Dólar abre em alta nesta segunda-feira, com escalada do conflito no Oriente Médio após ataque dos EUA ao Irã

Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,45%, cotada a R$ 5,5248. Já a bolsa de valores encerrou o dia em queda de 1,15%, aos 137.116 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar abriu a sessão desta segunda-feira (23) em alta, conforme investidores repercutiam a escalada das tensões no Oriente Médio. A moeda avançava 0,16% às 09h02, cotada a R$ 5,5335. As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam às 10h.
▶️ O principal destaque da sessão fica com a escalada vista no conflito entre Israel e Irã no final de semana, após os Estados Unidos terem atacado três instalações nucleares iranianas na madrugada de domingo (22). Em retaliação, o Parlamento iraniano aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz, rota marítima considerada a mais importante do mundo para o transporte do petróleo.
A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima e afetando os mercados. (Entenda mais abaixo)
▶️ Além disso, os mercados globais seguem cautelosos, diante das incertezas comerciais, à medida que se aproxima o fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que afetou mais de 180 países. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros.
▶️ No Brasil, investidores aguardam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para ser divulgada na terça-feira (24). O mercado deve buscar por mais pistas sobre o futuro da taxa básica (Selic), principalmente em meio ao possível cenário de pressão inflacionária com o avanço nos preços do petróleo no mercado internacional.
Na última semana, o Comitê decidiu elevar a taxa básica de juros do Brasil para 15% ao ano — maior patamar da Selic em quase 20 anos. No comunicado, divulgado após a decisão, o Banco Central (BC) declarou que pretende interromper a elevação da taxa básica de juros para observar seus impactos na economia, mas observou que os juros devem seguir elevados por um período "bastante prolongado".
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão
?Dólar
a
Acumulado da semana: -0,32%;
Acumulado do mês: -3,38%;
Acumulado do ano: -10,60%.
?Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,07%;
Acumulado do mês: +0,07%
Acumulado do ano: +13,99%.
Entrada dos EUA no conflito entre Israel e Irã
Análise: o avanço da guerra com ataque dos EUA ao Irã
As tensões entre Israel e Irã deram uma guinada no último final de semana, com a entrada dos Estados Unidos no conflito. No sábado, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que atacou três instalações nucleares do Irã.
Em pronunciamento, Trump disse que os bombardeios foram de grande precisão e que "ou haverá paz ou tragédia para o Irã". A entrada dos EUA na guerra acontece após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã.
Os dois países trocam ataques desde 13 de junho. Militares israelenses anunciaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos. Teerã retaliou lançando mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Bombardeios deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos nos dois países, segundo balanços oficiais. Instituições independentes indicam que o número de mortos pode ser maior.
Na última semana, Trump já havia declarado que, se as negociações fracassassem, poderia atacar o Irã com o apoio de Israel.
Após o ataque dos EUA, o líder supremo do Irã se pronunciou pela primeira vez no domingo (22). Sem citar os EUA, o aiataolá Khamenei afirmou que o "inimigo sionista cometeu um grande erro" e "deve ser punido".
"O inimigo sionista cometeu um grande erro, cometeu um grande crime; deve ser punido — e está sendo punido. Está sendo punido neste exato momento", publicou Khamenei em sua conta na rede social X.
Nesta segunda-feira (23), Israel anunciou ataques com "forças sem precedentes" ao Irã. Entre os alvos estão uma famosa prisão de presos políticos, a instalação nuclear fortificada de Fordow e um quartel da Guarda Revolucionária iraniana em Terrã.
Os locais atingidos compõem "entidades de opressão" do regime iraniano do aiatolá Ali Khamenei, segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.
Preços do petróleo
A escalada do conflito também repercutiu nos preços do petróleo e nos mercados financeiros globais.
O mercado financeiro global tem sido influenciado pelo possível agravamento do conflito no Oriente Médio. Situações de incerteza costumam levar a uma maior procura por ativos considerados seguros, como o dólar.
A commodity subiu cerca de 10% desde o início do conflito. No primeiro dia de registros de ataques, os preços do petróleo já haviam subido mais de 8%. Já nesta segunda-feira (23), após os ataques dos EUA, os preços do petróleo subiam cerca de 0,5%. Acompanhe as cotações.
A principal preocupação é sobre o possível bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um quinto do consumo global de petróleo. No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima, em retaliação aos ataques dos EUA.
A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio já gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima.
Juros e indicadores
Por fim, o mercado também segue atento à agenda econômica desta semana. O destaque fica com a ata da última reunião do Copom, prevista para ser divulgada na terça-feira (24). A expectativa é que o documento traga novos sinais sobre o futuro da taxa básica (Selic).
Na quarta-feira (18), o comitê decidiu elevar a Selic para 15% ao ano, no maior patamar em quase 20 anos – em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa Selic estava em 15,25% ao ano.
? Juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
A ata da reunião será importante para indicar qual tem sido a percepção do BC sobre temas importantes para a política monetária brasileira. Além dos efeitos do petróleo na inflação, por exemplo, há também incerteza sobre eventuais impactos da guerra tarifária de Trump nos preços e no dólar.
