Papável favorito: quem é Pietro Perolin, o cardeal diplomata que está 'na linha de frente' das casas de apostas

Secretário de Estado do papa Francisco, o clérigo italiano, de 70 anos, liderou esforços do Vaticano para se tornar um ator diplomático de primeira relevância no mundo. Principal diplomata da Igreja Católica, é visto como pragmático e discreto. Cardeal Pietro Parolin, italiano, diplomata do Vaticano, 70 anos
Vatican News/Divulgação
Logo que surgiram as primeiras especulações de quem poderia substituir o papa Francisco, o nome de Pietro Parolin chegou rapidanemten à liderança das principais casas de apostas. Desde então, o italiano segue o "primeiro" na fila dos papáveis e ainda é o nome mais cotado por apostadores.
O favoritismo de Parolin se explica principalmente pela posição que ocupava até a morte de Francisco: aos 70 anos, o cardeal serviu como secretário de Estado do pontífice argentino durante todo o seu papado.
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O cargo é uma espécie de primeiro-ministro do Vaticano, também chamado informalmente de "vice-papa", o que faria de Parolin um candidato natural, já que as principais análises apontam para um nome que dê continuidade ao trabalho do papa Francisco.
Mas este não é o único atributo do cardeal italiano de uma pequena cidade na região do Vêneto que lhe confere a "liderança" das apostas: Perolin é também conhecido como o grande "diplomata" do Vaticano.
Além de ter sido o vice-ministro das Relações Exteriores de Bento XVI e embaixador do Vaticano na Venezuela, ele de fato atuou na diplomacia da Igreja Católica durante a maior parte de sua vida — e esse foi justamente um dos motivos para ser escolhido por Francisco como seu vice.
Um dos grandes focos do papado do pontífice argentino foi aumentar o protagonismo do Vaticano na mediação de conflitos pelo mundo e tornar a Igreja Católica um ator importante na diplomacia mundial.
Foi sob Francisco — e, portanto, com os esforços de Perolin — que a diplomacia da Santa Sé de um "salto": passou, por exemplo, de negociar a soltura de presos políticos em Cuba para propor intermediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia em 2022, o principal conflito da época.
Parolin também foi o principal "arquiteto" da reaproximação histórica do Vaticano com a China, com quem a Igreja Católica sempre teve uma relação conturbada, e o Vietnã.
Mas a mediação com a China comunista pode fazer Parolin perder votos na ala conservadora da igreja: à época do acordo, clérigos dessa ala criticaram abertamente o cardeal italiano por chegar a um acordo aceitando uma intermediação de Pequim na nomeaeção de bispos e arcebispos na China.
Também na ocasião, Parolin defendeu o acordo, afirmando que, embora não fosse perfeito, proporcionou alguma forma de comunicação com o governo de Pequim.
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Pramatismo
No entanto, foi esse mesmo movimento diplomático que garantiu a também a Parolin um apoio que pode ser decisivo neste conclave: o do chamado "centrão", o grupo de cardeais que não são nem da ala conservadora e nem da mais próxima a Francisco.
São esses cardeais, mais numerosos, que devem decidir a votação e, segundo as principais análises, o grupo busca alguém com perfil pragmático e que dê continuidade à agenda de reformas do papa Francisco.
Parolin é visto como um diplomata discreto e mais pragmático do que conservador ou progressista. Ocasionalmente, ele teve que apagar silenciosamente incêndios causados pelas declarações do falecido papa.
Francisco, um argentino que foi o primeiro papa das Américas, deu entrevistas à mídia e, às vezes, falou de improviso em público.
"Ele (Parolin) sabe como levar um soco pelo número um e pela instituição", disse um clérigo que trabalhou com ele e o conhece há muitos anos à agência de notícias Reuters.
Uma dessas ocasiões recentes foi quando o papa sugeriu, no ano passado, que a campanha militar de Israel em Gaza poderia equivaler a um genocídio. Parolin concordou em se encontrar com o então embaixador israelense no Vaticano, Raphael Schutz, que lhe disse que Israel queria que o papa falasse mais sobre o direito de o país de se defender.
Já quando Francisco disse que a Ucrânia deveria ter a "coragem da bandeira branca" para encerrar a guerra no país, o comentário atraiu críticas generalizadas de aliados de Kiev, mas foi aclamado pela Rússia. Parolin disse discretamente aos diplomatas que o papa queria negociações, não rendição.
Pulso firme
Embora ideologicamente mais próximo do pontífice argentino, Parolin nunca foi um ativista de linha de frente ou "barulhento" nas chamadas Guerras Culturais da Igreja, que se concentravam em questões como aborto e direitos gays. Ele chegou a classificar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em muitos países como "uma derrota para a humanidade".
