Mais avançado do mundo e 'provocação' à Rússia: conheça o Patriot, sistema de defesa aérea que Trump vai enviar à Ucrânia

Presidente americano disse, em reunião com secretário-geral da Otan na Casa Branca, que baterias do poderoso sistema antimísseis serão enviadas nos próximos dias à Ucrânia. Veja lançamento teste do sistema de defesa aéreo Patriot, realizado em novembro de 2012.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (14) uma nova leva de armamentos que serão enviados à Ucrânia para ajudar na guerra contra a Rússia, entre eles o sistema de defesa aéreo Patriot, um dos mais avançados do mundo. O anúncio ocorreu durante encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca e selou a retomada da aliança de Trump com os ucranianos no conflito.
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O Patriot é um dos mais avançados sistemas antimísseis do mundo, considerado um poderoso "escudo" do Ocidente, e cujo uso na Ucrânia é considerado "uma provocação" pelo governo russo.
O equipamento é amplamente utilizado por países ocidentais e tem capacidade comprovada em defesa aérea e antimísseis, especialmente na proteção contra ataques de mísseis balísticos e drones sofisticados, segundo o Centro Internacional de Estudos Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês). Leia mais sobre o sistema Patriot abaixo.
Falando com repórteres junto com Rutte, Trump também ameaçou a Rússia com um novo pacote "tarifas severas" de 100% caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz no conflito com a Ucrânia em um prazo de até 50 dias. (Leia mais abaixo)
O que é o Patriot
O que é o sistema de defesa antiaérea Patriot
Bernd Wüstneck/dpa/picture alliance
O Patriot (que vem da sigla em inglês "Phased Array Tracking Radar for Intercept on Target" — "Radar de Rastreamento com Matriz de Fase para Interceptação no Alvo" em português), é um sistema móvel de mísseis terra-ar desenvolvido e fabricado pela gigante americana de equipamentos bélicos Raytheon Technologies.
É considerado um dos sistemas de defesa aérea mais avançados do arsenal dos EUA e está em operação desde a década de 1980, com diversas atualizações ao longo dos anos.
A versão PAC-3 do Patriot é considerada uma referência em sistemas de defesa aérea de médio e longo alcance, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
Uma bateria do Patriot inclui radar e sistemas de controle, unidade de energia, lançadores e veículos de apoio, para transporte dos mísseis. O sistema pode interceptar aeronaves, mísseis balísticos táticos e mísseis de cruzeiro, dependendo do tipo de interceptador usado.
Segundo a Raytheon, em sua atual versão, o Patriot pode defender um território contra mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, drones, aeronaves e "outras ameaças" não especificadas.
O Patriot é o mais avançado —e de longe o mais caro— sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia. Uma bateria nova do sistema custa mais de US$ 1 bilhão, sendo US$ 400 milhões pelo sistema e US$ 690 milhões pelos mísseis interceptadores, segundo o CSIS. Cada unidade de míssil interceptador custa até US$ 4 milhões (R$ 22,3 milhões), dependendo do modelo.
O primeiro envio de Patriot aos ucranianos ocorreu no início de 2023. À época, o envio de baterias de Patriot à Ucrânia foi considerado pelo governo russo como "outro movimento provocativo dos Estados Unidos", e que poderia provocar uma resposta de Moscou.
A Raytheon afirma já ter construído e entregue mais de 240 unidades de disparo do Patriot, e esses sistemas foram enviados a 19 países, incluindo EUA, Alemanha, Polônia, Ucrânia, Japão, Catar, Arábia Saudita e Egito.
Como funciona
O sistema tem capacidades diferentes de acordo com o interceptador utilizado.
O interceptador PAC-2 mais antigo usa uma ogiva de fragmentação que detona próximo ao alvo. Já os mísseis da família PAC-3 usam tecnologia mais precisa, que atinge diretamente o alvo.