? O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Ao longo da semana, também são esperados novos dados de atividade, inflação e emprego, no Brasil e nos Estados Unidos.
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar abriu a sessão desta segunda-feira (23) em alta, conforme investidores repercutiam a escalada das tensões no Oriente Médio. A moeda avançava 0,16% às 09h02, cotada a R$ 5,5335. As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam às 10h.
▶️ O principal destaque da sessão fica com a escalada vista no conflito entre Israel e Irã no final de semana, após os Estados Unidos terem atacado três instalações nucleares iranianas na madrugada de domingo (22). Em retaliação, o Parlamento iraniano aprovou o bloqueio do Estreito de Ormuz, rota marítima considerada a mais importante do mundo para o transporte do petróleo.
A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima e afetando os mercados. (Entenda mais abaixo)
▶️ Além disso, os mercados globais seguem cautelosos, diante das incertezas comerciais, à medida que se aproxima o fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que afetou mais de 180 países. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros.
▶️ No Brasil, investidores aguardam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para ser divulgada na terça-feira (24). O mercado deve buscar por mais pistas sobre o futuro da taxa básica (Selic), principalmente em meio ao possível cenário de pressão inflacionária com o avanço nos preços do petróleo no mercado internacional.
Na última semana, o Comitê decidiu elevar a taxa básica de juros do Brasil para 15% ao ano — maior patamar da Selic em quase 20 anos. No comunicado, divulgado após a decisão, o Banco Central (BC) declarou que pretende interromper a elevação da taxa básica de juros para observar seus impactos na economia, mas observou que os juros devem seguir elevados por um período "bastante prolongado".
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão
?Dólar
a
Acumulado da semana: -0,32%;
Acumulado do mês: -3,38%;
Acumulado do ano: -10,60%.
?Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,07%;
Acumulado do mês: +0,07%
Acumulado do ano: +13,99%.
Entrada dos EUA no conflito entre Israel e Irã
Análise: o avanço da guerra com ataque dos EUA ao Irã
As tensões entre Israel e Irã deram uma guinada no último final de semana, com a entrada dos Estados Unidos no conflito. No sábado, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que atacou três instalações nucleares do Irã.
Em pronunciamento, Trump disse que os bombardeios foram de grande precisão e que "ou haverá paz ou tragédia para o Irã". A entrada dos EUA na guerra acontece após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã.
Os dois países trocam ataques desde 13 de junho. Militares israelenses anunciaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos. Teerã retaliou lançando mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Bombardeios deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos nos dois países, segundo balanços oficiais. Instituições independentes indicam que o número de mortos pode ser maior.
Na última semana, Trump já havia declarado que, se as negociações fracassassem, poderia atacar o Irã com o apoio de Israel.
Após o ataque dos EUA, o líder supremo do Irã se pronunciou pela primeira vez no domingo (22). Sem citar os EUA, o aiataolá Khamenei afirmou que o "inimigo sionista cometeu um grande erro" e "deve ser punido".
"O inimigo sionista cometeu um grande erro, cometeu um grande crime; deve ser punido — e está sendo punido. Está sendo punido neste exato momento", publicou Khamenei em sua conta na rede social X.
Nesta segunda-feira (23), Israel anunciou ataques com "forças sem precedentes" ao Irã. Entre os alvos estão uma famosa prisão de presos políticos, a instalação nuclear fortificada de Fordow e um quartel da Guarda Revolucionária iraniana em Terrã.
Os locais atingidos compõem "entidades de opressão" do regime iraniano do aiatolá Ali Khamenei, segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.
Preços do petróleo
A escalada do conflito também repercutiu nos preços do petróleo e nos mercados financeiros globais.
O mercado financeiro global tem sido influenciado pelo possível agravamento do conflito no Oriente Médio. Situações de incerteza costumam levar a uma maior procura por ativos considerados seguros, como o dólar.
A commodity subiu cerca de 10% desde o início do conflito. No primeiro dia de registros de ataques, os preços do petróleo já haviam subido mais de 8%. Já nesta segunda-feira (23), após os ataques dos EUA, os preços do petróleo subiam cerca de 0,5%. Acompanhe as cotações.
A principal preocupação é sobre o possível bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um quinto do consumo global de petróleo. No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima, em retaliação aos ataques dos EUA.
A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio já gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima.
Juros e indicadores
Por fim, o mercado também segue atento à agenda econômica desta semana. O destaque fica com a ata da última reunião do Copom, prevista para ser divulgada na terça-feira (24). A expectativa é que o documento traga novos sinais sobre o futuro da taxa básica (Selic).
Na quarta-feira (18), o comitê decidiu elevar a Selic para 15% ao ano, no maior patamar em quase 20 anos – em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa Selic estava em 15,25% ao ano.
? Juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
A ata da reunião será importante para indicar qual tem sido a percepção do BC sobre temas importantes para a política monetária brasileira. Além dos efeitos do petróleo na inflação, por exemplo, há também incerteza sobre eventuais impactos da guerra tarifária de Trump nos preços e no dólar.
? O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
Ao longo da semana, também são esperados novos dados de atividade, inflação e emprego, no Brasil e nos Estados Unidos.
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