Amiga de mulher morta por sargento da PM diz que ele a ameaçava e agredia sem deixar marcas: 'Batia na cabeça, puxava os cabelos'

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Sargento da Polícia Militar Samir Carvalho matou a esposa, Amanda Fernandes Carvalho, em Santos (SP). Ele também feriu a filha de 10 anos do casal, que estava com a mãe no momento do crime. Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP
Reprodução/Instagram
Amanda Fernandes Carvalho, a mulher de 42 anos que foi morta pelo sargento da Polícia Militar Samir Carvalho em Santos, no litoral de São Paulo, relatava sofrer agressões físicas e ameaças de morte por parte do marido. Segundo uma amiga próxima da vítima, que acionou a Polícia Militar para o local do crime, ele batia em locais específicos do corpo da mulher para não deixar marcas.
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O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. O sargento Samir Carvalho efetuou diversos disparos, atingindo a esposa, Amanda Fernandes Carvalho, e a filha. Em seguida, ele pegou uma faca e deu aproximadamente dez facadas na mulher.
Amanda morreu no local e a filha do casal ficou ferida. A menina foi levada para a Santa Casa de Santos. Ao g1, o hospital informou que a paciente foi atendida pela equipe multidisciplinar e não tem autorização para prestar informações sobre o estado de saúde.
Segundo Janaina Beierle Rollo, de 50 anos, que trabalhava com a Amanda e era amiga pessoal dela, a mulher sempre reclamou do comportamento agressivo do parceiro pois sofria violências físicas e psicológicas.
Nos últimos dias, porém, esses relatos se intensificaram. "Ele batia na cabeça, ele puxava os cabelos, dava soco na cabeça [...]. Ele batia em locais nela onde, se ela fosse fazer um corpo de delito, não apareceria", afirmou a coordenadora de exportação ao g1.
Esposo de Janaina, o despachante aduaneiro Bruno Rollo, de 41 anos, sócio e amigo de Amanda, relatou que ela tinha medo de denunciar. Segundo ele, Amanda reclamava que Samir ameaçava matá-la, matar os filhos e tirar a própria vida depois. "Ela vivia um terror na vida dela", lamentou o homem.
Empresária morta pelo marido sargento é enterrada em Santos, SP
Amiga chamou a Polícia Militar
De acordo com o boletim de ocorrência, Samir chegou na clínica minutos depois de Amanda e da filha. Ele permaneceu na recepção com elas por um período até a vítima ir com a criança no banheiro. Amanda se afastou de Samir e, de forma discreta, pediu para a recepcionista acionar a polícia porque estava sendo ameaçada pelo homem.
De acordo com Janaina, a amiga a avisou por telefone sobre a presença do marido no local e pediu ajuda para ela acionar a PM. Janaina acatou o pedido, mas como Amanda pediu que ela não entrasse no local, a amiga ficou aguardando do lado de fora.
Duas viaturas chegaram e a amiga de Amanda viu policiais militares entrarem pelo portão. Pouco depois, ela ouviu os disparos e disse ter ficado “apavorada”.
Velório de Amanda aconteceu na Santa Casa de Santos
g1 Santos
“Quando eu ouvi os tiros, eu corri para tentar entrar, mas aí já não me deixaram [...]. Foram momentos de terror, você não saber o que tinha acontecido", disse ela.
A filha de Amanda saiu ferida, então Janaina a acompanhou na ambulância até o hospital. Durante o pouco tempo em que ficou com a criança, ela relatou o que viu. Segundo Janaina, a menina teve uma fratura no braço devido aos disparos e passou por cirurgia, mas passa bem e está consciente.
"Ontem, não consegui conversar com ela [filha de Amanda], porque eu perguntei para ela: 'você viu tua mãe?' E ela só me respondia que ele tinha atirado muito nela, que ele tinha dado facada nela. Falou: 'tia, eu vi muito sangue no chão' [...]. É exigir muito de uma criança de 10 anos", lamentou.
