Morte no Autódromo de Interlagos: polícia também trabalha com a hipótese de empresário ter sofrido mata-leão de segurança do evento

Outra linha de investigação suspeita de 'boa noite, Cinderela' aplicado dentro do carro da vítima. Mapeamento dos percursos do empresário no Autódromo de Interlagos.
Reprodução
A Polícia Civil de São Paulo trabalha agora com a hipótese de o empresário Adalberto Amarilio Junior ter sofrido um mata-leão durante confronto com algum segurança no evento de 30 de maio no Autódromo de Interlagos, Zona Sul da capital.
Adalberto desapareceu naquela noite depois de se despedir de um amigo que o acompanhava no evento, segundo depoimento dessa testemunha, e mandar uma mensagem para a mulher dizendo que iria jantar em casa.
O mistério do caso está no que teria acontecido depois que Adalberto saiu para ir até seu carro, que estava no estacionamento do Kartódromo de Interlagos.
Segundo a TV Globo apurou com os investigadores, é possível que o empresário tenha se desentendido com alguém durante esse trajeto. Essa pessoa poderia ser um dos cerca de cem seguranças que trabalharam no evento.
Alguns deles — pelo menos cinco — depuseram nesta terça-feira (10). Está previsto também para os próximos dias um novo depoimento de Rafael, o amigo de Adalberto que esteve com ele no dia de sua morte.
Outra linha de investigação cogita que o empresário tenha sofrido um golpe "boa noite, Cinderela" em seu carro. No sábado (7), a Polícia Civil de São Paulo encontrou marcas de sangue em pelo menos quatro pontos dentro do veículo.
A polícia também suspeita de que, se de fato o corpo do empresário foi colocado no buraco em que foi achado, quem o pôs ali conhecia bem o local.
No dia 3, o corpo de Adalberto foi encontrado em um buraco de três metros de profundidade, em uma obra no autódromo. Ele estava sem calça e sem tênis.
De acordo com apuração da TV Globo, a possibilidade de quem levou o corpo para o buraco da obra ter um bom conhecimento do espaço em questão se justifica por a área ter acesso restrito. O local está bloqueado para livre trânsito e cercado por tapumes.
Mapeamento do trajeto
Os investigadores estão elaborando um croqui em 3D, por meio da técnica conhecida como espelhamento, para reconstituir a possível trajetória do empresário entre o evento de motocicletas do qual participou, o local onde seu carro estava estacionado e o buraco de uma obra onde seu corpo foi encontrado.
O mapeamento foi realizado com a ajuda dos depoimentos de três organizadores do evento de motos em que o empresário esteve, no autódromo, no dia em que morreu. Ao conversarem com a polícia por mais de três horas nesta segunda-feira (9), eles contaram ter visto o carro de Adalberto estacionado no local em que o veículo foi achado.
Mais à esquerda do mapa, as linhas em azul escuro mostram por onde o empresário teria circulado dentro do evento. Os traços em azul mais claro indicam por onde ele teria passado no lado externo do evento.
A linha mais clara em vermelho sinaliza o possível trajeto que Adalberto teria feito para cortar caminho na hora de buscar seu carro.
No mapa abaixo, também produzido pela polícia e obtido pela TV Globo, estão assinalados pontos-chave para a elucidação do caso, entre eles o local em que estava estacionado o carro de Adalberto e onde o corpo foi encontrado.
Pontos-chave mapeados pela investigação da morte de empresário no autódromo.
Reprodução
Polícia encontra sangue no carro de empresário achado morto em Interlagos
Caso cercado de dúvidas
A morte do empresário permanece cercada de muitas dúvidas. A polícia trabalha com a hipótese de crime, mas ainda precisa encaixar uma série de peças para montar o quebra-cabeça do caso.
Câmeras do autódromo registraram o empresário chegando para o evento de motos, por volta de 12h30 do dia 30, usando boné, camiseta preta, calça jeans e tênis.
Mas não foram divulgados registros de quando ele foi ao estacionamento buscar o carro para ir embora, o que teria acontecido depois das 19h48 — horário da última mensagem de Adalberto para a esposa dele, que respondeu às 21h12. Esta mensagem não chegou a ser entregue, indicando que o celular dele já estava desligado.
Segundo depoimento à polícia de Rafael, amigo do empresário que esteve com ele no evento, Adalberto consumiu cerveja e maconha antes de se despedirem, o que o deixou “mais agitado que o normal”.
Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil de SP, afirmou que o mais provável é que o empresário tenha sido colocado no buraco desacordado — e ainda com vida.
Exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) não identificaram fraturas ou sinais de trauma no corpo. A causa da morte, segundo os legistas, foi compressão torácica — o empresário pode ter morrido por asfixia, por falta de espaço para respirar dentro do buraco, por exemplo.
No sábado (7), a Polícia Civil de São Paulo encontrou marcas de sangue no carro de Adalberto.
Confira a seguir as principais pontas soltas do caso:
De quem é o sangue no carro de Adalberto?
Onde estão as calças e os tênis que o empresário estava usando no evento?
