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Após 9 anos, morador de Campinas relembra microexplosão que fez parede cair em cima de berço da neta: 'Graças a Deus ela não veio'

Após 9 anos, morador de Campinas relembra microexplosão que fez parede cair em cima de berço da neta: 'Graças a Deus ela não veio'
Fenômeno atingiu a metrópole na madrugada de 5 de junho de 2016. Ninguém morreu, mas nuvem de toneladas de água, gelo e ventos acima dos 100 km/h deixou estragos em três regiões da cidade. 'TBT' Relembre a "microexplosão" que assustou moradores de Campinas em 2016
Depois de nove anos, Moradores de Campinas (SP) relembram dificuldades vividas por conta da microexplosão que provocou raios e ventos de pelo menos 100 km/h, destelhou casas e causou estragos pela metrópole. Veja no vídeo acima.
O supervisor de vendas Sérgio Roberto Botecchia relata que, com a microexplosão, uma parede caiu em cima do berço da neta, que estava vazio. "Naquele dia era para a minha neta ter vindo para casa, graças a Deus que ela não veio", afirma.
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O fenômeno atingiu Campinas na madrugada do dia 5 de junho de 2016. Ninguém morreu, mas a nuvem de toneladas de água, gelo e ventos acima dos 100 km/h deixou estragos em três regiões da metrópole.
Foram 1.450 raios em quase sete horas de tempestade, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As áreas mais atingidas pelas microexplosões foram as regiões do Taquaral, Vila Nogueira e Sousas.
Sobreposição de fotos entre as 00:21h e 00:25h da madrugada do dia 05 mostra a chuva elétrica na cidade
Divulgação/Rafael Coutinho
Relatos
Em entrevista à EPTV, afiliada TV Globo, Sérgio conta que a neta, ainda bebê, seria levada para a casa dele no dia da microexplosão, o que acabou não acontecendo.
"Naquele dia era para a minha neta ter vindo para casa, graças a Deus que ela não veio. Em cima do berço caiu uma parte de uma parede, caiu em cima. Eu deixo tudo. Nós tínhamos uma cachorra, a Nanes, que ela travou, travou do pescoço para baixo. Teve um trauma e acabamos tendo que sacrificar", relata.
O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ely Carneiro de Paiva, narra que chegou a pensar que o prédio fosse cair com o temporal.
"A gente não esquece, né? Muitas portas de vidro estouradas, caco de vidro em cima da geladeira. Ficou sem energia, acho que 4 ou 5 dias. A reconstrução, acho que demorou alguns meses. A minha esposa estava dormindo e os meninos estavam acordados ainda, achando tudo bonito. E depois foi aumentando, aumentando. Na hora eu achei que o prédio ia cair", comenta.
Casas tiveram telhados arrancados pela força do vento
Reprodução/EPTV
Para a metereologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, Ana Ávila, o horário e o dia em que a microexplosão ocorreu contribuíram para que não houvessem vítimas.
"Poucas pessoas na rua, não tinham crianças nas escolas, senão seria realmente uma tragédia sem precedentes", afirma a meteorologista.
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Com a tempestade, o educandário do Centro Espírita Allan Kardec teve a estrutura danificada. Segundo o presidente do Centro, Paulo Edson Figueiredo Pontes, a cobertura explodiu, e telhas, madeiramento e instação elétrica foram arrancadas.
"Muitas pessoas nos procuraram para oferecer ajuda, traziam recurso, material de construção, e a gente conseguiu vencer num tempo recorde. Em torno de 60 dias, a gente conseguiu concluir e retomar as atividades", diz o presidente.
Sérgio conta que o custo do material e de profissionais necessários para reformas aumentou no período. "Mão de obra triplicou o valor. Material que custava 10 passou a custar 50. A gente está fazendo, tem muita coisa para ser feita", explica.
Porém, ele celebra a ajuda que recebeu logo após o ocorrido, vinda até de pessoas que ele nem conhecia, e agradece pelo apoio.
"É impressionante como tem gente boa nesse mundo. Apareceu gente de todo lugar. Colocar lona no telhado, ajudar a carregar móvel para baixo. Vamos dormir na casa de pessoas aqui próximas. De repente caía algum dinheiro na conta. Aproveito a oportunidade para agradecer essas pessoas. Tem muita gente que eu nem sei quem é", comenta.
Área do Galleria Shopping, em Campinas, ficou destruída após microexplosão em 2016
Reprodução/EPTV
Rastro de destruição
As microexplosões que atingiram Campinas, em junho de 2016, deixaram um rastro de destruição ao longo da trajetória. Confira os estragos provocados pelo fenômeno abaixo:
450 casas atingidas
Mil árvores caíram
3 escolas públicas afetadas
Mil toneladas de troncos e galhos retirados após as primeiras horas
1,2 mil homens trabalharam na limpeza
120 caminhões e 40 máquinas, além de 100 motosserras usados na limpeza
1.450 raios foram registrados em sete horas de chuva naquele dia
Os ventos ficaram entre 100 km/h e 120 km/h
Campinas teve série de danos após microexplosão e temporal em 2016
Carlos Bassan/PMC
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