'Ela tinha medo'
Segundo Janaina, Amanda sempre buscou evitar conflito com o marido, mesmo quando ele era grosseiro. O homem, inclusive, a pressionava para que ela assumisse supostas traições que não aconteceram. Janaina conta que tanto ela quanto o marido Bruno tentavam ajudar Amanda.
"Eu acompanhava tudo a todo momento. A minha esposa conversava com a Amanda, eu conversava com a Amanda, tentava arrumar uma forma de ela se desvencilhar do problema que ela estava vivendo, mas infelizmente ela tinha medo”, afirmou Bruno.
O caso
Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta por Samir Carvalho em Santos (SP)
Redes sociais e Daniela Rucio/TV Tribuna
O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Em depoimento à Polícia Civil, o médico proprietário da clínica disse ter sido surpreendido por Amanda e pela filha enquanto estava na própria sala, aguardando o horário de chamá-las para uma consulta que estava agendada.
O profissional contou às autoridades que Amanda entrou no cômodo muito nervosa, dizendo que estava sendo ameaçada pelo companheiro. “Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando”, teria dito Amanda ao médico.
Ele disse para a Polícia Civil que trancou a porta do consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando com medo de que fosse arrombada. O médico também contou que pediu para a paciente chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já havia acionado a corporação. Por isso, insistiu por uma nova ligação.
O homem relatou que ouviu uma batida na porta e questionou quem era, mas não teve retorno. Momentos depois, ele escutou a voz da secretária pedindo para a porta ser aberta porque a PM havia chegado. Segundo o relato, também foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”.
Após questionar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e, em seguida, foi para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e depois ouviu uma sequência de mais de dez tiros.
O profissional disse para polícia que se abrigou debaixo da mesa para se proteger e acredita que o atirador tenha começado os disparos do lado de fora da sala. Ele só se levantou depois que o agressor foi contido pelas equipes policiais.
O homem contou que socorreu a filha de Amanda e, logo depois, viu o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”. Ele garantiu que nunca havia visto as vítimas antes e não chegou a ver o atirador porque se escondeu ao ouvir o primeiro tiro.
Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta pelo sargento Samir Carvalho, em Santos (SP)
Redes sociais
Investigação
Em nota, a SSP-SP informou que a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para “apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência que evoluiu para feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica de saúde”.
Anteriormente, a SSP-SP havia informado que os agentes tinham encontrado a mulher já morta e a filha do casal ferida ao chegarem no local da ocorrência, contrariando à versão obtida pelo g1 com a Polícia Civil de que os policiais estavam na clínica na hora dos disparos.
Ao g1, a secretaria justificou que esta informação anterior era preliminar, pois o posicionamento foi enviado antes do término do boletim de ocorrência. Segundo a nova nota, divulgada nesta quinta-feira (8), policiais foram acionados via Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para atender um caso de desinteligência na clínica.
No local, eles encontraram Amanda e a filha trancadas em um consultório e um policial militar de folga [Samir] do lado de fora. "Após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. O autor entrou e atirou na mulher e na filha, sendo preso na sequência e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes”, disse a SSP-SP, em nota.
De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo g1, quatro policiais militares integravam as equipes que atenderam o caso, registrado como violência doméstica, feminicídio e tentativa de homicídio na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do crime.
A SSP-SP não informou onde estavam os policiais no momento em que Samir efetuou os disparos e depois esfaqueou a esposa.
A delegada do 2º DP Débora Lázaro informou que Samir esfaqueou Amanda com aproximadamente dez golpes após os disparos. Ao g1, a SSP-SP se limitou a dizer que a informação consta na segunda edição do boletim de ocorrência. "Consta que havia um punhal cravado no corpo da vítima".
