Subprefeitura pede remoção de centros de acolhida de população de rua no Belém após reunião com associação de moradores

Subprefeito sugeriu que os centros de acolhida localizados no Belém, na Zona Leste, sejam transferidos para 'áreas mais adequadas, preferencialmente zonas não residenciais'. No documento, ele também cita tendas de altas/baixas temperaturas como um problema. Padre Júlio vê aporofobia (ódio aos pobres). Centro de acolhida São Leopoldo, na Zona Leste.
Reprodução/ Google
O subprefeito da Mooca, Marcus Vinicius Valério, pediu à Prefeitura de São Paulo a remoção de centros de acolhida à população de rua no bairro do Belém, na Zona Leste, após uma reunião com a associação de moradores da região.
A reunião foi realizada no início deste ano. Nela, moradores reclamaram do aumento da população de rua na área e relacionaram esse crescimento diretamente à presença dos centros de acolhida. Entre os pedidos:
A redução do número de centros de acolhida no bairro, com o remanejamento para outras regiões;
O reforço das ações da secretaria nas unidades existentes;
A adoção de medidas para garantir que os acolhidos permaneçam dentro dos centros, evitando sua permanência em calçadas e vias públicas.
Nos ofícios enviados em abril e maio, o subprefeito argumenta ainda que os equipamentos geram “aglomerações de usuários nos arredores, que, impossibilitados de acesso imediato, permanecem nas calçadas e vias públicas, inclusive no período noturno, comprometendo de modo significativo a mobilidade urbana, a limpeza e a segurança do entorno”.
Trecho do documento encaminhado.
Reprodução
Ele sugere que os centros de acolhida sejam transferidos para “áreas mais adequadas, preferencialmente zonas não residenciais, com estrutura adequada para abrigar todos os usuários, de modo a eliminar a dispersão de acolhidos nas vias públicas”.
Trecho do documento.
Reprodução
O subprefeito pede diretamente as remoções do Centro de Acolhida São Leopoldo e do Núcleo de São Martinho de Lima. E também cita a Paróquia São Miguel Arcanjo e o Centro Comunitário Santa Dulce dos Pobres, vinculado à paróquia e gerenciado pelo padre Júlio Lancellotti, além de tendas de altas/baixas temperaturas da prefeitura.
O primeiro foi encaminhado no dia 1º de abril e o segundo em 7 de maio.
As tendas são instaladas pela prefeitura para prestar apoio à população de rua em momentos de temperaturas extremas, como nesta semana, quando a previsão na capital deve chegar em chegar a 7°C, segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
"O Centro Comunitário Santa Dulce dos Pobres é da Arquidiocese de São Paulo, não tem convênio nenhum com a prefeitura e lá funcionam a biblioteca para a população em situação de rua, um centro de cinema e empregabilidade, além do café da manhã. O que está atrás disso é o mercado imobiliário, a gentrificação e a aporofobia [ódio aos pobres] dos moradores da região", afirmou o padre Júlio.
Em resposta ao primeiro ofício, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que há cerca de três anos vem buscando novos endereços adequados para a implantação dos serviços.
E que os próprios moradores do bairro contribuem com a estigmatização dos centros de acolhida já que afirmaram à subprefeitura que estão fazendo pressão para proprietários de imóveis não alugarem seus locais para a gestão municipal.
“Quando ficamos sabendo que algum proprietário está em vias de alugar o imóvel,... fazemos pressão para não alugar... porque não queremos mais centros de acolhidas na região”, informou a pasta no documento.
Resposta da SMADS.
Reprodução
O g1 procurou a Subprefeitura da Mooca e os centros de acolhida São Leopoldo e Núcleo de São Martinho de Lima, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A Prefeitura de São Paulo informou que "a atual gestão segue comprometida com as demandas da população em situação de vulnerabilidade e mantém um trabalho constante para otimizar o atendimento já disponibilizado na rede socioassistencial existente. O território da Subprefeitura Mooca possui um dos maiores serviços de acolhimentos da cidade e, portanto, está inserido em avaliações constantes da atual administração."
