Após 10 meses subindo juros, BC deve concluir ciclo de alta e iniciar período longo de manutenção

Copom decidiu elevar a taxa de juros para 15% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (30) e deve optar por interromper o processo de alta da taxa básica de juros da economia, a Selic – foram sete aumentos seguidos.
?A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Com base em indicações do próprio BC, o mercado financeiro acredita que a taxa será mantida no atual nível de 15% ao ano — o maior em quase 20 anos. A decisão do Copom será anunciada após as 18h.
"Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", informou o BC, em junho, ao subir a taxa Selic para 15%.
A expectativa dos economistas do mercado financeiro é de que a taxa seja mantida no atual patamar, ao menos, até 2026.
"Em relação à decisão, a manutenção é amplamente esperada. Com isso, o foco do mercado se volta ao comunicado. Sem surpresas, a nossa expectativa é de que o Comitê mantenha um tom firme, reforçando seu compromisso com o controle da inflação e a preservação da sua credibilidade", avaliou o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.
Banco Central do Brasil (BC).
Adriano Machado/ Reuters
Como age o Banco Central?
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,09% (com estouro da meta), 4,44%, 4% e em 3,8%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Na ata de sua última reunião, realizada em junho, o BC informou que "seguirá vigilante" e que os passos futuros da política de juros "poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste [novas altas] caso julgue apropriado".
Desaceleração da economia
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em junho, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo.
▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar.
"A conjuntura de atividade econômica doméstica segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade, mas observa-se certa moderação de crescimento", informou o Banco Central, em junho.
Efeitos dos juros altos
De acordo com especialistas, uma taxa de juros maior no Brasil tende a ter algumas consequências na economia. Veja abaixo algumas delas:
▶️ Reflexo nos juros bancários: a tendência é que a alta da Selic influencie as taxas cobradas dos clientes bancários. Em junho deste ano, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas somou 45,4%, o maior nível desde agosto de 2017, ou seja, em quase oito anos.
▶️Crescimento da economia: com juros mais altos, a expectativa é de um comportamento mais contido do consumo da população e, também, de mais dificuldades nos investimentos produtivos. Isso deve causar um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda.
▶️ Piora das contas públicas: juros mais altos também desfavorecem as contas públicas, pois aumentam as despesas com juros da dívida pública. Em doze meses até maio, a despesa com juros do setor público somou R$ 946 bilhões (7,8% do PIB), impulsionando o endividamento brasileiro.
▶️Impacto nas aplicações financeiras: investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, porém, teriam um rendimento maior, com o passar do tempo, do que seria registrado com juros mais baixos. Isso diminui a atratividade do mercado acionário.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (30) e deve optar por interromper o processo de alta da taxa básica de juros da economia, a Selic – foram sete aumentos seguidos.
?A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Com base em indicações do próprio BC, o mercado financeiro acredita que a taxa será mantida no atual nível de 15% ao ano — o maior em quase 20 anos. A decisão do Copom será anunciada após as 18h.
"Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", informou o BC, em junho, ao subir a taxa Selic para 15%.
A expectativa dos economistas do mercado financeiro é de que a taxa seja mantida no atual patamar, ao menos, até 2026.
"Em relação à decisão, a manutenção é amplamente esperada. Com isso, o foco do mercado se volta ao comunicado. Sem surpresas, a nossa expectativa é de que o Comitê mantenha um tom firme, reforçando seu compromisso com o controle da inflação e a preservação da sua credibilidade", avaliou o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.
Banco Central do Brasil (BC).
Adriano Machado/ Reuters
Como age o Banco Central?
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,09% (com estouro da meta), 4,44%, 4% e em 3,8%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Na ata de sua última reunião, realizada em junho, o BC informou que "seguirá vigilante" e que os passos futuros da política de juros "poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste [novas altas] caso julgue apropriado".
Desaceleração da economia
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em junho, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo.
▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar.
"A conjuntura de atividade econômica doméstica segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade, mas observa-se certa moderação de crescimento", informou o Banco Central, em junho.
Efeitos dos juros altos
De acordo com especialistas, uma taxa de juros maior no Brasil tende a ter algumas consequências na economia. Veja abaixo algumas delas:
▶️ Reflexo nos juros bancários: a tendência é que a alta da Selic influencie as taxas cobradas dos clientes bancários. Em junho deste ano, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas somou 45,4%, o maior nível desde agosto de 2017, ou seja, em quase oito anos.
▶️Crescimento da economia: com juros mais altos, a expectativa é de um comportamento mais contido do consumo da população e, também, de mais dificuldades nos investimentos produtivos. Isso deve causar um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda.
▶️ Piora das contas públicas: juros mais altos também desfavorecem as contas públicas, pois aumentam as despesas com juros da dívida pública. Em doze meses até maio, a despesa com juros do setor público somou R$ 946 bilhões (7,8% do PIB), impulsionando o endividamento brasileiro.
▶️Impacto nas aplicações financeiras: investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, porém, teriam um rendimento maior, com o passar do tempo, do que seria registrado com juros mais baixos. Isso diminui a atratividade do mercado acionário.
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0