Defesa de Samir
Por meio de nota, o advogado Paulo de Jesus, que representa Samir, afirmou que na tarde de quinta-feira (8) foi realizada audiência de custódia e a prisão em flagrante do policial foi convertida em preventiva. Samir foi encaminhado ao presídio Romão Gomes. Paulo de Jesus disse que a defesa se manifestará apenas quando as investigações forem concluídas.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Reprodução/Instagram
Amanda Fernandes Carvalho, a mulher de 42 anos que foi morta pelo sargento da Polícia Militar Samir Carvalho em Santos, no litoral de São Paulo, relatava sofrer agressões físicas e ameaças de morte por parte do marido. Segundo uma amiga próxima da vítima, que acionou a Polícia Militar para o local do crime, ele batia em locais específicos do corpo da mulher para não deixar marcas.
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O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. O sargento Samir Carvalho efetuou diversos disparos, atingindo a esposa, Amanda Fernandes Carvalho, e a filha. Em seguida, ele pegou uma faca e deu aproximadamente dez facadas na mulher.
Amanda morreu no local e a filha do casal ficou ferida. A menina foi levada para a Santa Casa de Santos. Ao g1, o hospital informou que a paciente foi atendida pela equipe multidisciplinar e não tem autorização para prestar informações sobre o estado de saúde.
Segundo Janaina Beierle Rollo, de 50 anos, que trabalhava com a Amanda e era amiga pessoal dela, a mulher sempre reclamou do comportamento agressivo do parceiro pois sofria violências físicas e psicológicas.
Nos últimos dias, porém, esses relatos se intensificaram. "Ele batia na cabeça, ele puxava os cabelos, dava soco na cabeça [...]. Ele batia em locais nela onde, se ela fosse fazer um corpo de delito, não apareceria", afirmou a coordenadora de exportação ao g1.
Esposo de Janaina, o despachante aduaneiro Bruno Rollo, de 41 anos, sócio e amigo de Amanda, relatou que ela tinha medo de denunciar. Segundo ele, Amanda reclamava que Samir ameaçava matá-la, matar os filhos e tirar a própria vida depois. "Ela vivia um terror na vida dela", lamentou o homem.
Empresária morta pelo marido sargento é enterrada em Santos, SP
Amiga chamou a Polícia Militar
De acordo com o boletim de ocorrência, Samir chegou na clínica minutos depois de Amanda e da filha. Ele permaneceu na recepção com elas por um período até a vítima ir com a criança no banheiro. Amanda se afastou de Samir e, de forma discreta, pediu para a recepcionista acionar a polícia porque estava sendo ameaçada pelo homem.
De acordo com Janaina, a amiga a avisou por telefone sobre a presença do marido no local e pediu ajuda para ela acionar a PM. Janaina acatou o pedido, mas como Amanda pediu que ela não entrasse no local, a amiga ficou aguardando do lado de fora.
Duas viaturas chegaram e a amiga de Amanda viu policiais militares entrarem pelo portão. Pouco depois, ela ouviu os disparos e disse ter ficado “apavorada”.
Velório de Amanda aconteceu na Santa Casa de Santos
g1 Santos
“Quando eu ouvi os tiros, eu corri para tentar entrar, mas aí já não me deixaram [...]. Foram momentos de terror, você não saber o que tinha acontecido", disse ela.
A filha de Amanda saiu ferida, então Janaina a acompanhou na ambulância até o hospital. Durante o pouco tempo em que ficou com a criança, ela relatou o que viu. Segundo Janaina, a menina teve uma fratura no braço devido aos disparos e passou por cirurgia, mas passa bem e está consciente.
"Ontem, não consegui conversar com ela [filha de Amanda], porque eu perguntei para ela: 'você viu tua mãe?' E ela só me respondia que ele tinha atirado muito nela, que ele tinha dado facada nela. Falou: 'tia, eu vi muito sangue no chão' [...]. É exigir muito de uma criança de 10 anos", lamentou.
'Ela tinha medo'
Segundo Janaina, Amanda sempre buscou evitar conflito com o marido, mesmo quando ele era grosseiro. O homem, inclusive, a pressionava para que ela assumisse supostas traições que não aconteceram. Janaina conta que tanto ela quanto o marido Bruno tentavam ajudar Amanda.