Em outras questões, como a participação de mulheres em cargos de liderança do Vaticano, ele ficou mais "em cima do muro", mas também já mostrou pulso firme: quando foi embaixador em Caracas, por exemplo, defendeu a Igreja contra as iniciativas do então presidente Hugo Chávez para enfraquecê-la.
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Vatican News/Divulgação
Logo que surgiram as primeiras especulações de quem poderia substituir o papa Francisco, o nome de Pietro Parolin chegou rapidanemten à liderança das principais casas de apostas. Desde então, o italiano segue o "primeiro" na fila dos papáveis e ainda é o nome mais cotado por apostadores.
O favoritismo de Parolin se explica principalmente pela posição que ocupava até a morte de Francisco: aos 70 anos, o cardeal serviu como secretário de Estado do pontífice argentino durante todo o seu papado.
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O cargo é uma espécie de primeiro-ministro do Vaticano, também chamado informalmente de "vice-papa", o que faria de Parolin um candidato natural, já que as principais análises apontam para um nome que dê continuidade ao trabalho do papa Francisco.
Mas este não é o único atributo do cardeal italiano de uma pequena cidade na região do Vêneto que lhe confere a "liderança" das apostas: Perolin é também conhecido como o grande "diplomata" do Vaticano.
Além de ter sido o vice-ministro das Relações Exteriores de Bento XVI e embaixador do Vaticano na Venezuela, ele de fato atuou na diplomacia da Igreja Católica durante a maior parte de sua vida — e esse foi justamente um dos motivos para ser escolhido por Francisco como seu vice.
Um dos grandes focos do papado do pontífice argentino foi aumentar o protagonismo do Vaticano na mediação de conflitos pelo mundo e tornar a Igreja Católica um ator importante na diplomacia mundial.
Foi sob Francisco — e, portanto, com os esforços de Perolin — que a diplomacia da Santa Sé de um "salto": passou, por exemplo, de negociar a soltura de presos políticos em Cuba para propor intermediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia em 2022, o principal conflito da época.
Parolin também foi o principal "arquiteto" da reaproximação histórica do Vaticano com a China, com quem a Igreja Católica sempre teve uma relação conturbada, e o Vietnã.
Mas a mediação com a China comunista pode fazer Parolin perder votos na ala conservadora da igreja: à época do acordo, clérigos dessa ala criticaram abertamente o cardeal italiano por chegar a um acordo aceitando uma intermediação de Pequim na nomeaeção de bispos e arcebispos na China.
Também na ocasião, Parolin defendeu o acordo, afirmando que, embora não fosse perfeito, proporcionou alguma forma de comunicação com o governo de Pequim.
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No entanto, foi esse mesmo movimento diplomático que garantiu a também a Parolin um apoio que pode ser decisivo neste conclave: o do chamado "centrão", o grupo de cardeais que não são nem da ala conservadora e nem da mais próxima a Francisco.
São esses cardeais, mais numerosos, que devem decidir a votação e, segundo as principais análises, o grupo busca alguém com perfil pragmático e que dê continuidade à agenda de reformas do papa Francisco.
Parolin é visto como um diplomata discreto e mais pragmático do que conservador ou progressista. Ocasionalmente, ele teve que apagar silenciosamente incêndios causados pelas declarações do falecido papa.
Francisco, um argentino que foi o primeiro papa das Américas, deu entrevistas à mídia e, às vezes, falou de improviso em público.
"Ele (Parolin) sabe como levar um soco pelo número um e pela instituição", disse um clérigo que trabalhou com ele e o conhece há muitos anos à agência de notícias Reuters.
Uma dessas ocasiões recentes foi quando o papa sugeriu, no ano passado, que a campanha militar de Israel em Gaza poderia equivaler a um genocídio. Parolin concordou em se encontrar com o então embaixador israelense no Vaticano, Raphael Schutz, que lhe disse que Israel queria que o papa falasse mais sobre o direito de o país de se defender.
Já quando Francisco disse que a Ucrânia deveria ter a "coragem da bandeira branca" para encerrar a guerra no país, o comentário atraiu críticas generalizadas de aliados de Kiev, mas foi aclamado pela Rússia. Parolin disse discretamente aos diplomatas que o papa queria negociações, não rendição.
Pulso firme
Embora ideologicamente mais próximo do pontífice argentino, Parolin nunca foi um ativista de linha de frente ou "barulhento" nas chamadas Guerras Culturais da Igreja, que se concentravam em questões como aborto e direitos gays. Ele chegou a classificar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em muitos países como "uma derrota para a humanidade".
Em outras questões, como a participação de mulheres em cargos de liderança do Vaticano, ele ficou mais "em cima do muro", mas também já mostrou pulso firme: quando foi embaixador em Caracas, por exemplo, defendeu a Igreja contra as iniciativas do então presidente Hugo Chávez para enfraquecê-la.
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