Uma a cada nove bombas de postos de combustíveis fiscalizadas em Piracicaba é reprovada

Em 2025, já são 77 reprovações, enquanto em todo ano de 2024 foram 84; veja orientações de fiscal do Ipem-SP sobre precauções na hora de abastecer. Josias Barbosa, delegado do Ipem-SP, durante fiscalização em posto de combustíveis de Piracicaba (SP)
Edijan Del Santos
A cada nove bombas de postos de combustíveis fiscalizadas neste ano pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), em Piracicaba (SP), uma foi reprovada. Em 2025, já são 77 reprovações, enquanto em todo ano de 2024 foram 84.
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De acordo com o órgão, os problemas mais recorrentes são erro de volume - bomba marcando volume de combustível diferente em relação ao que foi abastecido - e violação dos lacres dos equipamentos.
No caso mais recente em Piracicaba, um posto de combustível na Avenida Centenário, no bairro São Dimas, teve uma bomba lacrada na manhã da última terça-feira (29).
A cada 20 litros comercializados pela bomba irregular, o cliente recebia de 1,6 a 1,7 litro a menos do que foi pago.

Lacres não podem ser rompidos ?
Fiscal e gestor da regional do Ipem-SP, Josias Barbosa explica que, com rompimento do lacre, é possível realizar adulterações na bomba.
"Existe um sistema na bomba que é igual uma torneira. Se você abre, ela abastece a mais. Se você fecha, ela abastece a menos. [...] Só que essa torneira tem que ser lacrada. Se eu chego em um posto de gasolina e esse lacre está rompido, a fiscalização supõe que, na ausência do fiscal, ele [comerciante] vai alterar o volume da bomba", explica.
Adulteração da 'placa-mãe' ?
Já o problema considerado mais grave é a adulteração das "placas-mães" das bombas.
"A bomba medidora de combustível é construída para que, se der qualquer problema na bomba, não permita que ela ultrapasse um erro de 600 ml [mililitros]. Quando acontecem erros acima disso é porque foi feita alguma interferência indevida na bomba. E o principal componente onde existe essa interferência é a placa-mãe da bomba", detalha o fiscal.
A placa citada por ele gerencia dados do equipamento, como volume, preço e pressão. Quando é constatada adulteração dela, ocorre a apreensão. "[Ela é] mandada para o nosso laboratório, porque nós temos um laboratório em São Paulo que tem os técnicos especialistas que conseguem identificar aonde foi feita a interferência nessa placa", acrescenta Josias.
Sendo constatada a fraude, pode ser feita a cassação da Inscrição Estadual do estabelecimento. Além disso, o caso é encaminhado ao Ministério Público e pode haver responsabilização criminal.

O que pode explicar a alta nos casos? ?
Em 2025, a quantidade de bombas reprovadas nas fiscalizações do Ipem-SP quase já igualou o total de todo ano de 2024.
A hipótese apontada pelo gestor regional para este cenário é que, em 2025, a fiscalização teve início pelas regiões periféricas da cidade, que tem histórico de registro de mais irregularidades deste tipo.
O que vem sendo feito para coibir? ⚖️
Josias explica que há dois anos foi aprovada portaria do Ministério da Secretaria de Justiça que permite a cassação da Inscrição Estadual do estabelecimento.
"Foi aprovada, no final do ano passado, uma outra portaria do Inmetro que exige que toda bomba com irregularidade grave, bomba fraudada, ela seja trocada por uma outra bomba da nova legislação. E, nessa nova legislação, a bomba medidora é toda criptografada e não permite qualquer interferência na placa-mãe dela", detalha.
No entanto, devido à quantidade de bombas nos postos brasileiros, outra portaria permitiu a utilização dos modelos antigos até 2032. "Então, vai ser lento o processo de troca, mas o futuro é trocar todas as bombas por essas bombas novas que impedem a fraude", completou o fiscal.
Bombas de combustível em posto autuado pelo Ipem-SP em Piracicaba (SP)
Edijan Del Santo
Como o consumidor pode se precaver? ?
Segundo Josias, o consumidor deve permanecer olhando para a bomba medidora durante todo o processo de abastecimento;
Também deve verificar se a bomba medidora está partindo do ponto zero;
O fiscal considera um erro gravíssimo se afastar do local do abastecimento enquanto ele ocorre;
Ao final, deve checar se o valor solicitado se refere ao que foi abastecido.
Como denunciar? ?
O telefone da Ouvidoria do Ipem-SP é o 0800 013 0522. Os registros também podem ser feitos pelo site do órgão ou pelo e-mail da ouvidoria, que é ouvidoria@ipem.sp.gov.br.
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