Primeiras mulheres se formam em graduação de ciência de dados e IA, na UFPB: 'sensação de dever cumprido'

Trajetórias incluem mudança de carreira, luta por inclusão e até mesmo superação de perdas. UFPB forma primeiras mulheres no curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial
Arquivo Pessoal / Elaine Franco / Dayane Freitas
Pela primeira vez, mulheres se formaram no curso de ciência de dados e Inteligência Artificial (IA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A colação de grau aconteceu na primeria semana deste mês de julho e marca um avanço na presença feminina em um dos setores mais demandados da tecnologia no estado.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp
O curso, que foi lançado em 2020 e faz parte do Centro de Informática da universidade, tem sido uma porta de entrada para quem deseja atuar com análise de dados, algoritmos e soluções baseadas em inteligência artificial. Até então, nenhuma mulher havia concluído a formação na Paraíba.
'O curso me abriu muitas portas bem antes de me formar'
Elaine Franco, de 33 anos, está entre as primeiras mulheres a concluir o curso na UFPB.
Arquivo Pessoal / Elaine Franco
Entre as formandas está Elaine Franco, de 33 anos. Antes de chegar à Ciência de Dados, ela já havia concluído duas graduações em enfermagem, mas conta que ainda sentia que algo faltava.
“Depois que me formei, senti que ainda faltava alguma coisa e não estava realizada. Eu vim da enfermagem, amo de paixão, mas foi muito desgastante, físico e mentalmente, quando me formei. Os desafios foram inúmeros. Por não ser uma primeira graduação, a gente encara as coisas de maneira muito diferente”, afirmou.
Inicialmente, ela ingressou no curso de Engenharia da Computação. Foi nesse período que a graduação em Ciência de Dados surgiu na universidade. “Vi que se encaixava perfeitamente com o que eu queria para minha vida, então decidi fazer a reopção de curso. O curso me abriu muitas portas bem antes de me formar. Eu me vejo progredindo na área”, revela Elaine Franco.
A cientista conta que o caminho até o diploma foi cheio de obstáculos. Elaine trabalhou em três lugares ao mesmo tempo no início da nova graduação, reprovou em quase todas as disciplinas no primeiro período e precisou se mudar para mais perto da universidade. “Levava mais de duas horas para chegar às aulas.” Também enfrentou a pandemia, dificuldades financeiras e perdeu a mãe após anos de tratamento contra o câncer.
Além disso, a presença feminina no curso ainda é minoria, e isso impactou a vivência das alunas ao longo da graduação. Para Elaine, isso se tornou também um motivo para seguir.
“A gente passa o curso todo rodeada de homens e tem poucas referências femininas. Chegando aqui, a gente percebe que se torna também referência para aquelas que estão no início do curso ou aquelas que querem ingressar na área".
Referência para outras mulheres
Dayane Freitas também concluiu o curso nesta turma, na UFPB
Arquivo Pessoal / Dayane Freitas
Dayane Freitas, de 24 anos, também concluiu o curso nesta turma. Ela conta que sua caminhada foi marcada por decisões difíceis e a vontade de transformar sua realidade por meio da educação. A colação de grau veio como um símbolo de esforço, recomeço e resistência.
“É muito gratificante. Eu tô com a sensação de dever cumprido, mas não para aqui, obviamente. Acho que meu propósito de vida é incentivar também outras mulheres para esse mercado de trabalho”, declara.
A nova cientista de dados já aponta para o futuro e reforça o compromisso com a própria formação. “Daqui por diante vou me aprofundar mais em cursos referentes à área. Não para por aqui, porque a tecnologia tá sempre se movimentando.”
Ao ser questionada sobre o que a motivou a escolher esse curso e buscar uma carreira na tecnologia, ela respondeu: "A motivação inicial foi perceber que vivemos em um mundo que gera uma quantidade absurda de informações, e eu queria ser a pessoa capaz de dar sentido a tudo isso".
Curso recente e mudanças no perfil da tecnologia
A professora de computação, Yuska Aguiar, do Centro de Informática da UFPB, reforça que existe um movimento dentro da universidade para ampliar a presença de mulheres na área. “A gente tem todo um esforço pra fazer com que as mulheres estejam mais presentes nas áreas tecnológicas.”
Ela lembra que, embora a tecnologia ainda seja vista como uma área masculina, essa percepção está sendo revista.
“A área de tecnologia às vezes é entendida como algo mais direcionado para homens, mas isso é algo a cair, porque realmente não tem essa predominância no sentido das habilidades necessárias para desenvolver a profissão. Todas as pessoas são capazes de se formar, desde que tenham dedicação”, explica.
