Linnpy

G
G1
4h

Primatas, anfíbios e répteis: monitor registra biodiversidade na Serra do Mar

Primatas, anfíbios e répteis: monitor registra biodiversidade na Serra do Mar
Apaixonado pela natureza desde a infância, Sávio Inácio se dedica ao monitoramento de fauna no maior corredor contínuo de Mata Atlântica do país. Bugio-ruivo é um dos primatas registrados pelo biólogo Sávio Inácio da Silva
Sávio Inácio da Silva
No coração da Mata Atlântica, o trabalho de monitoramento ambiental se transforma em contemplação. É assim para o biólogo Sávio Inácio da Silva, que atua como monitor de biodiversidade no Parque Estadual Serra do Mar, em São Paulo, e se dedica a registrar, com imagens e relatos, momentos raros da fauna silvestre brasileira.
Desde 2021, Sávio integra a equipe do programa MonitoraBio SP, da Fundação Florestal, e percorre trilhas em busca de grandes e médios mamíferos, primatas, borboletas e espécies dos manguezais – tudo com foco na coleta de dados científicos e na preservação dos ecossistemas.
O biólogo é apaixonado por anfíbios e serpentes desde criança
Sávio Inácio da Silva
“Para quem é apaixonado por animais em vida livre, essa profissão é extremamente prazerosa. Poder observar seus hábitos naturais e ainda registrar tudo é uma satisfação imensa. Tudo o que eu via por vídeos na internet aos nove, dez anos de idade e ficava me perguntando ‘quando será minha vez?’, eu realizo hoje e tenho a honra de chamar essa atividade de trabalho”.
A afinidade com a natureza vem desde a infância. “Com seis anos, eu já adorava investigar insetos e anfíbios no jardim de casa e me interessava por documentários do mundo animal”, lembra.
O biólogo Sávio Inácio registrou uma boipeva predando um anfíbio
Sávio Inácio da Silva
Aos dez, começou a sonhar com uma câmera fotográfica. Aos 18, já publicava as primeiras listas de aves na plataforma eBird. Durante o ensino técnico em Meio Ambiente, criou o projeto de educação ambiental “Consciência”, que mais tarde seria apresentado em sua entrevista para a vaga na Fundação Florestal.
Entre seus registros mais marcantes, estão os encontros com o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), maior primata das Américas. A espécie pode atingir até 1,6 metros de comprimento e pesar até 15 quilos. Sávio acompanha dois grupos da espécie há três anos e observa vocalizações, interações sociais e cuidados maternos. “Eles têm comportamentos que lembram os humanos. É fascinante”, destaca.
Entre os registros mais marcantes estão os encontros com o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), maior primata das Américas
Sávio Inácio da Silva
Já as onças continuam sendo um desafio. As armadilhas fotográficas instaladas na mata já captaram imagens de onça-parda (Puma concolor) e onça-pintada (Panthera onca), mas o sonho do monitor é registrar um encontro pessoalmente. “Imagino a emoção que deve ser”.
O trabalho, no entanto, exige resistência. Sávio já passou por situações como ser surpreendido por um bando de catetos, fugir de enxames de marimbondos e avistar serpentes peçonhentas a menos de um metro de distância.
Corujinha-sapo possui hábitos reprodutivos são similares aos da corujinha-do-mato
Sávio Inácio da Silva
“São histórias que rendem boas risadas. Nenhuma adversidade é maior que o desejo de proteger os animais.”
Mais do que os registros em si, Sávio acredita que sua missão é gerar conexão. “Preservamos aquilo que conhecemos. Quando as pessoas veem esses flagrantes, elas se encantam. É uma forma direta de aproximar a sociedade da natureza que ainda resiste”.
Araçari-poca é uma espécie florestal, típica de Mata Atlântica, de montanhas e encostas
Sávio Inácio da Silva
VÍDEOS: Destaques Terra da Gente
Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar