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O que é convulsão, distúrbio que levou à morte participante do grupo Legendários

O que é convulsão, distúrbio que levou à morte participante do grupo Legendários
Neurologistas ouvidos pelo g1 classificam a convulsão como um "curto-circuito no cérebro". Ministério da Saúde sugere como proceder ao presenciar uma crise. Participante do grupo Legendários morre após passar mal durante trilha em MT
Reprodução
Um homem de 40 anos morreu nesta segunda-feira (30) após sofrer uma crise convulsiva durante uma trilha do grupo cristão Legendários. Ele foi levado ao hospital regional de Rondonópolis, no Mato Grosso, intubado, mas não resistiu.
O que é uma convulsão?
Até a última atualização desta reportagem, a causa da crise permanece desconhecida.
A convulsão é uma contração muscular involuntária, com movimentos desordenados e, em geral, perda de consciência. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorre por uma excitação anormal da camada externa do cérebro — o que equivale a uma falha elétrica temporária no sistema nervoso.
A médica neurologista Taíssa Ferrari Marinho, especialista em epilepsia e neurofisiologia clínica, explica que a crise convulsiva é um dos tipos de crises epilépticas mais conhecidos — justamente por ser muito visível.
“O paciente perde a consciência, não responde por si, cai no chão e tem movimentos rítmicos nos braços e nas pernas. A crise costuma durar entre 1 e 2 minutos. Durante esse tempo, a pessoa não tem como se defender ou se proteger, o que pode causar quedas e machucados, como aparenta ter sido o caso do rapaz na trilha”, explica a médica, que também é pós-doutora pelo Instituto Neurológico de Montreal – McGill University.
A neurologista Camila Hobi, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), complementa:
“A convulsão é uma alteração da atividade elétrica do cérebro. Dependendo da região afetada, o paciente pode permanecer acordado ou perder a consciência. A conhecida crise tônico-clônica generalizada, que é a mais associada ao termo convulsão, leva à perda de consciência, abalos nos membros, possível liberação de esfíncter e, depois, sonolência ou confusão.”
Por que convulsões acontecem?
As causas são diversas. Elas podem ocorrer por:
Trauma na cabeça;
AVC;
Infecções como meningite;
Tumores cerebrais;
Falta de oxigênio no cérebro;
Hipoglicemia em diabéticos;
Uso ou retirada de certos medicamentos;
Epilepsia (doença caracterizada por crises recorrentes).
“Nem toda convulsão indica epilepsia. Há crises sintomáticas agudas que ocorrem por algum evento novo no cérebro, como trauma ou sangramento”, explica Camila.
Como identificar uma crise convulsiva
Segundo Taíssa, o quadro costuma começar com um barulho alto e involuntário (chamado de “grito epiléptico”) seguido de rigidez dos membros e movimentos descoordenados.
“Se a pessoa para de responder e começa a se debater, pode ser uma crise epiléptica. O ideal é chamar ajuda imediatamente”, orienta.
O que fazer (e o que evitar)
O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Epilepsia orientam:
Mantenha a calma e acione o SAMU (192);
Deite a pessoa de lado, para evitar sufocamento com saliva;
Afaste objetos que possam machucar, como óculos, relógios e móveis;
Não segure a pessoa à força, nem tente impedir os movimentos;
Não coloque a mão dentro da boca da vítima — o risco de mordida acidental é alto, já que os músculos da mandíbula também contraem de forma involuntária;
Após a crise, deixe a pessoa descansar.
“Se a crise durar mais de dois minutos ou não cessar espontaneamente, é sinal de que o cérebro não conseguiu reverter o quadro por conta própria. Nesse caso, o atendimento médico urgente é essencial”, alerta Taíssa.
A médica detalha que, quando uma crise acaba, ela deixa resquícios: é comum que a pessoa fique sonolenta e sinta fraqueza, e essa sensação pode durar horas.
Toda crise convulsiva é epilepsia?
Nem sempre. Taíssa explica que a epilepsia é uma doença caracterizada por crises epilépticas recorrentes — mas uma convulsão isolada pode ocorrer por outros fatores, como pancadas na cabeça, hipoglicemia em diabéticos, doenças hepáticas ou intoxicações.
“É como um curto-circuito no cérebro. O sistema nervoso funciona com atividade elétrica coordenada, mas, por algum motivo, há uma descarga anormal e excessiva, o que gera a crise. Isso pode acontecer tanto em pessoas com epilepsia quanto em casos isolados”, afirma.
Primeira crise exige hospital
Segundo a neurologista do Hospital do Servidor, a ida ao pronto socorro é fundamental se for a primeira crise convulsiva do paciente.
Já em casos de pessoas que convivem com epilepsia e conhecem os próprios gatilhos, o atendimento médico imediato pode não ser necessário — desde que a crise tenha passado sem machucados ou alterações prolongadas de consciência.
Epilepsia tem cura?
Na maioria dos casos, não tem cura definitiva, mas tem tratamento eficaz. “Há medicamentos anticrise que controlam as descargas elétricas, e alguns tipos de epilepsia na infância podem se resolver sozinhos. Em casos selecionados, cirurgias podem até curar a doença, se houver uma lesão localizada no cérebro que possa ser removida”, explica Taíssa.
A neurologista reforça que qualquer pessoa pode presenciar uma crise convulsiva e, por isso, é fundamental saber como agir.
“A diferença entre ajudar e atrapalhar, nesses casos, pode salvar uma vida."
Pacientes não encontram medicações para convulsão na rede pública

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