Não está claro qual tipo de sistema Patriot foi doado à Ucrânia, mas é provável que Kiev possua pelo menos alguns dos interceptadores PAC-3 CRI mais modernos. O radar do sistema tem um alcance superior a 150 km, afirmou a Otan em 2015.
Embora o Patriot não tenha sido originalmente projetado para interceptar mísseis hipersônicos —e a Raytheon ainda não tenha confirmado se é capaz disso—, em maio de 2023 os EUA confirmaram que a Ucrânia usou o sistema para derrubar um míssil Kinzhal russo, que Moscou afirma ser hipersônico.
Desde janeiro de 2015, o Patriot já interceptou mais de 150 mísseis balísticos em operações de combate, segundo o site da Raytheon.
Trump anuncia armas à Ucrânia e ameaça sanções à Rússia
Trump ameaça 'tarifas severas' à Rússia caso não haja cessar-fogo na Ucrânia em 50 dias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (14) aplicar um pacote "tarifas severas" à Rússia caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz na Ucrânia em um prazo de até 50 dias.
Trump disse que o valor das tarifas será de "cerca de 100%" além dos valores já atualmente aplicados. Já a Casa Branca, em comunicado após a declaração do presidente dos EUA, afirmou que a taxa aplicada a Moscou será de fato de 100% caso não haja cessar-fogo no período de 50 dias.
"Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias", disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca.
No encontro, o norte-americano disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, selando a reaproximação com o governo ucraniano, com quem teve desavenças ao longo deste ano (leia mais abaixo).
Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará os mísseis bloqueadores do Patriot -- que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos -- como também disse que mandará, através da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas.
"Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo com as baterias", disse.
No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é "excelente para resolver guerras" para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar.
Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países.
Até por isso, o governo de Vladimir Putin não entrou na ampla lista de países afetados pelo tarifaço anunciado por Trump em abril.
Apesar da sanções, no entanto, as relações comerciais entre EUA e Rússia ainda existem. Só em 2024, o comércio total entre os dois países chegou a US$ 3,5 bilhões, com a compra e venda de mercadorias como fertilizantes, metais e até combustível nuclear, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA.
Mark Rutte e Donald Trump
Kevin Dietsch/Getty Images/AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (14) uma nova leva de armamentos que serão enviados à Ucrânia para ajudar na guerra contra a Rússia, entre eles o sistema de defesa aéreo Patriot, um dos mais avançados do mundo. O anúncio ocorreu durante encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca e selou a retomada da aliança de Trump com os ucranianos no conflito.
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O Patriot é um dos mais avançados sistemas antimísseis do mundo, considerado um poderoso "escudo" do Ocidente, e cujo uso na Ucrânia é considerado "uma provocação" pelo governo russo.
O equipamento é amplamente utilizado por países ocidentais e tem capacidade comprovada em defesa aérea e antimísseis, especialmente na proteção contra ataques de mísseis balísticos e drones sofisticados, segundo o Centro Internacional de Estudos Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês). Leia mais sobre o sistema Patriot abaixo.
Falando com repórteres junto com Rutte, Trump também ameaçou a Rússia com um novo pacote "tarifas severas" de 100% caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz no conflito com a Ucrânia em um prazo de até 50 dias. (Leia mais abaixo)
O que é o Patriot
O que é o sistema de defesa antiaérea Patriot
Bernd Wüstneck/dpa/picture alliance
O Patriot (que vem da sigla em inglês "Phased Array Tracking Radar for Intercept on Target" — "Radar de Rastreamento com Matriz de Fase para Interceptação no Alvo" em português), é um sistema móvel de mísseis terra-ar desenvolvido e fabricado pela gigante americana de equipamentos bélicos Raytheon Technologies.
É considerado um dos sistemas de defesa aérea mais avançados do arsenal dos EUA e está em operação desde a década de 1980, com diversas atualizações ao longo dos anos.
