‘Um nome que não me representa mais’, diz professora trans ao retificar certidão de nascimento no Acre

Mutirão da Defensoria Pública atende transexuais e transgêneros neste sábado (28), Dia Internacional do Orgulho LGBT+. Para este público, trata-se de mais que uma simples mudança no documento, é também o direito de reconhecimento enquanto cidadãos e cidadãs. Amina Vieira iniciou processo de retificação em junho de 2024
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
“Em processos seletivos, concursos, consultas médicas, em entrevistas de emprego, assinar contrato de emprego… tudo isso meio que coloca a gente numa situação muito desconfortável, porque a gente precisa ser lembrada constantemente de que, num pedaço de papel, o nosso nome não condiz com a nossa existência, com a nossa realidade”.
Assim a professora Amina Vieira traduz sua luta pela retificação da certidão de nascimento para o nome e o gênero mulher trans, com o qual se identifica. Ela iniciou o processo em junho do ano passado e, após quase um ano de espera, quer finalmente carregar os documentos que lhe representem.
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Neste sábado (28), Dia internacional do Orgulho LGBTQIA+, a professora conseguiu concluir o processo de retificação do nome durante um mutirão da Defensoria Pública do Acre (DPE-AC) e da Secretaria Estadual da Mulher (Semulher), em Rio Branco.
Para Amina, tornar seu nome oficial significa ser mais livre.
“A gente [pessoas trans] passa por muitos processos. Então, para mim, é mais um processo na minha jornada como mulher e é uma sensação de leveza, de liberdade porque não vou mais me sentir amarrada a um a um documento, a um nome que não me representa mais. Então, a partir de agora vou me sentir muito mais livre”, acrescenta.
Direito e empoderamento
Paloma da Silva Moraes espera se sentir mais empoderada com a correção do documento
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
A empregada doméstica Paloma da Silva Moraes também aproveitou a oportunidade para retificar o nome de batismo. Ela contou que a conquista do novo documento vai ser mais um passo para se sentir empoderada.
Paloma explicou ainda que a identidade de gênero é um ponto de tensão entre ela e a família, mas que tenta não se prender a isso e buscar seu próprio sustento.
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“Eu sou de maior, sou adulta, trabalho, não dependo de ninguém. Eu não faço programa, trabalho de doméstica, faço faxina. Aí é assim a minha luta”, diz.
Dia do Orgulho LGBTQIA+: Defensoria promove mutirão para retificação de nome e gênero
‘Viver com meu nome’
Pensando nestes casos, a DPE-AC, por meio do Núcleo de Promoção da Defesa dos Direitos Humanos da Mulher, Diversidade Sexual e Gênero (Nudem), e a Semulher organizaram o Mutirão 'Viver Com Meu Nome' para garantir as retificações na certidão de nascimento de pessoas transexuais, transgêneros e não-binárias.
Com o apoio de outros diversos órgãos estaduais, a ação prevê a emissão gratuita de 100 documentos retificados. O mutirão ocorre de 8h às 13h.
Dahlia Rodrigues é uma das 100 pessoas que devem ser contempladas pelo mutirão
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
"A gente organizou essa logística para que hoje, juntamente a todos os órgãos parceiros, a pessoa traga os documentos necessários, que está disponível no nosso site [a lista], e possa fazer essa retificação civil de nome e de gênero”, explicou a defensora Bárbara Abreu, chefe do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Mulher, Diversidade Sexual e Gênero (Nudem).
Técnica da Semulher, a psicóloga Dahlia Rodrigues destacou que a ação surgiu após uma grande demanda de pessoas trans, que relataram não terem condições de arcar com os custos da retificação.
Ela mesma buscava a própria retificação há cerca de quatro anos e, durante a ação, enfim, saiu com a nova certidão.
