que não tinham laudo de composição eram reprovadas e o produto impedido de entrar no Brasil. No entanto, as fiscalizações aconteceram até 2023, quando as cargas de bijuterias pararam de entrar pelo porto.
Após a apreensão, a mercadoria passa por um processo de destruição segura, para evitar riscos para a saúde.
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Divulgação/ IPEM-ES
Brincos e anéis com metais tóxicos, que podem até causar câncer, foram apreendidos durante uma operação realizada pelo Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES) na Grande Vitória.
Ao todo, 39 bijuterias passaram pela inspeção do órgão. Uma delas, inclusive, continha 8% de cádmio e outra 12% de chumbo. O valor de cádmio encontrado foi 800 vezes maior do que o permitido pelo Inmetro.
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Apesar de várias lojas da Capital e de Vila Velha terem sido alvos da operação, as joias contaminadas com metais pesados foram encontradas apenas em Vitória. Os testes foram feitos durante a ação dos agentes, nos próprios estabelecimentos.
Concentração de metal tóxico em bijuteria apreendida
Brincos e anéis com metais pesados são apreendidos na Grande Vitória
A portaria do Inmetro que regulamenta esse tipo de mercadoria define um limite de 0,01% de concentração de cádmio e 0,03% de chumbo. Acima desses percentuais, cádmio e chumbo em contato com a pele podem causar diversas reações, como explica a médica alergista e imunologista, Larissa Perim.
“Pode causar reações cutâneas apenas com o contato com a pele, como dermatite irritativa e de contato (alérgica). Além disso, é absorvido pelo organismo em pequenas quantidades, que com o passar do tempo, se acumula e causa danos. Pode ocorrer também ingestão acidental das peças, nas crianças, mas também a ingestão ocorre por alimentos contaminados pelas mãos que manipulam essas bijuterias”, explicou.
Larissa disse também que além de vermelhidão, coceira, descamação, bolhas e dor na pele, o uso desses metais podem causar outros sintomas.
"O chumbo pode causar fadiga, sintomas gastrointestinais, anemia e alterações neurológicas e o cádmio, sintomas gastrointestinais, problemas renais e osteoporose. Além disso, o cádmio é considerado cancerígeno para humanos", reforçou.
O alerta fica para o uso contínuo dessas bijuterias contaminadas. "O uso das bijuterias com níveis muito elevados desses metais, principalmente se houver absorção sistêmica, leva aos sintomas relatados de forma mais intensa e rápida", finalizou Larissa.
Bijuterias passaram por fiscalização na Grande Vitória para identificar metais pesados
Divulgação/ IPEM-ES
Operação de rotina
A operação aconteceu nas cidades de Vitória e Vila Velha e fez parte de uma ação nacional, que aconteceu em todos os estados do Brasil. O agente fiscal do Ipem, Luiz Langoni, que participou da ação, explicou que ela acontece todo ano desde 2018, quando a regulamentação começou a valer.
"Foi uma operação nacional do Inmetro, em todos os estados brasileiros. Porém, nos outros estados o produto foi coletado para ser ensaiado no laboratório. Já aqui no Espírito Santo, a gente fez o ensaio in loco, nas lojas mesmo", explicou. Por isso os resultados saíram mais rápido. Mas outros produtos também foram levados para serem analisadas em laboratório.
O objetivo era verificar a possível presença de materiais pesados prejudiciais à saúde nas peças vendidas. "Cádmio e chumbo são metais pesados e utilizados largamente na parte industrial. O chumbo é uma barreira de proteção para radiação, o cádmio é um metal mais quebradiço, mas é usado para dar corpo, liga a estruturas. Eles não podem ser utilizados em coisas que têm contato com o corpo humano", explicou Langoni.
Segundo ele, os produtos reprovados não tinham identificação de importador ou dado fiscal que fosse capaz de identificar o fabricante. Langoni alertou ainda que, apesar das bijuterias apreendidas terem um baixo custo, isso não é indicativo de que a peça possa conter metais pesados. Em operações de outros anos, por exemplo, até mesmo joias foram apreendidas com esses metais.
Não há, portanto, uma orientação sobre como identificar se o acessório tem esses metais, mas uma dica é nunca utilizar quando estiver descascado.
"A gente costuma dizer que se começou a descascar, não utilize mais, porque uma bijuteria descascada vai tirar o banho externo e vai ter ainda mais acesso a cádmio e chumbo, se tiver. Então, se descascou, faz o descarte, não continua utilizando não", frisou Langoni.
Dicas para evitar problemas com esse tipo de produto:
Checar se o produto tem procedência: identificação de importador ou dado fiscal que indique o fabricante.
Nunca utilizar o produto quando ele estiver descascado.
Não se deixar levar pelo preço; apesar das bijuterias apreendidas terem um baixo custo, não é o valor o indicativo de que a peça possa conter metais pesados.
Outras operações
O Inmetro, em conjunto com o Ipem, realiza essas operações regularmente. Langoni explicou que conseguiu ver uma melhora de um ano para outro.
"Nossa última operação antes dessa teve foco em cidades do interior do estado e o índice de reprovação foi de 80% das amostras. Percebemos uma melhora nos produtos este ano em todo o Brasil, mas não temos ainda os dados completos da operação porque alguns produtos ainda estão sendo analisados", finalizou.
Uma parceria também era realizada com o Porto de Vitória, local por onde esse tipo de mercadoria chegava ao Espírito Santo. As amostras que não tinham laudo de composição eram reprovadas e o produto impedido de entrar no Brasil. No entanto, as fiscalizações aconteceram até 2023, quando as cargas de bijuterias pararam de entrar pelo porto.
Após a apreensão, a mercadoria passa por um processo de destruição segura, para evitar riscos para a saúde.
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