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MP converte multa por danos ambientais em 17 projetos que prometem transformar áreas de Ipatinga

MP converte multa por danos ambientais em 17 projetos que prometem transformar áreas de Ipatinga
Parques, praças e pistas de caminhada estão entre as ações a serem executadas pela Usiminas e mantidas pela prefeitura. Todas as nove regionais foram contempladas com os recursos que ultrapassam os R$ 80 milhões, provenientes de Termos de Ajustamento de Conduta. Ipatinga é beneficiada por projetos ambientais
Uma ação que engloba 17 projetos socioambientais e promete transformar áreas urbana e rural de Ipatinga, foi lançada nesta terça-feira (24) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e apresentada para a população no galpão do Parque Ipanema.
A construção de parques, praças, pistas de caminhada e revitalização de equipamentos públicos estão entre as intervenções que vão ser executadas pela Usiminas e, posteriormente, mantidas pela administração municipal.
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De acordo com MPMG, as intervenções urbanas e ambientais surgiram a partir de um amplo projeto financiado por Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) firmados com a Usiminas, que somados chegam a quase R$ 90 milhões.
Os projetos vão ser executados em todas as nove regiões da cidade, incluindo a zona rural, com foco na melhoria da qualidade de vida da população e na preservação ambiental.
Segundo o promotor de Justiça Rafael Pureza, a Usiminas não apenas arcará com os valores estabelecidos nos TACs - relacionados à poluição ambiental e às atividades siderúrgicas - como também será responsável pela execução da maioria das obras.
“A empresa tem procurado assumir as suas responsabilidades ajustadas no Termo de Ajustamento de Conduta e, com essa contribuição para a preservação de áreas verdes, amenizar, de certa forma, o impacto siderúrgico que é muito significativo na cidade”, explicou o promotor.
Projeto do MPMG foi lançado no galpão do Parque Ipanema, em Ipatinga
Cristiane Rodrigues/g1
Os projetos foram acompanhados e aprovados pela prefeitura, que vai assumir toda a demanda de iluminação das intervenções.
“Nós entendemos que esse tipo de investimento é um investimento na qualidade de vida do cidadão da cidade de Ipatinga e nós vamos fazer com muito prazer, com muito orgulho, a manutenção posterior de todos esses investimentos”, disse o prefeito Gustavo Nunes.
O projeto
Segundo Pureza, o projeto, batizado de ‘Conviver’, nasceu da necessidade de conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação ambiental.
“A comunidade de Ipatinga abraça os locais públicos, os locais abertos. É uma comunidade que gosta de praticar atividade física, que gosta de se relacionar com o meio ambiente, de contemplar.”
Retirada total do deck antigo e a construção de uma nova estrutura no Parque Ipanema está entre os projetos
Divulgação/MPMG
A iniciativa foi construída com base em escutas à comunidade, associações de bairro e lideranças locais, que apontaram prioridades e demandas específicas de cada região.
Além de garantir perpetuamente a preservação de cerca de 2,3 milhões de m² de áreas verdes, o projeto prevê as seguintes intervenções:
Pistas de caminhada no Cariru, Bela Vista, Ideal e Av. Sanitária (Limoeiro/Vila Formosa)
Praças no Ferroviários, Ideal, Alto do Boa Vista e Ayrton Senna
Parques ambientais no Bela Vista, Veneza e Bom Jardim (Samambaia)
Reforma de espaços simbólicos, como o deck do Parque Ipanema e o Jardim Japonês (antigo Grande Hotel)
Reestruturação de áreas verdes preservadas, como os reservatórios do Ipaneminha, Pedra Branca e Córrego dos Lúcios.
Criação de um Núcleo Ambiental em Ipatinga na área do Viveiro Municipal
Associações de moradores e líderes comunitários das nove regionais de Ipatinga participaram do lançamento dos projetos. Para a presidente da associação de moradores do bairro Bom Retiro, Maria Geralda Fontes, as expectativas foram superadas.
“Sim, realmente, tudo foi superado. Vejo com bons olhos o que ficou desse processo. Ipatinga já é uma cidade bonita, mas com esse projeto, ela tem tudo para se tornar ainda mais bela. O mais importante é que houve um olhar da comunidade para essas áreas antes esquecidas, sem uso. Hoje, enxergamos essas transformações com esperança e gratidão. Agradeço imensamente ao doutor Rafael, à Thais da Plataforma Semente e a todas as associações que se dedicaram com esse olhar voltado para o crescimento e a valorização da cidade”.
Praça do bairro Ferroviários contará com calçadão com pedras portuguesas, quiosque, área pet e de atividades funcionais, campo society e estacionamento
Divulgação/MPMG
R$ 90 milhões será o impacto econômico do TAC selado para compensar danos ambientais em Ipatinga; veja como será aplicado
Prazos e fiscalização
A expectativa do Ministério Público é que as intervenções tenham início imediato e que a maioria esteja em andamento até o fim de 2025. A conclusão total está prevista para ocorrer dentro de dois a três anos.
A execução das obras será acompanhada pela Plataforma Semente, ferramenta do Ministério Público que permite o monitoramento da qualidade, do cronograma e da aplicação dos recursos.
“O Ministério Público estará vigilante ao cumprimento daquilo que foi acordado. Eu tenho convicção plena de que, ao final, tudo será feito porque é para o bem da população de Ipatinga. Não tem porquê se imaginar que as coisas não acontecerão. Acho que os propósitos que une o Ministério Público, o Poder Público local e todos os demais envolvidos, são comuns. Todos têm interesse no bem-estar da população, trazido pelo meio ambiente”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho.
Importância dos TACs
Ainda de acordo com Rafael Pureza, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) tem um papel importante como instrumento de reparação ambiental.
“O TAC é um termo em que uma conduta irregular é ajustada para passar a ser regular ou dentro da legalidade. E por meio dele são estabelecidas sanções, penas em razão do descumprimento que já aconteceu [...] Esse projeto é uma forma da gente manter no local onde aconteceram os danos, também os recursos. E agora beneficiar essa comunidade que foi anteriormente atingida.”
O acordo para reparar danos ambientais provocados pelas operações da siderúrgica na cidade foi firmado em junho de 2024, prevendo quase R$ 90 milhões em fundos compensatórios, já com a indicação de destinação dos recursos.
A Polícia Militar de Meio Ambiente também uma das entidades beneficiadas por esses recursos e uma importante parceira do MP nas operações que envolvem infrações.
De acordo com o tenente Allan Teles, parte dos inquéritos que resultaram nas TACs tiveram início em ações de policiamento ambiental.
“A gente vai até o local, identifica ali os infratores e o boletim de ocorrência é encaminhado para a Promotoria e gera esses TACs. A gente fica muito satisfeito de ver que o trabalho realmente está dando resultados. Yudo isso é muito importante, porque o dinheiro do infrator ali, o recurso que é proveniente de infrações ambientais, ele retorna para o meio ambiente”.
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