Jurado de morte e traidor do PCC: como o substituto de Marcola usou informações falsas para viver 5 anos na Bolívia sem ser incomodado

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Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na sexta (16), na Bolívia, e transferido nesse domingo (18) para a Penitenciária Federal de Brasília pela Polícia Federal. Polícia da Bolívia prende foragido apontado com um dos chefes do PCC
Preso por autoridades bolivianas na sexta-feira (16) na cidade de Santa Cruz de La Sierra, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta e apontado como novo número 1 da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), estava foragido havia cinco anos.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), durante o tempo fora do país, o chefe do PCC espalhou informações falsas para se manter longe do radar da polícia e comandou do país vizinho o tráfico de drogas internacional da facção.
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Uma das mentiras disseminadas pela facção era a de que ele havia sido morto após ter ordenado o assassinato de outros integrantes da organização.
Outra versão falsa que circulou era a de que Tuta havia sido expulso da organização por ter traído as regras do grupo e, por isso, ter sido jurado de morte.
No entanto, segundo Lincoln Gakiya, essas mensagens interceptadas pela Polícia Civil de São Paulo e também pelo Ministério Público paulista (MP-SP) nos últimos anos eram "contrainformações" para atrapalhar as buscas por ele.
“Como ele estava muito em evidência [na época da Operação Sharks] e era um dos responsáveis também por planejar o resgate do Marcola, a gente acha que houve um esquema de informações falsas. Eles jogaram essas informações para os próprios integrantes, através de salves, de que ele havia sido morto ou que havia sido expulso para sair do radar”, afirmou.
“Mas, segundo o que nós apuramos, isso era uma contrainformação do próprio PCC para que ele não fosse incomodado, fosse esquecido pela polícia e pelo Ministério Público”, disse Gakiya.
Bolívia prende chefe do PCC foragido da Justiça brasileira
Após a prisão, Marcos Roberto de Almeida foi entregue às autoridades brasileiras no domingo (18). Um avião da Polícia Federal foi até Corumbá, no Mato Grosso do Sul - fronteira entre Brasil e Bolívia – para fazer a transferência dele para o território brasileiro.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Tuta.
Segundo a PF, Tuta deve ficar preso na Penitenciária Federal em Brasília, onde seu antecessor no PCC - Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola – também está preso.
Ele foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
O promotor Lincoln Gakiya, que há décadas investiga o PCC e suas ramificações mafiosas ao redor do mundo, a prisão do substituto de Marcola na organização gera uma fratura no esquema de tráfico internacional de droga da organização na América do Sul.
Ele coordenava tudo, todos os negócios do PCC. O principal deles é o tráfico de cocaína para Europa. Ele fazia essa ponte da compra, do contato com os fornecedores e do envio dessa droga ao Brasil, que depois era encaminhada para a Europa, principalmente através do porto de Santos.
Polícia da Bolívia prende Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, chefe do PCC foragido da Justiça brasileira, nesta sexta-feira (16).
Foto cedida por Ariel Melgar/El Deber
Outros líderes foragidos
Segundo o promotor do Gaeco, a prisão de Marcos Roberto de Almeida aponta para a formação de um núcleo da chamada Sintonia Final do PCC em Santa Cruz de la Sierra, que é a cidade mais rica e elitizada da Bolívia.
O objetivo do grupo, segundo ele, é fortalecer, manter e expandir o tráfico de drogas, que ainda é a atividade mais lucrativa do PCC.
As investigações do Ministério Público de São Paulo também indicam que outros integrantes da cúpula do PCC foragidos também estariam escondidos na Bolívia. O Gaeco cita nomes como:
Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado;
Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal;
André de Oliveira Macedo, o André do Rap;
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão.
Pedro Luiz da Silva Soares - o Chacal, Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado, e André de Oliveira Macedo, o André do Rap, são outras lideranças do PCC foragidos da Polícia.
Reprodução
Por que o PCC escolheu a Bolívia como esconderijo
Segundo Gakiya, o PCC escolheu a Bolívia pela facilidade de subornar autoridades e viver com documentos falsos.
"Ele [o Tuta] ir voluntariamente procurar as autoridades da Bolívia para renovar documentos revela que ele tinha uma grande tranquilidade para ir e vir, sem ser incomodado", diz o promotor.
O promotor afirmou ter informações de outros criminosos que também vivem na Bolívia. "Não é só o Tuta. O Forjado, o Chacal e o André do Rap ainda estão na Bolívia, e em liberdade. Eu já vi até filmagem de um dos chefes, o nome dele é Sérgio, apelido Mijão, levando os filhos numa escola particular e entrando com carro na sua casa luxuosa em Santa Cruz de La Sierra. É proprietário de casa de show e restaurante, procurado no Brasil há mais de 20 anos e não é incomodado por lá", afirma.
Ele afirma que, antes, nos 90 e 2000, os criminosos se escondiam no Paraguai e hoje o PCC "domina a Bolívia".
"[Eles] migraram para a Bolívia justamente por essa facilidade de viver com documento falso, muitas vezes contando com a corrupção de policiais e autoridades locais. Eles escolheram o lugar para que possam, a partir da Bolívia, continuar comandando o PCC sem serem alcançados pela polícia brasileira”, acrescenta.