"Eu acompanhava tudo a todo momento. A minha esposa conversava com a Amanda, eu conversava com a Amanda, tentava arrumar uma forma de ela se desvencilhar do problema que ela estava vivendo, mas infelizmente ela tinha medo”, afirmou Bruno.
O caso
Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta por Samir Carvalho em Santos (SP)
Redes sociais e Daniela Rucio/TV Tribuna
O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Em depoimento à Polícia Civil, o médico proprietário da clínica disse ter sido surpreendido por Amanda e pela filha enquanto estava na própria sala, aguardando o horário de chamá-las para uma consulta que estava agendada.
O profissional contou às autoridades que Amanda entrou no cômodo muito nervosa, dizendo que estava sendo ameaçada pelo companheiro. “Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando”, teria dito Amanda ao médico.
Ele disse para a Polícia Civil que trancou a porta do consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando com medo de que fosse arrombada. O médico também contou que pediu para a paciente chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já havia acionado a corporação. Por isso, insistiu por uma nova ligação.
O homem relatou que ouviu uma batida na porta e questionou quem era, mas não teve retorno. Momentos depois, ele escutou a voz da secretária pedindo para a porta ser aberta porque a PM havia chegado. Segundo o relato, também foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”.
Após questionar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e, em seguida, foi para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e depois ouviu uma sequência de mais de dez tiros.
O profissional disse para polícia que se abrigou debaixo da mesa para se proteger e acredita que o atirador tenha começado os disparos do lado de fora da sala. Ele só se levantou depois que o agressor foi contido pelas equipes policiais.
O homem contou que socorreu a filha de Amanda e, logo depois, viu o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”. Ele garantiu que nunca havia visto as vítimas antes e não chegou a ver o atirador porque se escondeu ao ouvir o primeiro tiro.
Amanda Fernandes, de 42 anos, foi morta pelo sargento Samir Carvalho, em Santos (SP)
Redes sociais
Investigação
Em nota, a SSP-SP informou que a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para “apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência que evoluiu para feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica de saúde”.
Anteriormente, a SSP-SP havia informado que os agentes tinham encontrado a mulher já morta e a filha do casal ferida ao chegarem no local da ocorrência, contrariando à versão obtida pelo g1 com a Polícia Civil de que os policiais estavam na clínica na hora dos disparos.
Ao g1, a secretaria justificou que esta informação anterior era preliminar, pois o posicionamento foi enviado antes do término do boletim de ocorrência. Segundo a nova nota, divulgada nesta quinta-feira (8), policiais foram acionados via Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para atender um caso de desinteligência na clínica.
No local, eles encontraram Amanda e a filha trancadas em um consultório e um policial militar de folga [Samir] do lado de fora. "Após o policial mostrar que não estava armado, a porta foi aberta. O autor entrou e atirou na mulher e na filha, sendo preso na sequência e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes”, disse a SSP-SP, em nota.
De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pelo g1, quatro policiais militares integravam as equipes que atenderam o caso, registrado como violência doméstica, feminicídio e tentativa de homicídio na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do crime.
A SSP-SP não informou onde estavam os policiais no momento em que Samir efetuou os disparos e depois esfaqueou a esposa.
A delegada do 2º DP Débora Lázaro informou que Samir esfaqueou Amanda com aproximadamente dez golpes após os disparos. Ao g1, a SSP-SP se limitou a dizer que a informação consta na segunda edição do boletim de ocorrência. "Consta que havia um punhal cravado no corpo da vítima".
Defesa de Samir
Por meio de nota, o advogado Paulo de Jesus, que representa Samir, afirmou que na tarde de quinta-feira (8) foi realizada audiência de custódia e a prisão em flagrante do policial foi convertida em preventiva. Samir foi encaminhado ao presídio Romão Gomes. Paulo de Jesus disse que a defesa se manifestará apenas quando as investigações forem concluídas.
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