Solidariedade ajuda a manter a tradição dos doces da Festa do Divino de Mogi das Cruzes

Abelhinhas e zangões comandam a produção artesanal dos doces de laranja azeda, mamão, abóbora e batata-doce. Oferecer todas as opções é um grande desafio já que algumas dessas frutas não são encontradas com facilidade no supermercado ou feira. Abelhinhas trabalham na produção do doce de laranja na Casa da Festa em Mogi das Cruzes
Maria Salas/Arquivo
É com mãos cheias de amor e pitadas de solidariedade que os doces da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes são produzidos. Eles são tradicionais e fazem parte da memória afetiva dos visitantes da quermesse.
Mas encher todos os anos os potinhos com os doces de laranja azeda, mamão, abóbora e batata-doce é um grande desafio.
Isso porque algumas dessas frutas não são encontradas com facilidade no supermercado ou feira.
E aí a esperança para manter a tradição é contar com a solidariedade de produtores rurais e devotos que doam as frutas, especialmente, a laranja e o mamão verde.
A produção é artesanal, o doce de laranja, por exemplo, leva dez dias para ficar pronto. Tudo sempre preparado pelo time incansável de abelhinhas e zangões.
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A Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes de 2025, será realizada de 29 de maio a 8 de junho, comemorando 412 anos de fé e devoção da festividade religiosa e folclórica.
O tema da festa será “Divino Espírito Santo e São Francisco, nosso irmão! Ensinai-nos a contemplar o esplendor da criação”.
O evento será comandado pelo festeiro João Pedro Mota e pelos capitães-de-mastro Lizandro Leonardo da Silva Corrêa e Patrícia Aparecida do Espírito Santo Corrêa.
Laranja azeda e mamão verde
O presidente da Associação Pró-Festa do Divino, Marcelo Braz, explicou que o doce de laranja é um dos mais procurados da festa, porém o mais escasso. Isso porque a laranja azeda usada na produção não é vendida em feiras ou supermercados.
Outra dificuldade apontada por Braz para conseguir a fruta todos os anos é que os poucos pés de laranja azeda que existem no Alto Tietê estão em sua maioria, envelhecidos e, por isso, produzem pouco.
Como apenas a casca é aproveitada e a polpa é descartada, muitos agricultores não cultivam mais a fruta, informou Braz. Ele contou que em 2024, a Associação recebeu apenas quatro sacos da fruta.
Outro doce tradicional que também é difícil de produzir é o de mamão verde. Isso acontece porque é um tipo de mamão diferente do papaya ou do formosa.
Em 2024, foram recebidos 300 quilos do fruto. Já para este ano, a Associação Pró-Divino vai contar com doações de mamão verde da Comunidade Rosa Mística.
"[...] Esses doces são produzidos com as frutas que chegam por meio de doação, muitas vezes, é feita por pessoas que plantam essas frutas em seus sítios ou casas. Ou seja, há produção somente em caso de que se ganhem essas frutas, porque não há disponível para a venda", destacou Marcelo.
Abóbora e batata-doce
Em compensação a produção dos doces de abóbora e batata doce é mais fácil. Isso porque a organização consegue comprar com facilidade esses itens nos supermercados e feiras.
No ano passado, a Associação comprou quase 4 toneladas de abóbora para garantir a produção. As doações recebidas ficaram entre 50 a 60 quilos.
A batata-doce teve dez sacos arrecadados no último ano. Apesar disso, o doce feito com ela não tem tanta saída quanto os demais. Além das frutas, a produção também depende de doações de açúcar, que nem sempre são suficientes.
“Só lembrando, para quem puder doar, todo o valor dos doces é revertido para entidades sociais", completou o diretor.
Os interessados em fazer doações para Festa do Divino podem ligar no 4790-6835 ou entregar os itens na Associação Pró-Festa do Divino, que fica na avenida Francisco Rodrigues Filho, 1232, Vila Mogilar, Mogi das Cruzes.
*estagiária sob supervisão de Gladys Peixoto
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