Mortes, sequelas e sustento perdido: o impacto dos acidentes de moto na conta do SUS e na vida de jovens trabalhadores

Novos dados revelam um aumento preocupante de vítimas de acidentes de moto em todo o país. Em 71% dos municípios do Brasil, os acidentes de trânsito matam mais do que as armas de fogo. 7 mortes por dia: dados revelam aumento no número de vítimas de acidentes de moto no país
O Fantástico deste domingo (1) traz um alerta para uma epidemia silenciosa no Brasil: os acidentes de motos. Só em 2024, as internações envolvendo motociclistas custaram ao SUS, o Sistema Único de Saúde, mais de R$ 257 milhões.
"Essa epidemia de acidente de trânsito ela é tão grave que, em 71% dos municípios do Brasil os acidentes de trânsito matam mais do que as armas de fogo. Mais de 60% estão em cima de uma moto. Ela tem 17 vezes mais chance de morrer se tivesse sofrido um acidente dentro de um automóvel", disse o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Antônio Meira Júnior.
Ainda de acordo com a Abramet, as vítimas são, em sua maioria, jovens entre 20 e 39 anos. São quase sete mortes por dia no trânsito.
“A grande maioria, quando não vai a óbito, acaba sofrendo lesões graves e permanentes,, afirmou o presidente da entidade, Antonio.
Além das vidas perdidas, os custos com internações, cirurgias e reabilitação são altíssimos.
O professor André Sugawara, do Hospital das Clínicas da USP, revelou que o tratamento de um único paciente pode custar até R$ 60 mil por mês ao SUS.
“Isso não é nada perto de uma vida que está totalmente desestruturada, uma família que está precisando de muita ajuda”, destacou.
Epicentros
As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maioria dos casos. Na Bahia, o Hospital Ortopédico de Salvador, referência no atendimento a vítimas de trânsito, recebe semanalmente dezenas de pacientes com fraturas graves — metade deles, motociclistas.
Em São Paulo, a Justiça suspendeu os serviços de mototáxi por aplicativo após a morte de uma jovem de 22 anos, que foi atingida por uma porta de carro enquanto estava na garupa de uma moto.
Na capital paulista, mais de 40 mil pessoas foram internadas, só este ano, em hospitais públicos, vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motos. Uma passageira de 22 anos morreu depois que a moto por aplicativo em que ela estava se envolveu num acidente.
'Se acidentar, já era'
Para quem depende da moto para trabalhar, um acidente pode significar o fim da renda.
“Se acidentar, já era. Acaba o trabalho”, desabafa um motoboy.
Muitos relatam que, mesmo após acidentes graves, voltam às ruas por falta de opção.
"Eu vou voltar. É o transporte mais barato para fazer esse tipo de serviço", contou o motoboy Carlos de Jesus Santos, que se recupera de um acidente.
Soluções e desafios
Autoridades e especialistas tentam responder o panorama: como evitar que ocorram novos acidentes de maneiras que as ruas possam ser mais seguras para quem usa moto sem afetar o sustento de milhões de pessoas?
Antonio Meira, presidente da Abramet, defende campanhas educativas como as da Lei Seca e do cinto de segurança:
"Pela mudança do comportamento, às vezes somos pedestres, outras vezes estamos dentro de um veículo de quatro rodas. Podemos também estar num veículo de duas rodas. Cada um fazendo a sua parte".
O diretor-presidente do Sindimotos-SP, Gilberto Almeida, destaca a importância do uso consciente da via por todos motoristas.
"No trânsito a gente encontra pessoas que dirigem bem, pessoas que dirigem mal. Um uso consciente da via, os motoristas entendendo que aquele espaço ali passa a moto, as motos, entendendo que é um espaço compartilhado, eu acho que isso vai dar resultado".
Em nota, o Ministério da Saúde informou que apoia iniciativas que priorizem a segurança viária, a sinalização e proteção das rodovias - e que essas ações devem envolver a educação e o planejamento urbano.
Aumento no número de acidentes com motos no Brasil
Reprodução/TV Globo
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"Essa epidemia de acidente de trânsito ela é tão grave que, em 71% dos municípios do Brasil os acidentes de trânsito matam mais do que as armas de fogo. Mais de 60% estão em cima de uma moto. Ela tem 17 vezes mais chance de morrer se tivesse sofrido um acidente dentro de um automóvel", disse o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Antônio Meira Júnior.
Ainda de acordo com a Abramet, as vítimas são, em sua maioria, jovens entre 20 e 39 anos. São quase sete mortes por dia no trânsito.
“A grande maioria, quando não vai a óbito, acaba sofrendo lesões graves e permanentes,, afirmou o presidente da entidade, Antonio.
Além das vidas perdidas, os custos com internações, cirurgias e reabilitação são altíssimos.
O professor André Sugawara, do Hospital das Clínicas da USP, revelou que o tratamento de um único paciente pode custar até R$ 60 mil por mês ao SUS.
“Isso não é nada perto de uma vida que está totalmente desestruturada, uma família que está precisando de muita ajuda”, destacou.
Epicentros
As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maioria dos casos. Na Bahia, o Hospital Ortopédico de Salvador, referência no atendimento a vítimas de trânsito, recebe semanalmente dezenas de pacientes com fraturas graves — metade deles, motociclistas.
Em São Paulo, a Justiça suspendeu os serviços de mototáxi por aplicativo após a morte de uma jovem de 22 anos, que foi atingida por uma porta de carro enquanto estava na garupa de uma moto.
Na capital paulista, mais de 40 mil pessoas foram internadas, só este ano, em hospitais públicos, vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motos. Uma passageira de 22 anos morreu depois que a moto por aplicativo em que ela estava se envolveu num acidente.
'Se acidentar, já era'
Para quem depende da moto para trabalhar, um acidente pode significar o fim da renda.
“Se acidentar, já era. Acaba o trabalho”, desabafa um motoboy.
Muitos relatam que, mesmo após acidentes graves, voltam às ruas por falta de opção.
"Eu vou voltar. É o transporte mais barato para fazer esse tipo de serviço", contou o motoboy Carlos de Jesus Santos, que se recupera de um acidente.
Soluções e desafios
Autoridades e especialistas tentam responder o panorama: como evitar que ocorram novos acidentes de maneiras que as ruas possam ser mais seguras para quem usa moto sem afetar o sustento de milhões de pessoas?
Antonio Meira, presidente da Abramet, defende campanhas educativas como as da Lei Seca e do cinto de segurança:
"Pela mudança do comportamento, às vezes somos pedestres, outras vezes estamos dentro de um veículo de quatro rodas. Podemos também estar num veículo de duas rodas. Cada um fazendo a sua parte".
O diretor-presidente do Sindimotos-SP, Gilberto Almeida, destaca a importância do uso consciente da via por todos motoristas.
"No trânsito a gente encontra pessoas que dirigem bem, pessoas que dirigem mal. Um uso consciente da via, os motoristas entendendo que aquele espaço ali passa a moto, as motos, entendendo que é um espaço compartilhado, eu acho que isso vai dar resultado".
Em nota, o Ministério da Saúde informou que apoia iniciativas que priorizem a segurança viária, a sinalização e proteção das rodovias - e que essas ações devem envolver a educação e o planejamento urbano.
Aumento no número de acidentes com motos no Brasil
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