Após recorde em exportações, empresas e produtores rurais do interior de SP temem prejuízos com tarifa dos EUA

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'Tarifaço' de Donald Trump pode impactar exportadores do interior de SP
Empresas instaladas em Sorocaba (SP) e produtores rurais de Itapetininga (SP) avaliam de que forma a taxação anunciada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pode impactar os negócios brasileiros e temem prejuízos.
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Bruno Silvestre, proprietário de uma empresa especializada em assessoria para exportação, diz que os funcionários atuam para analisar possíveis cenários para as 500 empresas atendidas. Ele acredita que o ritmo de exportações pode desacelerar caso a taxação americana seja concretizada.
"O produto brasileiro vai ficar mais caro nos Estados Unidos, obviamente, a gente vai exportar menos, vai gerar menos emprego. Você fica com estoque grande e isso gera uma apreensão. Você tem todo o investimento para exportação pra aquela localidade", avalia o empresário.
A preocupação se estende para o setor industrial. O diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, ressalta que com a taxação os itens produzidos em Sorocaba podem ficar mais caros e perder espaço fora do Brasil.
"De Sorocaba, 8,5% de tudo que é exportado vai para os Estados Unidos. De modo geral, vai ter um impacto bastante forte, ou seja, o custo do produto que sai de Sorocaba para chegar aos Estados Unidos vai ficar inviável. Provavelmente, vai ter rompimento de contrato e isso vai fazer com que as empresas aqui instaladas que exportam tenham dificuldades financeiras e também pode gerar desemprego, lamentavelmente", explica.
Sorocaba foi a 3ª cidade do interior de São Paulo que mais exportou em junho deste ano, segundo dados divulgados pela prefeitura. Os negócios fechados entre as empresas da cidade com as que ficam fora do país cresceram quase 73%, comparando junho de 2025 com o mesmo mês do um ano passado.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram US$ 276,5 milhões negociados em exportações em junho deste ano, contra US$ 159,9 milhões em junho do ano passado.
Especialistas avaliam que a preocupação é que a taxação do governo americano possa acabar com o bom desempenho.
Os itens mais exportados de Sorocaba para outros países foram automóveis, parte e acessórios de veículos e maquinário usado para colheita. Os principais destinos das exportações foram Argentina (US$ 164,3 milhões), Colômbia (US$ 36,8 milhões) e Estados Unidos (US$ 15,8 milhões).
Sorocaba (SP) teve aumento de produtos exportados em junho deste ano em comparação com junho do ano passado
TV TEM
Caso a taxação americana aumente, os preços dos produtos de Sorocaba podem ficar mais caros e, com menos competitividade, podem perder espaço para as negociações feitas fora do país, conforme o diretor.
"Afeta o município que vive dos impostos que são tributados com essas exportações e se você tem problema com os tributos na arrecadação do município você pode ter menos dinheiro pra saúde pra educação e a vida de cada trabalhador cada trabalhador se tiver desemprego ele também não vai comprar mais não vai comprar um apartamento ou seja mexe com toda a economia de modo geral o impacto muito forte", ressalta Erly.
Taxação anunciada por governo americano pode impactar empresas instaladas em Sorocaba (SP)
Rodrigo Santos/TV TEM
Bruno Santana, secretário de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba, diz que prefeitura diz já analisa como pode atuar dentro do município para minimizar os efeitos na economia local,
"A lei de incentivo fiscal é muito atrativa para as empresas que vem se instalar em Sorocaba, por isso nós temos tido uma procura muito alta de empresas se instalando. Vale a pena ressaltar que as empresas que estão instaladas em Sorocaba e que ainda não têm incentivo fiscal, podem pleitear esse benefício conosco, para que a gente continue numa crescente na questão de empregabilidade, mesmo que um setor possa diminuir, se correr esse risco, nós queremos ter vagas disponíveis ainda que em outros setores", explica.
Impactos no agronegócio
Em Itapetininga, a preocupação com a taxação recai principalmente sobre os agricultores. Só no primeiro semestre deste ano, as empresas do agronegócio instaladas no município exportaram o equivalente a US$ 229 milhões, valor que já supera todo o volume exportado em 2024, que foi de US$ 199 milhões. Desse total, US$ 2,9 milhões correspondem às exportações destinadas aos Estados Unidos. A China foi o principal destino das exportações da cidade no primeiro semestre de 2025.
A possível cobrança da tarifa de 50% para os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos tem exigido planejamentos e novas estratégias ao setor. A tarifa anunciada passa a valer a partir de 1º de agosto.
O produtor rural Donizete Paifer possui uma plantação de 200 hectares de milho e trigo em uma fazenda em Itapetininga. Além da preocupação com a taxação sobre as exportações, o empresário também teme o aumento no custo de insumos importados, por causa de uma possível alta do dólar.