Vice-prefeito de SP discute com padre Júlio Lancellotti em praça do Belém
Reprodução/ Google
O subprefeito da Mooca, Marcus Vinicius Valério, pediu à Prefeitura de São Paulo a remoção de centros de acolhida à população de rua no bairro do Belém, na Zona Leste, após uma reunião com a associação de moradores da região.
A reunião foi realizada no início deste ano. Nela, moradores reclamaram do aumento da população de rua na área e relacionaram esse crescimento diretamente à presença dos centros de acolhida. Entre os pedidos:
A redução do número de centros de acolhida no bairro, com o remanejamento para outras regiões;
O reforço das ações da secretaria nas unidades existentes;
A adoção de medidas para garantir que os acolhidos permaneçam dentro dos centros, evitando sua permanência em calçadas e vias públicas.
Nos ofícios enviados em abril e maio, o subprefeito argumenta ainda que os equipamentos geram “aglomerações de usuários nos arredores, que, impossibilitados de acesso imediato, permanecem nas calçadas e vias públicas, inclusive no período noturno, comprometendo de modo significativo a mobilidade urbana, a limpeza e a segurança do entorno”.
Trecho do documento encaminhado.
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Ele sugere que os centros de acolhida sejam transferidos para “áreas mais adequadas, preferencialmente zonas não residenciais, com estrutura adequada para abrigar todos os usuários, de modo a eliminar a dispersão de acolhidos nas vias públicas”.
Trecho do documento.
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O subprefeito pede diretamente as remoções do Centro de Acolhida São Leopoldo e do Núcleo de São Martinho de Lima. E também cita a Paróquia São Miguel Arcanjo e o Centro Comunitário Santa Dulce dos Pobres, vinculado à paróquia e gerenciado pelo padre Júlio Lancellotti, além de tendas de altas/baixas temperaturas da prefeitura.
O primeiro foi encaminhado no dia 1º de abril e o segundo em 7 de maio.
As tendas são instaladas pela prefeitura para prestar apoio à população de rua em momentos de temperaturas extremas, como nesta semana, quando a previsão na capital deve chegar em chegar a 7°C, segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
"O Centro Comunitário Santa Dulce dos Pobres é da Arquidiocese de São Paulo, não tem convênio nenhum com a prefeitura e lá funcionam a biblioteca para a população em situação de rua, um centro de cinema e empregabilidade, além do café da manhã. O que está atrás disso é o mercado imobiliário, a gentrificação e a aporofobia [ódio aos pobres] dos moradores da região", afirmou o padre Júlio.
Em resposta ao primeiro ofício, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que há cerca de três anos vem buscando novos endereços adequados para a implantação dos serviços.
E que os próprios moradores do bairro contribuem com a estigmatização dos centros de acolhida já que afirmaram à subprefeitura que estão fazendo pressão para proprietários de imóveis não alugarem seus locais para a gestão municipal.
“Quando ficamos sabendo que algum proprietário está em vias de alugar o imóvel,... fazemos pressão para não alugar... porque não queremos mais centros de acolhidas na região”, informou a pasta no documento.
Resposta da SMADS.
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O g1 procurou a Subprefeitura da Mooca e os centros de acolhida São Leopoldo e Núcleo de São Martinho de Lima, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A Prefeitura de São Paulo informou que "a atual gestão segue comprometida com as demandas da população em situação de vulnerabilidade e mantém um trabalho constante para otimizar o atendimento já disponibilizado na rede socioassistencial existente. O território da Subprefeitura Mooca possui um dos maiores serviços de acolhimentos da cidade e, portanto, está inserido em avaliações constantes da atual administração."
Vice-prefeito de SP discute com padre Júlio Lancellotti em praça do Belém
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