“De fato, eu estou nascendo, legalmente, para o estado como me identifico, como sou de verdade. Faz uns 4 anos [que buscava a retificação], que sempre enrolava porque é muita burocracia, muita certidão, eu não sabia como que ia poder pegar tudo de uma vez, trabalho que me ocupava muito tempo e agora consegui, de fato, me identificar e me sentir viva”, comemora.
Mutirão atende pessoas trans com retificação da certidão de nascimento
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
*Colaborou o repórter Lucas Thadeu, da Rede Amazônica Acre.
Reveja os telejornais do Acre
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
“Em processos seletivos, concursos, consultas médicas, em entrevistas de emprego, assinar contrato de emprego… tudo isso meio que coloca a gente numa situação muito desconfortável, porque a gente precisa ser lembrada constantemente de que, num pedaço de papel, o nosso nome não condiz com a nossa existência, com a nossa realidade”.
Assim a professora Amina Vieira traduz sua luta pela retificação da certidão de nascimento para o nome e o gênero mulher trans, com o qual se identifica. Ela iniciou o processo em junho do ano passado e, após quase um ano de espera, quer finalmente carregar os documentos que lhe representem.
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Neste sábado (28), Dia internacional do Orgulho LGBTQIA+, a professora conseguiu concluir o processo de retificação do nome durante um mutirão da Defensoria Pública do Acre (DPE-AC) e da Secretaria Estadual da Mulher (Semulher), em Rio Branco.
Para Amina, tornar seu nome oficial significa ser mais livre.
“A gente [pessoas trans] passa por muitos processos. Então, para mim, é mais um processo na minha jornada como mulher e é uma sensação de leveza, de liberdade porque não vou mais me sentir amarrada a um a um documento, a um nome que não me representa mais. Então, a partir de agora vou me sentir muito mais livre”, acrescenta.
Direito e empoderamento
Paloma da Silva Moraes espera se sentir mais empoderada com a correção do documento
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
A empregada doméstica Paloma da Silva Moraes também aproveitou a oportunidade para retificar o nome de batismo. Ela contou que a conquista do novo documento vai ser mais um passo para se sentir empoderada.
Paloma explicou ainda que a identidade de gênero é um ponto de tensão entre ela e a família, mas que tenta não se prender a isso e buscar seu próprio sustento.
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‘Viver com meu nome’
Pensando nestes casos, a DPE-AC, por meio do Núcleo de Promoção da Defesa dos Direitos Humanos da Mulher, Diversidade Sexual e Gênero (Nudem), e a Semulher organizaram o Mutirão 'Viver Com Meu Nome' para garantir as retificações na certidão de nascimento de pessoas transexuais, transgêneros e não-binárias.
Com o apoio de outros diversos órgãos estaduais, a ação prevê a emissão gratuita de 100 documentos retificados. O mutirão ocorre de 8h às 13h.
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Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
"A gente organizou essa logística para que hoje, juntamente a todos os órgãos parceiros, a pessoa traga os documentos necessários, que está disponível no nosso site [a lista], e possa fazer essa retificação civil de nome e de gênero”, explicou a defensora Bárbara Abreu, chefe do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Mulher, Diversidade Sexual e Gênero (Nudem).
Técnica da Semulher, a psicóloga Dahlia Rodrigues destacou que a ação surgiu após uma grande demanda de pessoas trans, que relataram não terem condições de arcar com os custos da retificação.
Ela mesma buscava a própria retificação há cerca de quatro anos e, durante a ação, enfim, saiu com a nova certidão.
“De fato, eu estou nascendo, legalmente, para o estado como me identifico, como sou de verdade. Faz uns 4 anos [que buscava a retificação], que sempre enrolava porque é muita burocracia, muita certidão, eu não sabia como que ia poder pegar tudo de uma vez, trabalho que me ocupava muito tempo e agora consegui, de fato, me identificar e me sentir viva”, comemora.
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Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
*Colaborou o repórter Lucas Thadeu, da Rede Amazônica Acre.
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