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Marido e sogra viram réus por morte de professora envenenada em Ribeirão Preto, SP

Marido e sogra viram réus por morte de professora envenenada em Ribeirão Preto, SP
O médico Luiz Antonio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, serão julgados pelo feminicídio de Larissa Rodrigues. Justiça converteu prisão temporária dos dois em preventiva. Luiz Antônio Garnica, Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
A Justiça tornou réus nesta quinta-feira (3) o médico Luiz Antonio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, pela morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, envenenada em Ribeirão Preto (SP).
O Ministério Público denunciou o marido e a sogra da vítima por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da professora.
Garnica ainda foi acusado por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com ele.
Na decisão que tornou os dois réus, a Justiça também converteu a prisão temporária deles em preventiva. A previsão é que o julgamento ocorra em 2026, segundo o MP.
O g1 busca contato com as defesas de Garnica e Elizabete para comentar o assunto.
De morte à denúncia do MP: veja cronologia do caso Larissa Rodrigues
Envenenamento aos poucos até dose letal
O envenenamento por chumbinho, segundo a denúncia formalizada na última terça-feira (1º), foi progressivo, com doses diárias visando debilitar a vítima até causar a morte e dar a impressão que ela havia sofrido uma complicação decorrente de intoxicação crônica.
“A Larissa foi sendo envenenada ao longo de 10, 15 dias, em doses menores. Mas naquela sexta-feira a Larissa manifestou desejo de já na segunda-feira procurar um advogado. Ali seria o final do relacionamento e a consequente partilha de bens comuns ao casal. A Elizabete vai até o apartamento e, lá, dá uma nova dose, presumimos, mais forte porque a Larissa vem a morrer na madrugada", diz o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino.
De acordo com a investigação, no início de março, Larissa havia descoberto que o marido mantinha uma relação extraconjugal. A Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que a professora começou a ser envenenada pela sogra a mando do filho para evitar uma partilha de bens.
Tanto Garnica como Elizabete estavam endividados e tinham interesse em manter o patrimônio nas mãos do médico em caso do divórcio dele.
Segundo o MP, em algumas ocasiões, Garnica chegou a buscar a sopa envenenada preparada pela mãe para oferecê-la à esposa. Além disso, ele medicou Larissa em pelo menos duas ocasiões com substâncias providenciadas pela mãe, sem que a vítima soubesse o que estava ingerindo.
Na véspera da morte, Garnica entrou em contato com a mãe, que esteve no apartamento da nora por cerca de quatro horas. Larissa foi achada morta na manhã de 22 de março.
O médico Luiz Antonio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça ribeirão preto
Arquivo pessoal
Construção de álibi
Segundo a polícia, o marido tentou construir um álibi, passando a noite na casa da amante. Antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao apartamento do casal pela manhã, quando ele retornou e encontrou a esposa caída no banheiro, Garnica enviou uma mensagem à amante dizendo que Larissa estava morta.
A Promotoria destaca que o crime foi praticado por motivo torpe, impulsionado pelo desejo de Garnica de evitar a partilha de bens e de viver seu relacionamento com a amante, com a colaboração de Elizabete, que também tinha interesse financeiro na não divisão dos bens, principalmente um apartamento financiado pelo casal.
A administração do veneno de forma dissimulada, aproveitando-se da confiança de Larissa e da ausência de testemunhas, dificultou a defesa da vítima, que sequer desconfiava das intenções da sogra.
Ainda segundo o MP, Garnica fingiu emoção na chegada dos socorristas à casa do casal. Ele também limpou o apartamento na tentativa de eliminar provas. Conversas foram apagadas do celular dele, e o médico ainda fez pesquisas sobre como driblar a polícia em caso de apreensão do telefone.
No celular de Elizabete, a polícia encontrou diversas pesquisas sobre o chumbinho. O MP classificou a mãe do médico como superprotetora e dissimulada, já que fingiu estar interessada no bem-estar da nora e passou a cuidar dela para ajudar o filho a matá-la sem levantar suspeitas.
A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
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