Se Adalberto foi colocado ainda com vida no buraco em que foi encontrado, ele estava mesmo desacordado? Por quê?
Depois que Adalberto se despediu de Rafael, o que aconteceu?
Se foi de fato um crime, qual teria sido a motivação?
Empresário grava vídeo no Autódromo de Interlagos horas antes de desaparecer
De quem é o sangue no carro de Adalberto?
A perícia encontrou sangue em pelo menos quatro pontos do carro do empresário que estava estacionado no autódromo, mas seu corpo não apresentava fraturas ou sinais de trauma — apenas escoriações superficiais. A polícia solicitou um exame de confronto genético para saber se o material biológico é de Adalberto. Quanto às escoriações, teriam sido feitas antes ou depois da morte?
Onde estão as calças e os tênis que o empresário estava usando no evento?
Nos dias 4 e 5, duas calças foram encontradas em lixeiras próximas ao autódromo. Junto da primeira havia também um par de botas, mas nenhuma dessas peças foi reconhecida como sendo de Adalberto. A dúvida permanece: onde estão a calça e os tênis que o empresário estava usando? E por que o corpo foi encontrado sem elas?
Se Adalberto foi colocado ainda com vida no buraco em que foi encontrado, ele estava mesmo desacordado? Por quê?
O empresário teria sido dopado? Vítima de algum tipo de violência? São perguntas que os resultados dos exames toxicológico, anatomopatológico e subungueal — que analisa materiais encontrados sob as unhas, como detritos, pele e sangue, que podem indicar sinais de luta corporal — ajudarão a responder. Não há prazo para os laudos dos exames ficarem prontos.
Depois que Adalberto se despediu de Rafael, o que aconteceu?
Segundo o depoimento do amigo, o empresário disse que iria até seu carro. Ele teria chegado ao veículo? Foi atacado por alguém antes? Onde? E por quê?
Polícia colhe novos depoimentos sobre morte de empresário em Interlagos
Se foi de fato um crime, qual teria sido a motivação?
A mulher de Adalberto disse à polícia que ele não tinha inimigos. O amigo Rafael afirmou que não notou nada de estranho no dia do evento, referindo-se inclusive a qualquer briga ou desentendimento do empresário com alguém. O que também intriga os investigadores é que o corpo foi encontrado com a carteira, o celular, a chave do carro, a aliança e outros pertences, o que tende a descartar a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). No entanto, a câmera do capacete que Adalberto usava sumiu. Por quê? Ele teria filmado o eventual assassino?
Corpo de empresário foi encontrado em buraco no Autódromo de Interlagos.
Reprodução
Empresário Adalberto e a esposa Fernanda estavam casados há 8 anos.
Reprodução/Redes sociais
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A Polícia Civil de São Paulo trabalha agora com a hipótese de o empresário Adalberto Amarilio Junior ter sofrido um mata-leão durante confronto com algum segurança no evento de 30 de maio no Autódromo de Interlagos, Zona Sul da capital.
Adalberto desapareceu naquela noite depois de se despedir de um amigo que o acompanhava no evento, segundo depoimento dessa testemunha, e mandar uma mensagem para a mulher dizendo que iria jantar em casa.
O mistério do caso está no que teria acontecido depois que Adalberto saiu para ir até seu carro, que estava no estacionamento do Kartódromo de Interlagos.
Segundo a TV Globo apurou com os investigadores, é possível que o empresário tenha se desentendido com alguém durante esse trajeto. Essa pessoa poderia ser um dos cerca de cem seguranças que trabalharam no evento.
Alguns deles — pelo menos cinco — depuseram nesta terça-feira (10). Está previsto também para os próximos dias um novo depoimento de Rafael, o amigo de Adalberto que esteve com ele no dia de sua morte.
Outra linha de investigação cogita que o empresário tenha sofrido um golpe "boa noite, Cinderela" em seu carro. No sábado (7), a Polícia Civil de São Paulo encontrou marcas de sangue em pelo menos quatro pontos dentro do veículo.
A polícia também suspeita de que, se de fato o corpo do empresário foi colocado no buraco em que foi achado, quem o pôs ali conhecia bem o local.
No dia 3, o corpo de Adalberto foi encontrado em um buraco de três metros de profundidade, em uma obra no autódromo. Ele estava sem calça e sem tênis.
De acordo com apuração da TV Globo, a possibilidade de quem levou o corpo para o buraco da obra ter um bom conhecimento do espaço em questão se justifica por a área ter acesso restrito. O local está bloqueado para livre trânsito e cercado por tapumes.
Mapeamento do trajeto
Os investigadores estão elaborando um croqui em 3D, por meio da técnica conhecida como espelhamento, para reconstituir a possível trajetória do empresário entre o evento de motocicletas do qual participou, o local onde seu carro estava estacionado e o buraco de uma obra onde seu corpo foi encontrado.
O mapeamento foi realizado com a ajuda dos depoimentos de três organizadores do evento de motos em que o empresário esteve, no autódromo, no dia em que morreu. Ao conversarem com a polícia por mais de três horas nesta segunda-feira (9), eles contaram ter visto o carro de Adalberto estacionado no local em que o veículo foi achado.