"A economia brasileira é muito sensível e a gente pode ter um impacto forte em cima disso. Como todos os nossos insumos são importados à base de dólar, a gente tem uma preocupação gigante com o encarecimento desses itens", pontua.
Os Estados Unidos vêm registrando um dos maiores superávits comerciais com o Brasil, ou seja, os norte-americanos vendem muito mais produtos para o mercado brasileiro do que compram.
Itapetininga (SP) se destaca nas exportações de empresas do agronegócio. Possível cobrança da tarifa de 50% para os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos tem exigido planejamentos e novas estratégias ao setor
Paulo Oliveira/TV TEM
Economistas apontam que, além do impacto econômico, a tarifa norte-americana também revela um desgaste na relação diplomática entre os dois países.
Para Fábio de Oliveira Cruz, consultor em gerenciamento de risco, o cenário é de risco, mas também de oportunidade, pois a aproximação com o mercado asiático se torna uma possibilidade de novos negócios.
"A China tende a comprar mais soja brasileira, e isso acaba valorizando os preços a curto prazo. Isso pode, aos poucos, ser desenhado para as próximas safras de soja. São cenários de riscos, cenários que trazem risco de perdas maiores e cenários que trazem oportunidade".
Mesmo antes da taxa ser aplicada, especialistas afirmam que é importante traçar um plano para evitar uma possível crise.
"Entender qual que é o seu custo, qual que é o seu ponto de partida, o que você precisa ter de resultado para trazer rentabilidade para a sua produção. Quando você tem esse número na mão, acaba que tem um chão. Esteja o preço hoje favorável ou desfavorável em relação aos últimos preços. Mas entender que aquilo pode ser bom para a sua produção, é um jeito de trazer pra racionalidade para o nosso negócio em meio a tantas incertezas no mercado agrícola", analisa o consultor.
Agricultores de Itapetininga (SP) avaliam impactos que taxação americana pode trazer ao setor
Paulo Oliveira/TV TEM
Lei da Reciprocidade é assinada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira (14) o decreto que regulamenta a chamada Lei da Reciprocidade. A medida é apontada como alternativa para o Brasil reagir ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O decreto vai estabelecer os procedimentos que devem ser adotados para a aplicação da lei e cria um comitê formado por representantes do governo e empresários para discutir o tarifaço.
A Lei da Reciprocidade foi aprovada pelo Congresso Nacional em abril deste ano. Antes da lei, não havia um arcabouço que permitia ao governo retaliar outro país por medidas dessa natureza — somente recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O decreto será publicado na edição desta terça-feira (15) do Diário Oficial da União. O governo não divulgou o conteúdo.
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Empresas instaladas em Sorocaba (SP) e produtores rurais de Itapetininga (SP) avaliam de que forma a taxação anunciada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pode impactar os negócios brasileiros e temem prejuízos.
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Bruno Silvestre, proprietário de uma empresa especializada em assessoria para exportação, diz que os funcionários atuam para analisar possíveis cenários para as 500 empresas atendidas. Ele acredita que o ritmo de exportações pode desacelerar caso a taxação americana seja concretizada.
"O produto brasileiro vai ficar mais caro nos Estados Unidos, obviamente, a gente vai exportar menos, vai gerar menos emprego. Você fica com estoque grande e isso gera uma apreensão. Você tem todo o investimento para exportação pra aquela localidade", avalia o empresário.
A preocupação se estende para o setor industrial. O diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, ressalta que com a taxação os itens produzidos em Sorocaba podem ficar mais caros e perder espaço fora do Brasil.
"De Sorocaba, 8,5% de tudo que é exportado vai para os Estados Unidos. De modo geral, vai ter um impacto bastante forte, ou seja, o custo do produto que sai de Sorocaba para chegar aos Estados Unidos vai ficar inviável. Provavelmente, vai ter rompimento de contrato e isso vai fazer com que as empresas aqui instaladas que exportam tenham dificuldades financeiras e também pode gerar desemprego, lamentavelmente", explica.
Sorocaba foi a 3ª cidade do interior de São Paulo que mais exportou em junho deste ano, segundo dados divulgados pela prefeitura. Os negócios fechados entre as empresas da cidade com as que ficam fora do país cresceram quase 73%, comparando junho de 2025 com o mesmo mês do um ano passado.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram US$ 276,5 milhões negociados em exportações em junho deste ano, contra US$ 159,9 milhões em junho do ano passado.
Especialistas avaliam que a preocupação é que a taxação do governo americano possa acabar com o bom desempenho.
Os itens mais exportados de Sorocaba para outros países foram automóveis, parte e acessórios de veículos e maquinário usado para colheita. Os principais destinos das exportações foram Argentina (US$ 164,3 milhões), Colômbia (US$ 36,8 milhões) e Estados Unidos (US$ 15,8 milhões).
