Imagens inéditas revelam marcas de civilizações antigas em geoglifos no Amazonas

Kit Costura Viagem Acessórios Agulhas e muito mais
Kit Costura Viagem Acessórios Agulhas Linha Tesoura Bolsa c/ Zíper Completo C/ 42 Peças
Shopee Patrocinado

Com apoio de tecnologias de ponta e expedições aéreas, Instituto Geoglifos da Amazônia apresenta registros nunca antes vistos de estruturas milenares localizados no município de Boca do Acre, descobertas entre 4 e 10 de maio. Imagens inéditas revelam vestígios de civilizações antigas em geoglifos no Amazonas
Imagens inéditas de geoglifos – estruturas geométricas monumentais escavadas no solo – localizadas no município de Boca do Acre, no sul do Amazonas, foram reveladas nesta semana pelo Instituto Geoglifos da Amazônia, em Manaus. Identificadas com o auxílio de tecnologia de ponta e registradas por uma equipe de pesquisadores e fotógrafos brasileiros, as imagens mostram vestígios de estruturas utilizadas por antigas civilizações da Amazônia.
? Contexto: Os geoglifos são estruturas geométricas escavadas na terra, em formato de quadrados, retângulos ou círculos, e que podem ser datados em até três mil anos. O Acre já tem o primeiro geoglifo oficialmente tombado pelo Iphan.
? Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
As descobertas foram feitas entre 4 e 10 de maio deste ano e fazem parte do projeto 'Desvelando o passado profundo', conduzido pelo Instituto Geoglifos da Amazônia. Ao todo, foram identificados 124 pontos no Amazonas com possível presença de geoglifos.
"As datações que nós temos na região giram em torno de mil anos antes de Cristo até mil anos depois de Cristo, ou seja, durante dois mil anos esse povo viveu na região à margem direita do Rio Purus e à margem esquerda do Rio Madeira", afirmou o presidente do Instituto Geoglifos da Amazônia, Alceu Ranzi.
O principal achado na região é um geoglifo com cerca de mil metros de extensão. As formas registradas — círculos, quadrados e retângulos escavados no solo — revelam traços de civilizações com domínio técnico de geometria.
"Os geoglifos são estruturas gigantescas escavadas no solo, com aproximadamente cinco metros de largura por até seis metros de profundidade, dependendo do geoglifo, formando desenhos geométricos monumentais que contam a história de uma civilização antiga, que estamos tentando identificar", explicou o diretor executivo do Instituto, Hudson Ferreira.
Geoglifo localizado, através do LIDAR, no município de Boca do Acre, no Amazonas. A estrutura tem cerca de mil metros de extensão
Fábio de Novaes Filho
Descoberta
A identificação dos sítios arqueológicos só foi possível graças à tecnologia Light Detection and Ranging (LIDAR), que escaneia o terreno mesmo sob a densa cobertura vegetal, criando mapas de alta resolução que revelam o que está sob as árvores.
Já as imagens foram captadas durante um sobrevoo que partiu de Porto Velho, com a participação de pesquisadores do Instituto e três fotógrafos: Valter Calheiros (Parintins-AM), Maurício de Paiva (SP) e Diego Gurgel (Rio Branco-AC).
"Levantávamos às 3h para estar prontos na pista de pouso às 4h30, com decolagem prevista para às 5h23”, relatou o pesquisador Alceu Ranzi. O momento do dia foi escolhido por favorecer o contraste entre sombra e luz, o que destaca os relevos no solo.
Além de surpreender pelo ineditismo, os pesquisadores destacam o valor científico, cultural e educativo dessas estruturas milenares.
"O estudo dos geoglifos reconta a história da nossa civilização. Na verdade, a gente precisa saber de onde nós viemos, o que estamos fazendo e pra onde vamos. Como são as nossas relações de sustentabilidade com a natureza, o que eles tinham de tecnologia, o que a gente pode aprender com eles"
Ranzi também apontou possíveis paralelos históricos da região. "A informação que eu tenho é que eles desaparecem ao mesmo tempo que os Maias no Yucatán, no México, na região florestada", disse.