O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), do MP-SP.
Reprodução/TV Globo
Preso por autoridades bolivianas na sexta-feira (16) na cidade de Santa Cruz de La Sierra, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta e apontado como novo número 1 da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), estava foragido havia cinco anos.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), durante o tempo fora do país, o chefe do PCC espalhou informações falsas para se manter longe do radar da polícia e comandou do país vizinho o tráfico de drogas internacional da facção.
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Uma das mentiras disseminadas pela facção era a de que ele havia sido morto após ter ordenado o assassinato de outros integrantes da organização.
Outra versão falsa que circulou era a de que Tuta havia sido expulso da organização por ter traído as regras do grupo e, por isso, ter sido jurado de morte.
No entanto, segundo Lincoln Gakiya, essas mensagens interceptadas pela Polícia Civil de São Paulo e também pelo Ministério Público paulista (MP-SP) nos últimos anos eram "contrainformações" para atrapalhar as buscas por ele.
“Como ele estava muito em evidência [na época da Operação Sharks] e era um dos responsáveis também por planejar o resgate do Marcola, a gente acha que houve um esquema de informações falsas. Eles jogaram essas informações para os próprios integrantes, através de salves, de que ele havia sido morto ou que havia sido expulso para sair do radar”, afirmou.
“Mas, segundo o que nós apuramos, isso era uma contrainformação do próprio PCC para que ele não fosse incomodado, fosse esquecido pela polícia e pelo Ministério Público”, disse Gakiya.
Bolívia prende chefe do PCC foragido da Justiça brasileira
Após a prisão, Marcos Roberto de Almeida foi entregue às autoridades brasileiras no domingo (18). Um avião da Polícia Federal foi até Corumbá, no Mato Grosso do Sul - fronteira entre Brasil e Bolívia – para fazer a transferência dele para o território brasileiro.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Tuta.
Segundo a PF, Tuta deve ficar preso na Penitenciária Federal em Brasília, onde seu antecessor no PCC - Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola – também está preso.
Ele foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
O promotor Lincoln Gakiya, que há décadas investiga o PCC e suas ramificações mafiosas ao redor do mundo, a prisão do substituto de Marcola na organização gera uma fratura no esquema de tráfico internacional de droga da organização na América do Sul.
Ele coordenava tudo, todos os negócios do PCC. O principal deles é o tráfico de cocaína para Europa. Ele fazia essa ponte da compra, do contato com os fornecedores e do envio dessa droga ao Brasil, que depois era encaminhada para a Europa, principalmente através do porto de Santos.
Polícia da Bolívia prende Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, chefe do PCC foragido da Justiça brasileira, nesta sexta-feira (16).
Foto cedida por Ariel Melgar/El Deber
Outros líderes foragidos
Segundo o promotor do Gaeco, a prisão de Marcos Roberto de Almeida aponta para a formação de um núcleo da chamada Sintonia Final do PCC em Santa Cruz de la Sierra, que é a cidade mais rica e elitizada da Bolívia.
O objetivo do grupo, segundo ele, é fortalecer, manter e expandir o tráfico de drogas, que ainda é a atividade mais lucrativa do PCC.
As investigações do Ministério Público de São Paulo também indicam que outros integrantes da cúpula do PCC foragidos também estariam escondidos na Bolívia. O Gaeco cita nomes como:
Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado;
Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal;
André de Oliveira Macedo, o André do Rap;
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão.
Pedro Luiz da Silva Soares - o Chacal, Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado, e André de Oliveira Macedo, o André do Rap, são outras lideranças do PCC foragidos da Polícia.
Reprodução
Por que o PCC escolheu a Bolívia como esconderijo
Segundo Gakiya, o PCC escolheu a Bolívia pela facilidade de subornar autoridades e viver com documentos falsos.
"Ele [o Tuta] ir voluntariamente procurar as autoridades da Bolívia para renovar documentos revela que ele tinha uma grande tranquilidade para ir e vir, sem ser incomodado", diz o promotor.
O promotor afirmou ter informações de outros criminosos que também vivem na Bolívia. "Não é só o Tuta. O Forjado, o Chacal e o André do Rap ainda estão na Bolívia, e em liberdade. Eu já vi até filmagem de um dos chefes, o nome dele é Sérgio, apelido Mijão, levando os filhos numa escola particular e entrando com carro na sua casa luxuosa em Santa Cruz de La Sierra. É proprietário de casa de show e restaurante, procurado no Brasil há mais de 20 anos e não é incomodado por lá", afirma.
Ele afirma que, antes, nos 90 e 2000, os criminosos se escondiam no Paraguai e hoje o PCC "domina a Bolívia".
"[Eles] migraram para a Bolívia justamente por essa facilidade de viver com documento falso, muitas vezes contando com a corrupção de policiais e autoridades locais. Eles escolheram o lugar para que possam, a partir da Bolívia, continuar comandando o PCC sem serem alcançados pela polícia brasileira”, acrescenta.
O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), do MP-SP.
Reprodução/TV Globo
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