Projeto de terapia com cavalos que auxilia pacientes autistas retoma atividades em Sorocaba

Projeto de equoterapia foi fundado pela cavalaria da Polícia Militar, no entanto, teve atividades suspensas há 11 anos, por falta de estrutura. Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, visitou o local e acompanhou a primeira aula. Após uma década suspensa, equoterapia para crianças volta a funcionar em Sorocaba
Um projeto da cavalaria da Polícia Militar, que usava cavalos para auxiliar no tratamento de pessoas no espectro autista, retomou as atividades 11 anos depois de ser suspenso por problemas estruturais em Sorocaba (SP).
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Para retomar as atividades, os policiais do 14° Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) reformaram todo o espaço durante três anos. Além disso, dos 18 PMs da cavalaria, sete fizeram um curso para acolher os pacientes praticantes.
"Tem que passar por um treinamento de polícia montada, em São Paulo, de três meses. Após isso, o policial está apto a trabalhar com cavalos na Polícia Militar. Vindo pra cá, estagiando e passando por todo o processo de formação do grupamento e do batalhão, ele vai, posteriormente, fazer um curso junto ao Ande Brasil, que é o órgão nacional que disciplina a equoterapia no país", explica o sargento Lucas José Cerqueira.
Conforme apurado pela TV TEM, o projeto de equoterapia já recomeçou acolhendo 12 pacientes diagnosticadas com o transtorno do espectro autista. Além dos praticantes, a iniciativa também atende a família dessas pessoas.
Pacientes iniciam tratamento com a retomada de projeto de equoterapia em Sorocaba (SP)
TV TEM
Além disso, de acordo com a terapeuta ocupacional Ana Cecília Fogaça, os pacientes foram selecionados por uma equipe técnica multidisciplinar da Associação de Socorro Imediato a Pessoas com Câncer e Autismo (Asipeca). Os participantes podem permanecer por seis meses no projeto, e as aulas são realizadas uma vez por semana, durante uma hora.
"Em uma parceria entre duas organizações, e baseada no fruto do conhecimento da cavalaria junto com o profissionalismo da Asipeca, a atividade acaba proporcionando à comunidade um atendimento humanizado, no qual pacientes e familiares são acolhidos, contribuindo para o desenvolvimento de cada criança e de cada adulto que participa desse projeto", explica.
Na cavalaria da PM, há 16 cavalos que atuam no combate ao crime nas ruas da cidade. Entre eles, cinco foram treinados e amansados para o projeto de equoterapia. Esses animais são capazes de ajudar no desenvolvimento emocional, social e cognitivo das pessoas com deficiências ou necessidades especiais.
Ana Laura Rodrigues dos Santos, de apenas 6 anos, participa do projeto de equoterapia em Sorocaba (SP)
TV TEM
"As crianças que são muito imperativas, que se comunicam rapidamente, quando sobem no cavalo parece que ficam calmas, que se tranquilizam; e crianças que são tímidas, que não falam ou até mesmo não verbalizam, após montar o cavalo e praticar a equoterapia, começam a se comunicar", complementa Ana Cecília.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, visitou o local e acompanhou a primeira aula do projeto. Segundo ele, é admirável a dualidade dos policiais que, em um dia, estão enfrentando criminosos e, no outro, se sensibilizando com os pacientes.
"Essa multifunção não é só do cavalo, mas dos policiais também, que amanhã estão realizando a prisão de criminosos e, no outro dia, estão cuidando das crianças e fazendo esse trabalho tão bonito de se ver. Aqui é um modelo case de sucesso que eu tenho certeza absoluta que pode ser replicado e deve ser replicado. Nós temos esse compromisso com a população".
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