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Acusado de estuprar, esfaquear jovem 18 vezes e abandoná-la em roda de caminhão é julgado em Santos

Acusado de estuprar, esfaquear jovem 18 vezes e abandoná-la em roda de caminhão é julgado em Santos
Jovem sobrevive após levar 18 facadas e ser abandonada em roda de caminhão em Santos
O julgamento de Israel Gonçalves de Souza, acusado de estuprar, roubar e esfaquear 18 vezes a jovem Vitória Raquel Celeste, ocorre nesta quarta-feira (23) no Fórum de Santos, no litoral paulista. O crime aconteceu em 20 de maio de 2021, na Zona Noroeste da cidade. Em 2023, a vítima tirou a própria vida.
O ataque ocorreu durante a madrugada, quando Vitória, então com 23 anos, foi abordada por dois suspeitos após sair de um estabelecimento comercial. Segundo a investigação, ela foi violentamente agredida, abandonada dentro do pneu de um caminhão e ficou internada por 12 dias.
O outro suspeito de cometer o crime não foi identificado, segundo a defesa da vítima.
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Segundo o advogado da família da vítima, Mario Bardures, a expectativa é de que o réu receba a pena máxima pelos crimes de estupro, roubo e tentativa de homicídio.
“Para que não fique em vão a memória da vítima e que se proteja a sociedade ordeira, tentando, como se fosse possível, equilibrar o dano causado [...] Trata-se de um crime que não posso definir senão o auge da bestialidade humana, conduta abjeta e covarde”, disse o advogado.
O caso tramita na Justiça com atenção especial à repercussão social e à gravidade das acusações.
Vitória Raquel levou golpes na região da garganta durante o crime; (à dir.) O advogado Mário Badures e Raquel, em 2021
Arquivo pessoal
Relembre o caso
Vitória Raquel Celeste sobreviveu após ser atacada com 18 facadas no bairro Rádio Clube, em Santos. Badures destacou que ela demonstrou "coragem extrema ao apontar, em audiência judicial, todos os detalhes da selvageria a que foi submetida", reconhecendo o réu como autor.
Em entrevista ao g1 na época do crime, Vitória relatou que estava de mudança do bairro e havia vendido móveis como sofá, armário da cozinha, fogão e geladeira. Na madrugada do ataque, ela e a companheira tentaram pedir comida por aplicativo, mas não conseguiram. A jovem, então, saiu até um
Vitória afirmou que despertou algum tempo depois sendo enforcada por um dos agressores. "Ele dizia que eu não era ninguém, e eu não conseguia nem respirar. Enquanto isso, o segundo homem filmava. Depois, ele me falou 'agora eu vou te mostrar o que é ser mulher'", relembrou.
A vítima disse que falava "pode levar meu celular, meu dinheiro", mas entendeu que a dupla queria abusar dela. "Eu estava em cima de um colchão, olhei para o lado e vi uma faca preta, que eu fiquei olhando para tentar pegar e me defender", diz.
Vitória Raquel relata que chegou a levar golpe de faca na região da garganta e passou por cirurgia
Arquivo Pessoal
Ao tentar se proteger com a faca, foi dopada novamente. "Eu me lembro que esse homem, que estava quase nu, mandou o outro pegar meu dinheiro e ir comprar drogas para eles. Depois disso, apaguei de novo e não lembro com clareza se ele chegou a me violentar".
Ela complementou: "Quando acordei de novo, os dois [suspeitos] estavam brigando. O que estava filmando foi embora, e o outro ficou. Eu apaguei de novo, já estava um pouco machucada", disse Vitória, que acordou em estado de choque e coberta de sangue.
Uma mulher que trabalhava em uma banca de jornal próxima a viu caída e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). "Ela achou que eu estava morta. Até então, eu não sabia que tinha levado 18 facadas, fui saber disso no hospital. Eu ter sobrevivido, acredito que foi um milagre, foi Deus mesmo. Porque uma das facadas atingiu minha garganta, eu achei que nem voltaria a falar".
Dias internada e agradecimento
Vitória chegou a escrever carta em agradecimento a equipe de hospital que a tratou após crime
Arquivo pessoal
Vitória ficou internada por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outros sete em um quarto da Santa Casa de Santos. Segundo ela, o bom atendimento recebido no hospital, aliado ao apoio da família e à mobilização de centenas de pessoas que doaram sangue, foram fundamentais para sua recuperação.
A campanha de doação aconteceu após a família compartilhar o caso nas redes sociais. A solidariedade dos internautas levou dezenas de pessoas ao hospital, e Vitória chegou a escrever uma carta de agradecimento à equipe médica.
Em entrevista ao g1, a jovem relatou que, aos poucos, começou a lidar melhor com o trauma e a recuperar a rotina. Disse que aprendeu a respeitar suas emoções e a compreender que não teve culpa pelo que aconteceu.
"Passei por um crime brutal por ser mulher, mas sei que não tive culpa de nada. Isso tudo me mostrou que Deus é amor, porque eu sobrevivi. É ainda muito difícil, mas eu resolvi falar para ajudar mulheres e outras vítimas, sejam homens, crianças, a serem fortes. Temos que respeitar nossa dor, mas também fazer algo para que essa dor não cresça, ou seja, ter esperança na Justiça", afirmou à época.
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