Samu de Campinas tem média de 378 trotes por mês, e índice piora nas férias escolares

Em média, serviço recebe 13 trotes por dia na metrópole. Além de congestionar linhas e causar prejuízo financeiro, prática pode colocar vidas em risco, alerta coordenador. Ambulâncias do Samu em Campinas (SP)
Samu/Divulgação
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas (SP) registrou, em média, 378 trotes por mês entre maio de 2024 e de 2025. Nesse período foram 188.211 chamados, sendo que 4.917 ligações eram falsas.
Os dados, enviados a pedido do g1, apontam ainda que os trotes são mais frequentes nos meses de julho e dezembro, quando ocorrem as férias escolares. Segundo Renato Ferrari Letrinta, coordenador do serviço, isso ocorre porque a maior parcela desses chamados é feita por crianças.
? Siga o g1 Campinas no Instagram
No período analisado, os trotes eram 2,6% do total de ligações. Se considerado apenas o mês de julho, as ligações falsas representavam 3,5%. Já em dezembro o cenário piora e chega a 3,9%, conforme o levantamento.
Na evolução entre os meses, de maio para junho de 2024 os trotes caíram 5,6%. Com a chegada de julho, disparou e atingiu 51,2% de aumento. Já de novembro para dezembro a alta foi de 25,6% (veja o gráfico acima).
Trote não é brincadeira
De uma média de 515 ligações diárias ao Samu, 13 são trotes. Segundo Letrina, as crianças são as principais responsáveis e muitos casos são identificados pelo atendente logo no início do chamado. No entanto, há situações em que as equipes são mobilizadas e levadas às ruas sem necessidades.
"Hoje em dia as crianças têm acesso fácil ao celular, o que faz com que essa prática aumente. Os profissionais do Samu são treinados para identificar essas ligações. Em algumas os trotes são bem formulados, acabam passando desapercebidos, e isso só é identificado mesmo na hora que a viatura chega ao local da ocorrência", comenta.
Como consequência, o que pode parecer brincadeira pode acabar colocando vidas em risco, além de causar prejuízo financeiro para o serviço, que é público. As linhas telefônicas ficam sobrecarregadas, a viatura é usada indevidamente e a população fica desassistida.
"Aqui no Samu a gente funciona num regime de 24 horas por dia, sete dias por semana. A gente atende desde casos simples, até situações de extrema gravidade. Cada minuto faz a diferença aí na vida, no resgate e na recuperação de um paciente. Os trotes prejudicam bastante", completa.
Crianças também podem usar o Samu, mas com responsabilidade
O Samu, que funciona no telefone 192, é um serviço para todos. Por isso, o coordenador diz que ignorar as ligações feitas por crianças não é uma solução. A recomendação é para que os responsáveis orientem sobre o uso consciente e responsável.
"A gente tem sempre que priorizar a queixa de quem está do outro lado da linha, mesmo que seja uma criança. Muitas vezes, ela realmente está em uma situação de emergência, sozinha com algum amigo, com algum familiar, alguém que está precisando de socorro".
"Às vezes a criança fica sozinha com os avós, os pais saem para trabalhar. O avô, por exemplo, tem uma hipoglicemia, acaba desmaiando. A criança acaba solicitando ajuda".
Para isso, as escolas também têm um papel importante. O Samu conta com o Núcleo de Educação em Urgência, que faz a capacitação de profissionais de ensino com capacitações de primeiros socorros e os orienta sobre como educar crianças e adolescentes sobre o tema.
"Quando eles [profissionais das escolas] fazem essa capacitação, sempre é feita uma abordagem para que eles sejam os multiplicadores dos alunos, dos riscos que um trote pode causar na vida de uma pessoa que realmente está precisando do serviço".
Trote para o SAMU causa transtornos e pode colocar vidas em risco em Botucatu
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
Samu/Divulgação
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas (SP) registrou, em média, 378 trotes por mês entre maio de 2024 e de 2025. Nesse período foram 188.211 chamados, sendo que 4.917 ligações eram falsas.
Os dados, enviados a pedido do g1, apontam ainda que os trotes são mais frequentes nos meses de julho e dezembro, quando ocorrem as férias escolares. Segundo Renato Ferrari Letrinta, coordenador do serviço, isso ocorre porque a maior parcela desses chamados é feita por crianças.
? Siga o g1 Campinas no Instagram
No período analisado, os trotes eram 2,6% do total de ligações. Se considerado apenas o mês de julho, as ligações falsas representavam 3,5%. Já em dezembro o cenário piora e chega a 3,9%, conforme o levantamento.
Na evolução entre os meses, de maio para junho de 2024 os trotes caíram 5,6%. Com a chegada de julho, disparou e atingiu 51,2% de aumento. Já de novembro para dezembro a alta foi de 25,6% (veja o gráfico acima).
Trote não é brincadeira
De uma média de 515 ligações diárias ao Samu, 13 são trotes. Segundo Letrina, as crianças são as principais responsáveis e muitos casos são identificados pelo atendente logo no início do chamado. No entanto, há situações em que as equipes são mobilizadas e levadas às ruas sem necessidades.
"Hoje em dia as crianças têm acesso fácil ao celular, o que faz com que essa prática aumente. Os profissionais do Samu são treinados para identificar essas ligações. Em algumas os trotes são bem formulados, acabam passando desapercebidos, e isso só é identificado mesmo na hora que a viatura chega ao local da ocorrência", comenta.
Como consequência, o que pode parecer brincadeira pode acabar colocando vidas em risco, além de causar prejuízo financeiro para o serviço, que é público. As linhas telefônicas ficam sobrecarregadas, a viatura é usada indevidamente e a população fica desassistida.
"Aqui no Samu a gente funciona num regime de 24 horas por dia, sete dias por semana. A gente atende desde casos simples, até situações de extrema gravidade. Cada minuto faz a diferença aí na vida, no resgate e na recuperação de um paciente. Os trotes prejudicam bastante", completa.
Crianças também podem usar o Samu, mas com responsabilidade
O Samu, que funciona no telefone 192, é um serviço para todos. Por isso, o coordenador diz que ignorar as ligações feitas por crianças não é uma solução. A recomendação é para que os responsáveis orientem sobre o uso consciente e responsável.
"A gente tem sempre que priorizar a queixa de quem está do outro lado da linha, mesmo que seja uma criança. Muitas vezes, ela realmente está em uma situação de emergência, sozinha com algum amigo, com algum familiar, alguém que está precisando de socorro".
"Às vezes a criança fica sozinha com os avós, os pais saem para trabalhar. O avô, por exemplo, tem uma hipoglicemia, acaba desmaiando. A criança acaba solicitando ajuda".
Para isso, as escolas também têm um papel importante. O Samu conta com o Núcleo de Educação em Urgência, que faz a capacitação de profissionais de ensino com capacitações de primeiros socorros e os orienta sobre como educar crianças e adolescentes sobre o tema.
"Quando eles [profissionais das escolas] fazem essa capacitação, sempre é feita uma abordagem para que eles sejam os multiplicadores dos alunos, dos riscos que um trote pode causar na vida de uma pessoa que realmente está precisando do serviço".
Trote para o SAMU causa transtornos e pode colocar vidas em risco em Botucatu
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0