Sorocaba (SP) teve aumento de produtos exportados em junho deste ano em comparação com junho do ano passado
TV TEM
Caso a taxação americana aumente, os preços dos produtos de Sorocaba podem ficar mais caros e, com menos competitividade, podem perder espaço para as negociações feitas fora do país, conforme o diretor.
"Afeta o município que vive dos impostos que são tributados com essas exportações e se você tem problema com os tributos na arrecadação do município você pode ter menos dinheiro pra saúde pra educação e a vida de cada trabalhador cada trabalhador se tiver desemprego ele também não vai comprar mais não vai comprar um apartamento ou seja mexe com toda a economia de modo geral o impacto muito forte", ressalta Erly.
Taxação anunciada por governo americano pode impactar empresas instaladas em Sorocaba (SP)
Rodrigo Santos/TV TEM
Bruno Santana, secretário de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba, diz que prefeitura diz já analisa como pode atuar dentro do município para minimizar os efeitos na economia local,
"A lei de incentivo fiscal é muito atrativa para as empresas que vem se instalar em Sorocaba, por isso nós temos tido uma procura muito alta de empresas se instalando. Vale a pena ressaltar que as empresas que estão instaladas em Sorocaba e que ainda não têm incentivo fiscal, podem pleitear esse benefício conosco, para que a gente continue numa crescente na questão de empregabilidade, mesmo que um setor possa diminuir, se correr esse risco, nós queremos ter vagas disponíveis ainda que em outros setores", explica.
Impactos no agronegócio
Em Itapetininga, a preocupação com a taxação recai principalmente sobre os agricultores. Só no primeiro semestre deste ano, as empresas do agronegócio instaladas no município exportaram o equivalente a US$ 229 milhões, valor que já supera todo o volume exportado em 2024, que foi de US$ 199 milhões. Desse total, US$ 2,9 milhões correspondem às exportações destinadas aos Estados Unidos. A China foi o principal destino das exportações da cidade no primeiro semestre de 2025.
A possível cobrança da tarifa de 50% para os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos tem exigido planejamentos e novas estratégias ao setor. A tarifa anunciada passa a valer a partir de 1º de agosto.
O produtor rural Donizete Paifer possui uma plantação de 200 hectares de milho e trigo em uma fazenda em Itapetininga. Além da preocupação com a taxação sobre as exportações, o empresário também teme o aumento no custo de insumos importados, por causa de uma possível alta do dólar.
"A economia brasileira é muito sensível e a gente pode ter um impacto forte em cima disso. Como todos os nossos insumos são importados à base de dólar, a gente tem uma preocupação gigante com o encarecimento desses itens", pontua.
Os Estados Unidos vêm registrando um dos maiores superávits comerciais com o Brasil, ou seja, os norte-americanos vendem muito mais produtos para o mercado brasileiro do que compram.
Itapetininga (SP) se destaca nas exportações de empresas do agronegócio. Possível cobrança da tarifa de 50% para os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos tem exigido planejamentos e novas estratégias ao setor
Paulo Oliveira/TV TEM
Economistas apontam que, além do impacto econômico, a tarifa norte-americana também revela um desgaste na relação diplomática entre os dois países.
Para Fábio de Oliveira Cruz, consultor em gerenciamento de risco, o cenário é de risco, mas também de oportunidade, pois a aproximação com o mercado asiático se torna uma possibilidade de novos negócios.
"A China tende a comprar mais soja brasileira, e isso acaba valorizando os preços a curto prazo. Isso pode, aos poucos, ser desenhado para as próximas safras de soja. São cenários de riscos, cenários que trazem risco de perdas maiores e cenários que trazem oportunidade".
Mesmo antes da taxa ser aplicada, especialistas afirmam que é importante traçar um plano para evitar uma possível crise.
"Entender qual que é o seu custo, qual que é o seu ponto de partida, o que você precisa ter de resultado para trazer rentabilidade para a sua produção. Quando você tem esse número na mão, acaba que tem um chão. Esteja o preço hoje favorável ou desfavorável em relação aos últimos preços. Mas entender que aquilo pode ser bom para a sua produção, é um jeito de trazer pra racionalidade para o nosso negócio em meio a tantas incertezas no mercado agrícola", analisa o consultor.
Agricultores de Itapetininga (SP) avaliam impactos que taxação americana pode trazer ao setor
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Lei da Reciprocidade é assinada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira (14) o decreto que regulamenta a chamada Lei da Reciprocidade. A medida é apontada como alternativa para o Brasil reagir ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O decreto vai estabelecer os procedimentos que devem ser adotados para a aplicação da lei e cria um comitê formado por representantes do governo e empresários para discutir o tarifaço.
A Lei da Reciprocidade foi aprovada pelo Congresso Nacional em abril deste ano. Antes da lei, não havia um arcabouço que permitia ao governo retaliar outro país por medidas dessa natureza — somente recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O decreto será publicado na edição desta terça-feira (15) do Diário Oficial da União. O governo não divulgou o conteúdo.
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