*Sob supervisão de Jhonathan Oliveira
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
Arquivo Pessoal / Elaine Franco / Dayane Freitas
Pela primeira vez, mulheres se formaram no curso de ciência de dados e Inteligência Artificial (IA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A colação de grau aconteceu na primeria semana deste mês de julho e marca um avanço na presença feminina em um dos setores mais demandados da tecnologia no estado.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp
O curso, que foi lançado em 2020 e faz parte do Centro de Informática da universidade, tem sido uma porta de entrada para quem deseja atuar com análise de dados, algoritmos e soluções baseadas em inteligência artificial. Até então, nenhuma mulher havia concluído a formação na Paraíba.
'O curso me abriu muitas portas bem antes de me formar'
Elaine Franco, de 33 anos, está entre as primeiras mulheres a concluir o curso na UFPB.
Arquivo Pessoal / Elaine Franco
Entre as formandas está Elaine Franco, de 33 anos. Antes de chegar à Ciência de Dados, ela já havia concluído duas graduações em enfermagem, mas conta que ainda sentia que algo faltava.
“Depois que me formei, senti que ainda faltava alguma coisa e não estava realizada. Eu vim da enfermagem, amo de paixão, mas foi muito desgastante, físico e mentalmente, quando me formei. Os desafios foram inúmeros. Por não ser uma primeira graduação, a gente encara as coisas de maneira muito diferente”, afirmou.
Inicialmente, ela ingressou no curso de Engenharia da Computação. Foi nesse período que a graduação em Ciência de Dados surgiu na universidade. “Vi que se encaixava perfeitamente com o que eu queria para minha vida, então decidi fazer a reopção de curso. O curso me abriu muitas portas bem antes de me formar. Eu me vejo progredindo na área”, revela Elaine Franco.
A cientista conta que o caminho até o diploma foi cheio de obstáculos. Elaine trabalhou em três lugares ao mesmo tempo no início da nova graduação, reprovou em quase todas as disciplinas no primeiro período e precisou se mudar para mais perto da universidade. “Levava mais de duas horas para chegar às aulas.” Também enfrentou a pandemia, dificuldades financeiras e perdeu a mãe após anos de tratamento contra o câncer.
Além disso, a presença feminina no curso ainda é minoria, e isso impactou a vivência das alunas ao longo da graduação. Para Elaine, isso se tornou também um motivo para seguir.
“A gente passa o curso todo rodeada de homens e tem poucas referências femininas. Chegando aqui, a gente percebe que se torna também referência para aquelas que estão no início do curso ou aquelas que querem ingressar na área".
Referência para outras mulheres
Dayane Freitas também concluiu o curso nesta turma, na UFPB
Arquivo Pessoal / Dayane Freitas
Dayane Freitas, de 24 anos, também concluiu o curso nesta turma. Ela conta que sua caminhada foi marcada por decisões difíceis e a vontade de transformar sua realidade por meio da educação. A colação de grau veio como um símbolo de esforço, recomeço e resistência.
“É muito gratificante. Eu tô com a sensação de dever cumprido, mas não para aqui, obviamente. Acho que meu propósito de vida é incentivar também outras mulheres para esse mercado de trabalho”, declara.
A nova cientista de dados já aponta para o futuro e reforça o compromisso com a própria formação. “Daqui por diante vou me aprofundar mais em cursos referentes à área. Não para por aqui, porque a tecnologia tá sempre se movimentando.”
Ao ser questionada sobre o que a motivou a escolher esse curso e buscar uma carreira na tecnologia, ela respondeu: "A motivação inicial foi perceber que vivemos em um mundo que gera uma quantidade absurda de informações, e eu queria ser a pessoa capaz de dar sentido a tudo isso".
Curso recente e mudanças no perfil da tecnologia
A professora de computação, Yuska Aguiar, do Centro de Informática da UFPB, reforça que existe um movimento dentro da universidade para ampliar a presença de mulheres na área. “A gente tem todo um esforço pra fazer com que as mulheres estejam mais presentes nas áreas tecnológicas.”
Ela lembra que, embora a tecnologia ainda seja vista como uma área masculina, essa percepção está sendo revista.
“A área de tecnologia às vezes é entendida como algo mais direcionado para homens, mas isso é algo a cair, porque realmente não tem essa predominância no sentido das habilidades necessárias para desenvolver a profissão. Todas as pessoas são capazes de se formar, desde que tenham dedicação”, explica.
*Sob supervisão de Jhonathan Oliveira
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
2 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0