Crise na Pisadinha? Barões veem dificuldade para novos hits e apostam em outros ritmos

Enquanto rodam o nordeste para shows juninos, o cantor Rodrigo Barão e o produtor Felipe Barão se preparam para lançar o álbum 'Forró e Desmantelo'. Barões da Pisadinha: 'Lançar um hit de piseiro está mais difícil'
Cinco anos atrás, Os Barões da Pisadinha viviam o auge da carreira e popularizavam, em todo o Brasil, o ritmo que dá nome à dupla. Também chamado de piseiro, o gênero começou a bombar nas paradas musicais principalmente após hits do duo como “Recairei” e “Tá Rocheda”. Agora, os artistas estão em uma nova fase — e em clima de festa junina.
Enquanto rodam o nordeste para shows juninos, o cantor Rodrigo Barão e o produtor Felipe Barão se preparam para lançar o álbum “Forró e Desmantelo”. São faixas de arrocha, xote e baião. A pisadinha dá as caras, mas não fica em evidência.
Ou seja, os Barões não querem mais ficar restritos à pisadinha — som que é derivação do forró e embala uma dança em que se pisa com força. “A gente está sempre querendo se reinventar, mas sem perder nossa originalidade”, afirma Rodrigo em entrevista ao g1.
Single 'Camila', dos Barões da Pisadinha
Divulgação
Menos pisadinha
Ao contrário das músicas que os alçaram à fama, as novas canções dos Barões trazem arranjos instrumentais mais encorpados. A mudança é perceptível já no primeiro single do disco, “Camila”.
Lançada em junho, a faixa tem solinhos envolventes de saxofone, triângulo, sanfona, baixo, guitarra e backing vocals femininos. Diferentemente do piseiro, o teclado aqui não é o foco, e não há caixa de bateria eletrônica.
“‘Camila’ ficou a cara de um xotezinho pé-de-serra. Bem para cima, animado”, define Felipe, ao comentar a produção da canção. A letra é engraçada — fala de alguém que pagou a corrida do Uber para a namorada e, em troca, levou um chifre: ela pegou o motorista.
Essa temática de coração desiludido mantém a lírica da sofrência pela qual os Barões são conhecidos. A novidade está mesmo na melodia, que dispensa até a introdução idêntica seus primeiros hits.
“A gente tem que se reinventar. Não queremos que o público nos enxergue como uma banda de um ritmo só”, explica Felipe.
Desde que estouraram em meio à pandemia de 2020, os músicos fazem feats que unem o som da pisadinha a gêneros como sertanejo, agronejo e funk. Mas desta vez, eles prometem um álbum inteiro de mesclas.
(À esq.) Felipe Barão e (à dir.) Rodrigo Barão, dupla dos Barões da Pisadinha
Divulgação
Hits e 'negócio digital'
Essa nova fase dos Barões os aproxima do chamado forró estilizado — tocado por grupos como Aviões do Forró e Calcinha Preta. Assim como o piseiro, essa é uma vertente eletrônica, mas com vários instrumentos e superproduções.
Os músicos explicam que parte dessa mudança tem a ver com sua ascensão social pós-fama. “Antes, a gente só tinha um microfone, um fonezinho de 100 reais para gravar e um colchão”, conta Felipe.
Por ter uma estrutura mais simples do que os grupos de forró estilizado e forró raiz, os artistas de piseiro nem sempre foram bem-vistos. O ritmo, que surgiu no sertão baiano nos anos 2000, vive agora um momento de maior valorização popular no país.
"É muito bom ver tantos artistas de pisadinha fazerem sucesso, porque essa é uma música bem regional que estourou", afirma Rodrigo. Ele e Felipe se veem como peças importantes no processo de explosão do ritmo, que hoje tem cantores de sucesso estrondoso como João Gomes e Zé Vaqueiro.
Apesar da maior valorização do ritmo, emplacar hits do gênero se tornou uma tarefa mais competitiva e, consequentemente, mais difícil. Os Barões contam que sentem dificuldade para se manter em alta.
"Está mais difícil acertar. Antes, as músicas ficavam no mercado seis meses, oito meses, um ano... Hoje, é muito rápido", diz Felipe. Após concordar com o amigo, Rodrigo nega que se abale por essa dificuldade e diz que eles não estão em busca de recuperar ou superar números de audiência já alcançados.
"Tem galera que sonha em ter fama, mas a gente sonhava apenas em se sustentar. Nem sabia o que era 'negócio digital'. Quando falavam que uma música entrava no Top 100, a gente não sabia o que era. A fama nunca subiu à nossa cabeça, pode ter mudado algumas ideias, mas a gente não se sente pressionado", diz Rodrigo.
No início do sucesso dos Barões, eram os fãs da dupla que colocavam as canções nas plataformas digitais. Tudo de forma amadora. Foi só após eles assinarem contrato com a Sony que as faixas passaram a ser lançadas de forma oficial. Mas atualmente algumas estão fora do ar.
Play nos Barões
Desde 2022, os músicos disputam os direitos da faixa "Linda Demais" — um homem chamado Joselito Gomes dos Santos afirma ser o verdadeiro compositor. Em junho, a 21ª Câmara de Direito Privado do TJRJ deu razão aos Barões, e o colegiado decretou mais tempo para analisar o caso. A música não está disponível nos serviços digitais.
Outras faixas da dupla, como "Mamãe que é mamãe", "Vaqueiro Atualizado" e "Salto 15" também aparecem fora do ar. Questionados, os Barões disseram não saber o motivo. A Sony não respondeu ao contato.
