Argentina e Brasil expõem divergências entre os presidentes no encontro do Mercosul

Javier Milei critica restrições impostas pelo bloco. Lula, que assumiu a presidência do bloco por seis meses, afirma que a união protege os países integrantes. Lula e Milei expõem divergências sobre o Mercosul em cúpula na Argentina
O Brasil assumiu nesta quinta-feira (3) a presidência rotativa do Mercosul. E o encontro de cúpula para essa troca de comando evidenciou divergências entre o presidente Lula e o argentino Javier Milei sobre o papel do bloco.
No primeiro compromisso em Buenos Aires, o presidente Lula se reuniu com o paraguaio Santiago Peña na embaixada brasileira. Depois, Lula seguiu para a reunião do Mercosul, no Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
Lula e o anfitrião, Javier Milei, se cumprimentaram de maneira protocolar. Os dois nunca tiveram uma reunião reservada. Durante a campanha em que se elegeu presidente, em 2023, Milei fez críticas a Lula. O brasileiro não compareceu à cerimônia de posse.
Na cúpula desta quinta-feira (3), a Argentina transferiu o comando do Mercosul para o Brasil, e os dois presidentes expressaram suas visões opostas sobre o bloco.
O Mercosul tem quatro integrantes efetivos. A Bolívia está em processo de adesão e a Venezuela está suspensa por violar regras democráticas. Há mais sete associados. O Mercosul negocia acordos comerciais em conjunto. Acordos com outros países são permitidos, desde que não violem as tarifas de importação e exportação definidas pelo bloco.
Argentina e Brasil expõem divergências entre os presidentes no encontro do Mercosul
Jornal Nacional/ Reprodução
Milei elogiou o acordo do Mercosul com a associação que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, anunciado na quarta-feira (2). Mas, na sequência, cobrou a flexibilização de regras aduaneiras para permitir a exportação de 50 produtos argentinos fora das exigências do Mercosul. O presidente argentino disse que o bloco forma uma "cortina de ferro" para essas negociações. E, de maneira categórica, afirmou que, acompanhados do Mercosul ou sozinhos, os argentinos vão avançar em novos acordos.
Na contramão do argentino, Lula afirmou que o Mercosul protege seus integrantes, quando o mundo, nas palavras dele, se mostra instável e ameaçador:
"Toda a América do Sul se tornou uma área de livre comércio, baseada em regras claras e equilibradas. Estar no Mercosul nos protege. Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis. Não é à toa que um número cada vez maior de países e blocos estejam interessados em se aproximar de nós".
Diplomatas ouvidos pelo Jornal Nacional afirmaram que, apesar das divergências entre Milei e Lula, há interesses comuns em vários temas. É o caso do combate ao crime organizado e ao narcotráfico e, principalmente, da negociação para um acordo com a União Europeia, que já dura 25 anos.
Um rápido aperto de mão marcou a passagem de comando. Os presidentes e representantes dos países membros e associados do Mercosul estiveram reunidos apenas pela manhã. Não houve almoço ou jantar. A cúpula terminou sem um encontro bilateral entre Lula e Milei.
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Acordo entre Mercosul e EFTA amplia exportações agrícolas e pode baratear medicamentos importados, diz governo
Brasil assume a presidência do Mercosul em Cúpula que teve Milei como anfitrião
O Brasil assumiu nesta quinta-feira (3) a presidência rotativa do Mercosul. E o encontro de cúpula para essa troca de comando evidenciou divergências entre o presidente Lula e o argentino Javier Milei sobre o papel do bloco.
No primeiro compromisso em Buenos Aires, o presidente Lula se reuniu com o paraguaio Santiago Peña na embaixada brasileira. Depois, Lula seguiu para a reunião do Mercosul, no Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
Lula e o anfitrião, Javier Milei, se cumprimentaram de maneira protocolar. Os dois nunca tiveram uma reunião reservada. Durante a campanha em que se elegeu presidente, em 2023, Milei fez críticas a Lula. O brasileiro não compareceu à cerimônia de posse.
Na cúpula desta quinta-feira (3), a Argentina transferiu o comando do Mercosul para o Brasil, e os dois presidentes expressaram suas visões opostas sobre o bloco.
O Mercosul tem quatro integrantes efetivos. A Bolívia está em processo de adesão e a Venezuela está suspensa por violar regras democráticas. Há mais sete associados. O Mercosul negocia acordos comerciais em conjunto. Acordos com outros países são permitidos, desde que não violem as tarifas de importação e exportação definidas pelo bloco.
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Jornal Nacional/ Reprodução
Milei elogiou o acordo do Mercosul com a associação que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, anunciado na quarta-feira (2). Mas, na sequência, cobrou a flexibilização de regras aduaneiras para permitir a exportação de 50 produtos argentinos fora das exigências do Mercosul. O presidente argentino disse que o bloco forma uma "cortina de ferro" para essas negociações. E, de maneira categórica, afirmou que, acompanhados do Mercosul ou sozinhos, os argentinos vão avançar em novos acordos.
Na contramão do argentino, Lula afirmou que o Mercosul protege seus integrantes, quando o mundo, nas palavras dele, se mostra instável e ameaçador:
"Toda a América do Sul se tornou uma área de livre comércio, baseada em regras claras e equilibradas. Estar no Mercosul nos protege. Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis. Não é à toa que um número cada vez maior de países e blocos estejam interessados em se aproximar de nós".
Diplomatas ouvidos pelo Jornal Nacional afirmaram que, apesar das divergências entre Milei e Lula, há interesses comuns em vários temas. É o caso do combate ao crime organizado e ao narcotráfico e, principalmente, da negociação para um acordo com a União Europeia, que já dura 25 anos.
Um rápido aperto de mão marcou a passagem de comando. Os presidentes e representantes dos países membros e associados do Mercosul estiveram reunidos apenas pela manhã. Não houve almoço ou jantar. A cúpula terminou sem um encontro bilateral entre Lula e Milei.
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