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Caso Julieta Hernández: Justiça retoma audiência de instrução, ouve última testemunha e defesa insiste na reclassificação do crime

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Caso Julieta Hernández: Justiça retoma audiência de instrução, ouve última testemunha e defesa insiste na reclassificação do crime
Audiência teve início nesta terça-feira (13). Do lado de fora do fórum, organizações lideradas pela União Brasileira de Mulheres da Amazônia, realizaram um ato pedindo justiça pela artista circense morta em 2023. Chegada de Julieta Hernandez na vila balneária de Alter do Chão, em Santarém-PA
Juliana Balsalobre / Arquivo pessoal
A Justiça retomou nesta terça-feira (13), em Presidente Figueiredo, no Amazonas, a audiência de instrução do caso da artista venezuelana Julieta Hernández, morta no fim de 2023 durante uma viagem pelo interior do estado. Do lado de fora do fórum, organizações lideradas pela União Brasileira de Mulheres da Amazônia, realizaram um ato pedindo justiça e cobrando a reclassificação do crime como feminicídio.
Julieta desapareceu no dia 23 de dezembro no interior do estado, e o corpo dela, juntamente com partes da bicicleta que usava, foi encontrado no início de janeiro deste ano nas proximidades de um refúgio onde ela estava hospedada. Ela morava no Brasil há oito anos e fazia parte do grupo "Pé Vermêi", composto por artistas e cicloviajantes que percorrem o país.
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Esta é a terceira audiência de instrução do caso, realizada após ser remarcada. Na sessão anterior, em 3 de dezembro de 2024, cinco testemunhas foram ouvidas no Fórum de Justiça Desembargadora Nayde Vasconcelos, mas o processo foi adiado devido à ausência de uma sexta testemunha.
Nesta terça, durante a sessão, organizações se reuniram em frente ao fórum reivindicando a reclassificação do crime como feminicídio, e não como latrocínio, como consta atualmente no processo.
"Estamos aqui hoje para pedir justiça. A forma como o crime aconteceu revela um padrão de violência de gênero. Não foi um simples roubo seguido de morte. Houve crueldade, houve estupro. Isso configura um crime de ódio contra mulheres", afirmou a coordenadora da União Brasileira de Mulheres na Amazônia e vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Eriana Zevedo, que esteve na manifestação.
À Rede Amazônica, ela também destacou que o reconhecimento do feminicídio é essencial para que o Estado atue com mais firmeza em políticas públicas voltadas às mulheres.
"Homens também são vítimas de latrocínio, são assassinados, mas não são estuprados. O estupro e a violação do corpo feminino fazem parte de uma violência que é exclusivamente contra mulheres. É por isso que estamos aqui, junto com outras organizações, exigindo esse reparo", reforçou.
Segundo Eriana, a audiência desta terça foi marcada pelo depoimento da última testemunha do caso, um policial da guarda municipal que esteve presente no local onde o corpo de Julieta foi encontrado. Após essa etapa, a acusação, formada por advogados da família e representantes da União Brasileira de Mulheres, pretende formalizar o pedido de reclassificação do crime.
"Vamos seguir acompanhando e pressionando para que haja justiça por Julieta", concluiu.
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Relembre o caso
Julieta desapareceu no dia 23 de dezembro do ano passado, e o Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado no dia 4 de janeiro na Delegacia Virtual do Amazonas (Devir), e encaminhado à 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, cidade onde aconteceu o crime, que iniciou as investigações.
O BO informava que o último contato da vítima com a família teria sido no dia 23 de dezembro, por volta de meia-noite e meia, quando ela teria dito que iria pernoitar em Presidente Figueiredo, e seguiria para Rorainópolis, em Roraima.
De acordo com o delegado Valdinei Silva, no mesmo dia, um morador localizou partes da bicicleta da vítima e acionou a polícia. Quando a equipe chegou ao local, Thiago tentou fugir, mas foi capturado.
Ele e a esposa foram conduzidos à delegacia e entraram em contradição nos depoimentos, e assim confirmaram a autoria do crime. Conforme a polícia, Deliomara confessou que matou a venezuelana, após uma crise de ciúmes. Isso, porque ela prenunciou o companheiro estuprando a vítima depois deles roubarem os pertences dela.
Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos. Casal é suspeito de matar artista venezuelana Julieta Hernández no Amazonas
Divulgação
Thiago contou uma versão diferente à polícia. De acordo com o suspeito, a venezuelana e ele usavam drogas, quando a companheira ficou com ciúme, jogou álcool nos dois e ateou fogo.
Ele disse ainda que apagou o fogo do corpo e chegou a procurar um hospital em busca de socorro. No entanto, enquanto isso, a esposa amarrou uma corda no corpo de Julieta, que estava desacordada, arrastou a vítima para uma área de mata e a enterrou.
Depois das contradições apresentadas pelos suspeitos, a polícia chegou em uma conclusão de como a artista foi atacada.
“A vítima estava dormindo em uma rede na varanda do local, quando Thiago pegou uma faca e foi até ela para roubar seu aparelho celular. Eles entraram em luta corporal, ele a enforcou, a jogou no chão e pediu que Deliomara amarrasse os pés dela. Em seguida, ele a arrastou para dentro da casa, pediu que a esposa apagasse as luzes e passou a abusar sexualmente da vítima”, detalhou o delegado.
Após a mulher do suspeito presenciar o fato, jogou álcool em ambos e ateou fogo. Thiago conseguiu apagar o fogo com um pano molhado e foi até uma unidade hospitalar receber atendimentos médicos. Já Deliomara enforcou Julieta com uma corda e a enterrou no quintal.
Feminicídio da artista circense Julieta Hernández põe em discussão os direitos da mulher

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