‘Se meu fusca falasse’: aposentado do AC mantém carro comprado há mais de 40 anos como memória da esposa

Paulo Maia Sobrinho perdeu a companheira em 2012, e, desde então, decidiu cuidar do carro sozinho como forma de se conectar com as lembranças da amada. No Dia dos Namorados, ele deixa uma lição aos casais mais jovens: procurem se entender, e não levantem a voz. À esquerda, Eliete e Paulo posam logo após a compra do fusca. À direita, Paulo, agora sozinho, com o mesmo carro, no ano de 2017.
Reprodução/Arquivo pessoal
O amor não é obrigado a se apegar às noções de tempo e espaço. E é por isso que, mesmo após 13 anos viúvo, o aposentado Paulo Maia Sobrinho, de 72 anos, fala da esposa, Eliete Barbosa Maia, com o mesmo carinho que nutriu durante os 36 anos juntos.
? Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
Eles se conheceram em 1975, quando ambos trabalhavam no Banco Real. O namoro começou e, em 1980, surgiu o primeiro símbolo dessa união e que é mantido até hoje: um carro modelo fusca, que era um dos mais comprados na época.
Eles ainda não eram casados. porém, Eliete quis adquirir o veículo, no valor de Cr$ 260 mil (cruzeiros), e colocar no nome do companheiro. Na época, esse valor equivalia a, aproximadamente, R$ 15 mil a R$ 20 mil de hoje, em poder de compra.
“Na época, algumas colegas dela falavam que ela era maluca. ‘Comprar carro e botar no nome do namorado?’. Eu ajudei um pouco, porque quem tinha o capital maior era ela, aí juntamos. Por isso que eu diria que ela comprou”, comenta Paulo.
Mesmo com a possível desconfiança de amigos, o casal seguiu com a compra. Em vez de desavenças, o patrimônio trouxe ainda mais união para Paulo e Eliete. O aposentado lembra que, logo após a compra do veículo, o casal dirigiu até o Palácio Rio Branco, no centro da capital, e tirou uma foto para registrar a conquista.
Veículo custou CZ$ 260 mil (cruzeiros) em 1980.
Arquivo pessoal
Harmonia e saudade
Paulo e Eliete na formatura dela do 2º grau, em 1977
Arquivo pessoal
Eles se casaram em 1982, se mudaram para Manaus no mesmo ano, e voltaram a Rio Branco em 1985. O fusquinha continuou transportando a família, que cresceu com a chegada de dois filhos. Ao olhar para o carro, Paulo contra que imediatamente se remete à harmonia que tinha com a esposa.
“Às vezes a gente vai falar, muita gente até estranha, né? Mas o tempo que a gente conviveu, de casado até o falecimento dela, nunca tivemos uma discussão mais ríspida. Tivemos algum desentendimento de opinião, mas nada que alterasse nós dois. A gente se entendia muito bem, graças a Deus”, relembra.
Morte da esposa e apego à relíquia
Unido, casal costumava participar de várias festas com amigos e familiares
Arquivo pessoal
No dia 11 de junho de 2012, véspera do Dia dos Namorados, Eliete morreu após cerca de dois anos tratando um câncer de mama. Paulo se viu sem sua companheira, melhor amiga e mãe de seus filhos, e só podia recorrer ao fusca para, de alguma forma, retomar aquele passado.
“Vários amigos nossos, quando veem o fusca, dizem: ‘Nossa, é a cara da Eliete esse carro’. E para mim, é isso. O carro é ela. Muitas pessoas questionam porque ainda não me livrei do carro, mas eu não pretendo. Dizem que quando eu morrer, não vou levar o fusca, mas eu digo: não vou levar a ‘lata’, mas o fusca eu vou levar”, acrescenta.
Paulo relembrou a trajetória através de uma postagem em 2017
Reprodução/Facebook
Em 2017, através de uma rede social, Paulo relembrou a trajetória com a esposa e o carro da família. “Se meu fusca falasse”, iniciava o texto. Além da referência cinematográfica ao filme de 1968, o fusca e as memórias trazidas por ele são uma maneira dele honrar o legado da esposa.
Não trata-se apenas de nostalgia, mas sim de conexão.
“Ela era uma pessoa muito justa, compreensiva. Ela praticamente cuidava da família toda dela, e da minha família também. Era uma nora excelente. Tanto para o meu pai como para a minha mãe. E eu acredito nisso. Tudo que eu faço, ela olha por mim. E principalmente com o fusca. O fusca é ela. Eu não posso botar o nome do fusca de Eliete, mas o fusca é ela”, declara.
Paulo Maia Sobrinho, hoje com 72 anos.
Arquivo pessoal
Lição de amor e paciência
Os três netos, que Eliete não conheceu, no fusca que ela tanto adorava
Arquivo pessoal
Ao lembrar dos anos de harmonia e cumplicidade com a esposa, Paulo afirma que, apesar de enxergar as mudanças na sociedade, tenta deixar ensinamentos tanto aos dois filhos que teve com Eliete, quanto para os três netos, que ela não chegou a conhecer.
A mensagem que ele deixa para o Dia dos Namorados é que os casais procurem encontrar um caminho comum entre os dois, e que evitem levantar a voz.