Educação, turismo e preservação
A divulgação das imagens inéditas não marca o fim da pesquisa, mas o início de uma nova fase, de acordo com o Instituto. A equipe já planeja atividades de educação patrimonial e expedições arqueológicas de escavação. As escolas de Boca do Acre e região serão incluídas no projeto.
"Elaborar um projeto para esse trabalho de campo, com foco em educação patrimonial: levar essas informações às escolas de Boca do Acre e região, aproximando professores e alunos do conhecimento sobre os geoglifos", afirmou Alceu Ranzi.
As descobertas também podem transformar Boca do Acre em referência arqueológica nacional e até mesmo internacional. A equipe sonha com o reconhecimento dos geoglifos como Patrimônio Mundial da Humanidade, e defende que eles sejam incluídos nos materiais didáticos.
"Nós esperamos que num futuro breve as imagens estejam nas cartilhas. Que nos livros que se dão aula não tenham só as pirâmides do Egito, Mesopotâmia, tenhamos as nossas relíquias do nosso povo aqui da Amazônia", afirmou Ranzi.
O Instituto Geoglifos da Amazônia pretende ainda solicitar o reconhecimento dos sítios como patrimônio cultural protegido por lei, o que impedirá intervenções e garantirá ações de preservação.
"É importante ter essa sensibilização da comunidade. Muitos dos sítios com características de geoglifos são conhecidos durante o processo de desmatamento, e a gente precisa promover um debate com a sociedade de que é possível viver em harmonia com o patrimônio cultural e o desenvolvimento, principalmente na nossa região amazônica", destacou a superintendente do Iphan AM, Beatriz Calheiro.
Ela reforça a missão do órgão. "Para o Iphan, é fundamental garantir que, a partir desse interesse e mobilização, possamos conhecer mais a história da Amazônia e, portanto, a complexidade das sociedades que habitaram aqui antes do processo de invasão", concluiu.
? Veja abaixo as imagens inéditas dos geoglifos em Boca do Acre:
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Diego Gurgel
Geoglifo localizado em Boca do Acre
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Geoglifo localizado em Boca do Acre
Diego Gurgel
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Diego Gurgel
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no sul do AM
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no sul do AM
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos – estruturas geométricas monumentais escavadas no solo – localizadas no município de Boca do Acre, no sul do Amazonas, foram reveladas nesta semana pelo Instituto Geoglifos da Amazônia, em Manaus. Identificadas com o auxílio de tecnologia de ponta e registradas por uma equipe de pesquisadores e fotógrafos brasileiros, as imagens mostram vestígios de estruturas utilizadas por antigas civilizações da Amazônia.
? Contexto: Os geoglifos são estruturas geométricas escavadas na terra, em formato de quadrados, retângulos ou círculos, e que podem ser datados em até três mil anos. O Acre já tem o primeiro geoglifo oficialmente tombado pelo Iphan.
? Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
As descobertas foram feitas entre 4 e 10 de maio deste ano e fazem parte do projeto 'Desvelando o passado profundo', conduzido pelo Instituto Geoglifos da Amazônia. Ao todo, foram identificados 124 pontos no Amazonas com possível presença de geoglifos.
"As datações que nós temos na região giram em torno de mil anos antes de Cristo até mil anos depois de Cristo, ou seja, durante dois mil anos esse povo viveu na região à margem direita do Rio Purus e à margem esquerda do Rio Madeira", afirmou o presidente do Instituto Geoglifos da Amazônia, Alceu Ranzi.
O principal achado na região é um geoglifo com cerca de mil metros de extensão. As formas registradas — círculos, quadrados e retângulos escavados no solo — revelam traços de civilizações com domínio técnico de geometria.
"Os geoglifos são estruturas gigantescas escavadas no solo, com aproximadamente cinco metros de largura por até seis metros de profundidade, dependendo do geoglifo, formando desenhos geométricos monumentais que contam a história de uma civilização antiga, que estamos tentando identificar", explicou o diretor executivo do Instituto, Hudson Ferreira.
