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'Hurry Up Tomorrow' é filme egotrip de The Weeknd e poderia ser um clipe; g1 já viu

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'Hurry Up Tomorrow' é filme egotrip de The Weeknd e poderia ser um clipe; g1 já viu
Cantor interpreta uma versão ficcional de si mesmo em thriller psicológico que acompanha o disco. Filme com Jenna Ortega e Barry Keoghan chega aos cinemas brasileiros nesta semana. Assista ao trailer de 'Hurry Up Tomorrow'
Em um filme idealizado por The Weeknd, The Weeknd interpreta... The Weeknd. Assim é “Hurry Up Tomorrow”, longa-metragem que chegou aos cinemas nesta quinta (15), e que "acompanha" o disco mais recente do artista.
Apesar de acompanhar o disco, o novo filme não é exatamente um “álbum visual” ou compilado de videoclipes; também não é um documentário ou uma cinebiografia. É um suspense sobre uma versão ficcionalizada do músico, tendo as faixas do disco, lançado em janeiro, como trilha sonora.
Apresentado como thriller psicológico, “Hurry Up Tomorrow” é "propositalmente misterioso", afirma o artista. O resultado pode até fazer sentido para o público geral, mas deve agradar somente os fãs - e olhe lá.
História parcialmente real
“Hurry Up Tomorrow” mostra Abel Tesfaye (The Weeknd) como um músico bem-sucedido e torturado, que precisa se anestesiar para fugir da dor de um término. Faz sucesso, enche arenas, mas está em crise com o coração partido - e é forçado a continuar por seu empresário e parceiro, Lee (Barry Keoghan).
“Você não é humano. Você é sobrenatural”, diz Lee para convencer Abel a subir no palco, com a ajuda de uma carreira de cocaína.
Cena de 'Hurry Up Tomorrow', filme de The Weeknd
Divulgação
Decadente, drogado e angustiado, Abel volta à tríplice de temas que apresentou ao longo da carreira musical. A depressão do artista é tanta que, enquanto uma mulher nua repousa na cama, ele aparece no banheiro com o teclado no colo e tenta compor. Nem o sexo ou a anestesia das substâncias o tiram da miséria (mas que fique claro: ele transa e usa drogas).
A virada vem com a cena de um show - de cenário muito parecido com a apresentação especial do artista em setembro, em São Paulo. The Weeknd sobe chapado no palco, perde a voz e não consegue cantar. Isso é mais um aceno à realidade: o músico teve um show interrompido por dificuldades na voz em Los Angeles, em 2022.
No filme, a verdadeira “fantasia” começa a partir daí. Abel foge e encontra Anima (Jenna Ortega), uma fã que ele não conhece, mas decide levar consigo. Vemos que ela também é uma personagem sombria, obcecada pelo artista que ela também enxerga como sobre-humano.
Mas será que Anima é confiável? Será que Abel finalmente vai se entender consigo mesmo e ficar bem? Quanto disso está acontecendo na cabeça dele? Essas são algumas questões que o filme quer apresentar.
Jenna Ortega interpreta Anima em 'Hurry Up Tomorrow', filme de The Weeknd
Divulgação
Torturado, mas bem na fita
“Hurry Up Tomorrow” tem três roteiristas: Trey Edward Shults ("As Ondas"), que também assina a direção, Reza Fahim ("The Idol") e, claro, Abel Tesfaye.
Nenhum dos personagens é muito desenvolvido pela trama, e a falta de distanciamento entre roteiristas e objeto é nítida. Talvez um nome fictício para o cantor ajudasse, porque ele não precisaria se preocupar com sua própria reputação.
Mas esse aqui é The Weeknd, que quer ficar bem na fita. Então, ele se apresenta como uma pessoa falha, mas não te dá motivos para desgostar dele; e se está frustrado com sua própria vida, ela só parece luxuosa para o espectador.
Anima até chama Abel (o personagem? o artista?) de covarde por não se abrir e, mesmo assim, o filme não abre nada. Você entra e sai da obra sem descobrir nada realmente profundo sobre Weeknd. E como não há espaço para transparência, tudo soa uma egotrip.
É triste porque, de fato, fama, amor e autoimagem são temas que podem angustiar qualquer um. Mas eles têm que ser bem construídos. Entre os motivos obscuros do término (com uma mulher que nunca aparece em cena), shows lotados e quartos de hotel chiquérrimos, é difícil empatizar com a dor de Abel.
Cena de 'Hurry Up Tomorrow', filme de The Weeknd
Divulgação
Além do problema vocal, o único conflito que vemos na obra é fictício - com a personagem de Ortega - e resolvido graças ao poder da música (com a faixa "Hurry Up Tomorrow"). Aliás, essa é uma das poucas janelas verdadeiras à psique do cantor - mas até essa música já tinha sido lançada e não é novidade no filme.
Com cenas em que Abel é torturado e encurralado, não faltam metáforas para mostrar o quanto o artista sofre. Só que ele desperdiça uma oportunidade de explicar o porquê.
Videoclipe estendido à exaustão
“Hurry Up Tomorrow” mistura música, cinema e shows e mostra que um álbum pode se expandir em várias mídias. É uma ideia ambiciosa, que visivelmente deu trabalho: há inúmeras cenas bem fotografadas, que servem como ilustração à ótima trilha sonora. Meio "Euphoria".
Mas para um thriller psicológico com quase duas horas de duração, a trama caminha muito pouco e para lugar nenhum. Os criadores dizem que isso é proposital e citam referências como "Persona", de Ingmar Bergman. Só que se a ideia era se preocupar mais com a tensão que com a lógica, faltou justamente um suspense convincente.
Então, "Hurry Up Tomorrow" faz sentido como complemento ao disco, pelo menos? Em partes. Não tem nada a ver com o bebê macabro de Anitta, nem revisita diretamente o conceito do álbum, que é a morte do alterego The Weeknd. Mas serve para lembrar que o disco tem boas músicas.
Indeciso entre ficção e realidade, "Hurry Up Tomorrow" não serve como um filme comum para o cinema, tampouco ajuda o fã de Weeknd a decifrá-lo. É uma obra que tenta ser densa, mas acaba rasa e frustrante. Uma ideia legal de clipe, estendida à exaustão para um longa-metragem.

g1

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