“Cada vez que você for conversar com a sua esposa, ou ela com ele, cada vez que aumenta a voz, o desentendimento é maior. Então, quem quiser sobressair, vai findar os dois se desentendendo. Não tem como sobressair. Tem que se entender”, finaliza.
VÍDEOS: g1
Reprodução/Arquivo pessoal
O amor não é obrigado a se apegar às noções de tempo e espaço. E é por isso que, mesmo após 13 anos viúvo, o aposentado Paulo Maia Sobrinho, de 72 anos, fala da esposa, Eliete Barbosa Maia, com o mesmo carinho que nutriu durante os 36 anos juntos.
? Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
Eles se conheceram em 1975, quando ambos trabalhavam no Banco Real. O namoro começou e, em 1980, surgiu o primeiro símbolo dessa união e que é mantido até hoje: um carro modelo fusca, que era um dos mais comprados na época.
Eles ainda não eram casados. porém, Eliete quis adquirir o veículo, no valor de Cr$ 260 mil (cruzeiros), e colocar no nome do companheiro. Na época, esse valor equivalia a, aproximadamente, R$ 15 mil a R$ 20 mil de hoje, em poder de compra.
“Na época, algumas colegas dela falavam que ela era maluca. ‘Comprar carro e botar no nome do namorado?’. Eu ajudei um pouco, porque quem tinha o capital maior era ela, aí juntamos. Por isso que eu diria que ela comprou”, comenta Paulo.
Mesmo com a possível desconfiança de amigos, o casal seguiu com a compra. Em vez de desavenças, o patrimônio trouxe ainda mais união para Paulo e Eliete. O aposentado lembra que, logo após a compra do veículo, o casal dirigiu até o Palácio Rio Branco, no centro da capital, e tirou uma foto para registrar a conquista.
Veículo custou CZ$ 260 mil (cruzeiros) em 1980.
Arquivo pessoal
Harmonia e saudade
Paulo e Eliete na formatura dela do 2º grau, em 1977
Arquivo pessoal
Eles se casaram em 1982, se mudaram para Manaus no mesmo ano, e voltaram a Rio Branco em 1985. O fusquinha continuou transportando a família, que cresceu com a chegada de dois filhos. Ao olhar para o carro, Paulo contra que imediatamente se remete à harmonia que tinha com a esposa.
“Às vezes a gente vai falar, muita gente até estranha, né? Mas o tempo que a gente conviveu, de casado até o falecimento dela, nunca tivemos uma discussão mais ríspida. Tivemos algum desentendimento de opinião, mas nada que alterasse nós dois. A gente se entendia muito bem, graças a Deus”, relembra.
Morte da esposa e apego à relíquia
Unido, casal costumava participar de várias festas com amigos e familiares
Arquivo pessoal
No dia 11 de junho de 2012, véspera do Dia dos Namorados, Eliete morreu após cerca de dois anos tratando um câncer de mama. Paulo se viu sem sua companheira, melhor amiga e mãe de seus filhos, e só podia recorrer ao fusca para, de alguma forma, retomar aquele passado.
“Vários amigos nossos, quando veem o fusca, dizem: ‘Nossa, é a cara da Eliete esse carro’. E para mim, é isso. O carro é ela. Muitas pessoas questionam porque ainda não me livrei do carro, mas eu não pretendo. Dizem que quando eu morrer, não vou levar o fusca, mas eu digo: não vou levar a ‘lata’, mas o fusca eu vou levar”, acrescenta.
Paulo relembrou a trajetória através de uma postagem em 2017
Reprodução/Facebook
Em 2017, através de uma rede social, Paulo relembrou a trajetória com a esposa e o carro da família. “Se meu fusca falasse”, iniciava o texto. Além da referência cinematográfica ao filme de 1968, o fusca e as memórias trazidas por ele são uma maneira dele honrar o legado da esposa.
Não trata-se apenas de nostalgia, mas sim de conexão.
“Ela era uma pessoa muito justa, compreensiva. Ela praticamente cuidava da família toda dela, e da minha família também. Era uma nora excelente. Tanto para o meu pai como para a minha mãe. E eu acredito nisso. Tudo que eu faço, ela olha por mim. E principalmente com o fusca. O fusca é ela. Eu não posso botar o nome do fusca de Eliete, mas o fusca é ela”, declara.
Paulo Maia Sobrinho, hoje com 72 anos.
Arquivo pessoal
Lição de amor e paciência
Os três netos, que Eliete não conheceu, no fusca que ela tanto adorava
Arquivo pessoal
Ao lembrar dos anos de harmonia e cumplicidade com a esposa, Paulo afirma que, apesar de enxergar as mudanças na sociedade, tenta deixar ensinamentos tanto aos dois filhos que teve com Eliete, quanto para os três netos, que ela não chegou a conhecer.
A mensagem que ele deixa para o Dia dos Namorados é que os casais procurem encontrar um caminho comum entre os dois, e que evitem levantar a voz.
“Cada vez que você for conversar com a sua esposa, ou ela com ele, cada vez que aumenta a voz, o desentendimento é maior. Então, quem quiser sobressair, vai findar os dois se desentendendo. Não tem como sobressair. Tem que se entender”, finaliza.
VÍDEOS: g1
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0