O disco "Forró Desmantelado" ainda não tem data de lançamento. Os músicos garantem que a energia contagiante das canções continua intacta, apesar das mudanças.
"Camila" parece um bom termômetro do que virá.
Cinco anos atrás, Os Barões da Pisadinha viviam o auge da carreira e popularizavam, em todo o Brasil, o ritmo que dá nome à dupla. Também chamado de piseiro, o gênero começou a bombar nas paradas musicais principalmente após hits do duo como “Recairei” e “Tá Rocheda”. Agora, os artistas estão em uma nova fase — e em clima de festa junina.
Enquanto rodam o nordeste para shows juninos, o cantor Rodrigo Barão e o produtor Felipe Barão se preparam para lançar o álbum “Forró e Desmantelo”. São faixas de arrocha, xote e baião. A pisadinha dá as caras, mas não fica em evidência.
Ou seja, os Barões não querem mais ficar restritos à pisadinha — som que é derivação do forró e embala uma dança em que se pisa com força. “A gente está sempre querendo se reinventar, mas sem perder nossa originalidade”, afirma Rodrigo em entrevista ao g1.
Single 'Camila', dos Barões da Pisadinha
Divulgação
Menos pisadinha
Ao contrário das músicas que os alçaram à fama, as novas canções dos Barões trazem arranjos instrumentais mais encorpados. A mudança é perceptível já no primeiro single do disco, “Camila”.
Lançada em junho, a faixa tem solinhos envolventes de saxofone, triângulo, sanfona, baixo, guitarra e backing vocals femininos. Diferentemente do piseiro, o teclado aqui não é o foco, e não há caixa de bateria eletrônica.
“‘Camila’ ficou a cara de um xotezinho pé-de-serra. Bem para cima, animado”, define Felipe, ao comentar a produção da canção. A letra é engraçada — fala de alguém que pagou a corrida do Uber para a namorada e, em troca, levou um chifre: ela pegou o motorista.
Essa temática de coração desiludido mantém a lírica da sofrência pela qual os Barões são conhecidos. A novidade está mesmo na melodia, que dispensa até a introdução idêntica seus primeiros hits.
“A gente tem que se reinventar. Não queremos que o público nos enxergue como uma banda de um ritmo só”, explica Felipe.
Desde que estouraram em meio à pandemia de 2020, os músicos fazem feats que unem o som da pisadinha a gêneros como sertanejo, agronejo e funk. Mas desta vez, eles prometem um álbum inteiro de mesclas.
(À esq.) Felipe Barão e (à dir.) Rodrigo Barão, dupla dos Barões da Pisadinha
Divulgação
Hits e 'negócio digital'
Essa nova fase dos Barões os aproxima do chamado forró estilizado — tocado por grupos como Aviões do Forró e Calcinha Preta. Assim como o piseiro, essa é uma vertente eletrônica, mas com vários instrumentos e superproduções.
Os músicos explicam que parte dessa mudança tem a ver com sua ascensão social pós-fama. “Antes, a gente só tinha um microfone, um fonezinho de 100 reais para gravar e um colchão”, conta Felipe.
Por ter uma estrutura mais simples do que os grupos de forró estilizado e forró raiz, os artistas de piseiro nem sempre foram bem-vistos. O ritmo, que surgiu no sertão baiano nos anos 2000, vive agora um momento de maior valorização popular no país.
"É muito bom ver tantos artistas de pisadinha fazerem sucesso, porque essa é uma música bem regional que estourou", afirma Rodrigo. Ele e Felipe se veem como peças importantes no processo de explosão do ritmo, que hoje tem cantores de sucesso estrondoso como João Gomes e Zé Vaqueiro.
Apesar da maior valorização do ritmo, emplacar hits do gênero se tornou uma tarefa mais competitiva e, consequentemente, mais difícil. Os Barões contam que sentem dificuldade para se manter em alta.
"Está mais difícil acertar. Antes, as músicas ficavam no mercado seis meses, oito meses, um ano... Hoje, é muito rápido", diz Felipe. Após concordar com o amigo, Rodrigo nega que se abale por essa dificuldade e diz que eles não estão em busca de recuperar ou superar números de audiência já alcançados.
"Tem galera que sonha em ter fama, mas a gente sonhava apenas em se sustentar. Nem sabia o que era 'negócio digital'. Quando falavam que uma música entrava no Top 100, a gente não sabia o que era. A fama nunca subiu à nossa cabeça, pode ter mudado algumas ideias, mas a gente não se sente pressionado", diz Rodrigo.
No início do sucesso dos Barões, eram os fãs da dupla que colocavam as canções nas plataformas digitais. Tudo de forma amadora. Foi só após eles assinarem contrato com a Sony que as faixas passaram a ser lançadas de forma oficial. Mas atualmente algumas estão fora do ar.
Play nos Barões
Desde 2022, os músicos disputam os direitos da faixa "Linda Demais" — um homem chamado Joselito Gomes dos Santos afirma ser o verdadeiro compositor. Em junho, a 21ª Câmara de Direito Privado do TJRJ deu razão aos Barões, e o colegiado decretou mais tempo para analisar o caso. A música não está disponível nos serviços digitais.
Outras faixas da dupla, como "Mamãe que é mamãe", "Vaqueiro Atualizado" e "Salto 15" também aparecem fora do ar. Questionados, os Barões disseram não saber o motivo. A Sony não respondeu ao contato.
O disco "Forró Desmantelado" ainda não tem data de lançamento. Os músicos garantem que a energia contagiante das canções continua intacta, apesar das mudanças.
"Camila" parece um bom termômetro do que virá.
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