Geoglifo localizado, através do LIDAR, no município de Boca do Acre, no Amazonas. A estrutura tem cerca de mil metros de extensão
Fábio de Novaes Filho
Descoberta
A identificação dos sítios arqueológicos só foi possível graças à tecnologia Light Detection and Ranging (LIDAR), que escaneia o terreno mesmo sob a densa cobertura vegetal, criando mapas de alta resolução que revelam o que está sob as árvores.
Já as imagens foram captadas durante um sobrevoo que partiu de Porto Velho, com a participação de pesquisadores do Instituto e três fotógrafos: Valter Calheiros (Parintins-AM), Maurício de Paiva (SP) e Diego Gurgel (Rio Branco-AC).
"Levantávamos às 3h para estar prontos na pista de pouso às 4h30, com decolagem prevista para às 5h23”, relatou o pesquisador Alceu Ranzi. O momento do dia foi escolhido por favorecer o contraste entre sombra e luz, o que destaca os relevos no solo.
Além de surpreender pelo ineditismo, os pesquisadores destacam o valor científico, cultural e educativo dessas estruturas milenares.
"O estudo dos geoglifos reconta a história da nossa civilização. Na verdade, a gente precisa saber de onde nós viemos, o que estamos fazendo e pra onde vamos. Como são as nossas relações de sustentabilidade com a natureza, o que eles tinham de tecnologia, o que a gente pode aprender com eles"
Ranzi também apontou possíveis paralelos históricos da região. "A informação que eu tenho é que eles desaparecem ao mesmo tempo que os Maias no Yucatán, no México, na região florestada", disse.
Educação, turismo e preservação
A divulgação das imagens inéditas não marca o fim da pesquisa, mas o início de uma nova fase, de acordo com o Instituto. A equipe já planeja atividades de educação patrimonial e expedições arqueológicas de escavação. As escolas de Boca do Acre e região serão incluídas no projeto.
"Elaborar um projeto para esse trabalho de campo, com foco em educação patrimonial: levar essas informações às escolas de Boca do Acre e região, aproximando professores e alunos do conhecimento sobre os geoglifos", afirmou Alceu Ranzi.
As descobertas também podem transformar Boca do Acre em referência arqueológica nacional e até mesmo internacional. A equipe sonha com o reconhecimento dos geoglifos como Patrimônio Mundial da Humanidade, e defende que eles sejam incluídos nos materiais didáticos.
"Nós esperamos que num futuro breve as imagens estejam nas cartilhas. Que nos livros que se dão aula não tenham só as pirâmides do Egito, Mesopotâmia, tenhamos as nossas relíquias do nosso povo aqui da Amazônia", afirmou Ranzi.
O Instituto Geoglifos da Amazônia pretende ainda solicitar o reconhecimento dos sítios como patrimônio cultural protegido por lei, o que impedirá intervenções e garantirá ações de preservação.
"É importante ter essa sensibilização da comunidade. Muitos dos sítios com características de geoglifos são conhecidos durante o processo de desmatamento, e a gente precisa promover um debate com a sociedade de que é possível viver em harmonia com o patrimônio cultural e o desenvolvimento, principalmente na nossa região amazônica", destacou a superintendente do Iphan AM, Beatriz Calheiro.
Ela reforça a missão do órgão. "Para o Iphan, é fundamental garantir que, a partir desse interesse e mobilização, possamos conhecer mais a história da Amazônia e, portanto, a complexidade das sociedades que habitaram aqui antes do processo de invasão", concluiu.
? Veja abaixo as imagens inéditas dos geoglifos em Boca do Acre:
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Diego Gurgel
Geoglifo localizado em Boca do Acre
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Geoglifo localizado em Boca do Acre
Diego Gurgel
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Diego Gurgel
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no sul do AM
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no Sul do Amazonas
Valter Calheiros
Imagens inéditas de geoglifos no sul do AM
Valter Calheiros
Para ler a notícia completa, acesse o link original:
0 curtidas
Notícias Relacionadas
Não há mais notícias para carregar
Comentários 0