Mais à esquerda do mapa, as linhas em azul escuro mostram por onde o empresário teria circulado dentro do evento. Os traços em azul mais claro indicam por onde ele teria passado no lado externo do evento.
A linha mais clara em vermelho sinaliza o possível trajeto que Adalberto teria feito para cortar caminho na hora de buscar seu carro.
No mapa abaixo, também produzido pela polícia e obtido pela TV Globo, estão assinalados pontos-chave para a elucidação do caso, entre eles o local em que estava estacionado o carro de Adalberto e onde o corpo foi encontrado.
Pontos-chave mapeados pela investigação da morte de empresário no autódromo.
Reprodução
Polícia encontra sangue no carro de empresário achado morto em Interlagos
Caso cercado de dúvidas
A morte do empresário permanece cercada de muitas dúvidas. A polícia trabalha com a hipótese de crime, mas ainda precisa encaixar uma série de peças para montar o quebra-cabeça do caso.
Câmeras do autódromo registraram o empresário chegando para o evento de motos, por volta de 12h30 do dia 30, usando boné, camiseta preta, calça jeans e tênis.
Mas não foram divulgados registros de quando ele foi ao estacionamento buscar o carro para ir embora, o que teria acontecido depois das 19h48 — horário da última mensagem de Adalberto para a esposa dele, que respondeu às 21h12. Esta mensagem não chegou a ser entregue, indicando que o celular dele já estava desligado.
Segundo depoimento à polícia de Rafael, amigo do empresário que esteve com ele no evento, Adalberto consumiu cerveja e maconha antes de se despedirem, o que o deixou “mais agitado que o normal”.
Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil de SP, afirmou que o mais provável é que o empresário tenha sido colocado no buraco desacordado — e ainda com vida.
Exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) não identificaram fraturas ou sinais de trauma no corpo. A causa da morte, segundo os legistas, foi compressão torácica — o empresário pode ter morrido por asfixia, por falta de espaço para respirar dentro do buraco, por exemplo.
No sábado (7), a Polícia Civil de São Paulo encontrou marcas de sangue no carro de Adalberto.
Confira a seguir as principais pontas soltas do caso:
De quem é o sangue no carro de Adalberto?
Onde estão as calças e os tênis que o empresário estava usando no evento?
Se Adalberto foi colocado ainda com vida no buraco em que foi encontrado, ele estava mesmo desacordado? Por quê?
Depois que Adalberto se despediu de Rafael, o que aconteceu?
Se foi de fato um crime, qual teria sido a motivação?
Empresário grava vídeo no Autódromo de Interlagos horas antes de desaparecer
De quem é o sangue no carro de Adalberto?
A perícia encontrou sangue em pelo menos quatro pontos do carro do empresário que estava estacionado no autódromo, mas seu corpo não apresentava fraturas ou sinais de trauma — apenas escoriações superficiais. A polícia solicitou um exame de confronto genético para saber se o material biológico é de Adalberto. Quanto às escoriações, teriam sido feitas antes ou depois da morte?
Onde estão as calças e os tênis que o empresário estava usando no evento?
Nos dias 4 e 5, duas calças foram encontradas em lixeiras próximas ao autódromo. Junto da primeira havia também um par de botas, mas nenhuma dessas peças foi reconhecida como sendo de Adalberto. A dúvida permanece: onde estão a calça e os tênis que o empresário estava usando? E por que o corpo foi encontrado sem elas?
Se Adalberto foi colocado ainda com vida no buraco em que foi encontrado, ele estava mesmo desacordado? Por quê?
O empresário teria sido dopado? Vítima de algum tipo de violência? São perguntas que os resultados dos exames toxicológico, anatomopatológico e subungueal — que analisa materiais encontrados sob as unhas, como detritos, pele e sangue, que podem indicar sinais de luta corporal — ajudarão a responder. Não há prazo para os laudos dos exames ficarem prontos.
Depois que Adalberto se despediu de Rafael, o que aconteceu?
Segundo o depoimento do amigo, o empresário disse que iria até seu carro. Ele teria chegado ao veículo? Foi atacado por alguém antes? Onde? E por quê?
Polícia colhe novos depoimentos sobre morte de empresário em Interlagos
Se foi de fato um crime, qual teria sido a motivação?
A mulher de Adalberto disse à polícia que ele não tinha inimigos. O amigo Rafael afirmou que não notou nada de estranho no dia do evento, referindo-se inclusive a qualquer briga ou desentendimento do empresário com alguém. O que também intriga os investigadores é que o corpo foi encontrado com a carteira, o celular, a chave do carro, a aliança e outros pertences, o que tende a descartar a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). No entanto, a câmera do capacete que Adalberto usava sumiu. Por quê? Ele teria filmado o eventual assassino?
Corpo de empresário foi encontrado em buraco no Autódromo de Interlagos.
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Empresário Adalberto e a esposa Fernanda estavam casados há 8 anos.
Reprodução/Redes sociais
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