A versão PAC-3 do Patriot é considerada uma referência em sistemas de defesa aérea de médio e longo alcance, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
Uma bateria do Patriot inclui radar e sistemas de controle, unidade de energia, lançadores e veículos de apoio, para transporte dos mísseis. O sistema pode interceptar aeronaves, mísseis balísticos táticos e mísseis de cruzeiro, dependendo do tipo de interceptador usado.
Segundo a Raytheon, em sua atual versão, o Patriot pode defender um território contra mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, drones, aeronaves e "outras ameaças" não especificadas.
O Patriot é o mais avançado —e de longe o mais caro— sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia. Uma bateria nova do sistema custa mais de US$ 1 bilhão, sendo US$ 400 milhões pelo sistema e US$ 690 milhões pelos mísseis interceptadores, segundo o CSIS. Cada unidade de míssil interceptador custa até US$ 4 milhões (R$ 22,3 milhões), dependendo do modelo.
O primeiro envio de Patriot aos ucranianos ocorreu no início de 2023. À época, o envio de baterias de Patriot à Ucrânia foi considerado pelo governo russo como "outro movimento provocativo dos Estados Unidos", e que poderia provocar uma resposta de Moscou.
A Raytheon afirma já ter construído e entregue mais de 240 unidades de disparo do Patriot, e esses sistemas foram enviados a 19 países, incluindo EUA, Alemanha, Polônia, Ucrânia, Japão, Catar, Arábia Saudita e Egito.
Como funciona
O sistema tem capacidades diferentes de acordo com o interceptador utilizado.
O interceptador PAC-2 mais antigo usa uma ogiva de fragmentação que detona próximo ao alvo. Já os mísseis da família PAC-3 usam tecnologia mais precisa, que atinge diretamente o alvo.
Não está claro qual tipo de sistema Patriot foi doado à Ucrânia, mas é provável que Kiev possua pelo menos alguns dos interceptadores PAC-3 CRI mais modernos. O radar do sistema tem um alcance superior a 150 km, afirmou a Otan em 2015.
Embora o Patriot não tenha sido originalmente projetado para interceptar mísseis hipersônicos —e a Raytheon ainda não tenha confirmado se é capaz disso—, em maio de 2023 os EUA confirmaram que a Ucrânia usou o sistema para derrubar um míssil Kinzhal russo, que Moscou afirma ser hipersônico.
Desde janeiro de 2015, o Patriot já interceptou mais de 150 mísseis balísticos em operações de combate, segundo o site da Raytheon.
Trump anuncia armas à Ucrânia e ameaça sanções à Rússia
Trump ameaça 'tarifas severas' à Rússia caso não haja cessar-fogo na Ucrânia em 50 dias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (14) aplicar um pacote "tarifas severas" à Rússia caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz na Ucrânia em um prazo de até 50 dias.
Trump disse que o valor das tarifas será de "cerca de 100%" além dos valores já atualmente aplicados. Já a Casa Branca, em comunicado após a declaração do presidente dos EUA, afirmou que a taxa aplicada a Moscou será de fato de 100% caso não haja cessar-fogo no período de 50 dias.
"Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias", disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca.
No encontro, o norte-americano disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, selando a reaproximação com o governo ucraniano, com quem teve desavenças ao longo deste ano (leia mais abaixo).
Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará os mísseis bloqueadores do Patriot -- que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos -- como também disse que mandará, através da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas.
"Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo com as baterias", disse.
No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é "excelente para resolver guerras" para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar.
Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países.
Até por isso, o governo de Vladimir Putin não entrou na ampla lista de países afetados pelo tarifaço anunciado por Trump em abril.
Apesar da sanções, no entanto, as relações comerciais entre EUA e Rússia ainda existem. Só em 2024, o comércio total entre os dois países chegou a US$ 3,5 bilhões, com a compra e venda de mercadorias como fertilizantes, metais e até combustível nuclear, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA.
Mark Rutte e Donald Trump
Kevin Dietsch/Getty Images/AFP
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