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Polícia investiga morte de 17 cavalos em clube hípico em Volta Redonda; suspeita é intoxicação por ração

Polícia investiga morte de 17 cavalos em clube hípico em Volta Redonda; suspeita é intoxicação por ração
Mortes começaram no dia 19 de maio. Exames clínicos apontaram danos graves no fígado, coração e até no sistema nervoso dos animais. Polícia investiga morte de 17 cavalos em clube hípico em Volta Redonda; suspeita é intoxicação por ração
Arquivo Pessoal
Sonhos interrompidos, baias vazias e tristeza. Este é o cenário de um clube hípico de Volta Redonda (RJ) depois que 17 cavalos morreram. O espaço fica na Ilha São João.
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Segundo a Polícia Civil, a principal suspeita é de que a causa das mortes tenha sido intoxicação por uma substância presente em uma ração da marca Nutratta Nutrição Animal.
"Os animais que comeram dessa ração estão doentes. Nós tínhamos 52 animais. Algumas pessoas com medo desse quadro retiraram seus animais também, mesmo eles não tendo adoecido a princípio e alguns que tiraram, levaram, morreram fora daqui também", disse Christiane Carraro, presidente do Clube Hípico.
A primeira morte aconteceu no dia 19 de maio, dentro do Clube Hípico. Os primeiros sintomas que surgiram foram a anemia e a apatia.
Assim que foi constatado que algo estava errado, os animais passaram por exames clínicos, que apontaram danos graves no fígado, coração e até no sistema nervoso dos animais.
"Alguns apresentam sintomas, começam com apatia, anorexia, vão piorando, aí deitam, não conseguem levantar e dão problema neurológico e morrem. Outros são rápidos, estão bem há 10 minutos atrás e agora, por exemplo, começam a passar mal e morrem", explicou o médico veterinário, Eduardo Damasceno.
O espaço é utilizado por crianças e adultos que treinam para competições, fazem aulas de equitação e têm uma rotina diária com os cavalos e éguas.
A Rebeca Rosa, de 13 anos, competia desde os nove anos com a égua Duquesa, um dos animais que morreram. Juntas, participaram de várias competições no Brasil.
"Foi a minha primeira égua. Essa ração acabou com um sonho nosso. Porque em toda prova que eu ia, eu ia com ela, né? Então ela se foi e basicamente um sonho enterrado. Jogado no lixo", lamentou Rebeca.
A Maria Clara Carraro, de 11 anos, também perdeu uma égua. A Donzela PGM iria competir com ela em junho.
"Nossa, eu gostava muito dela. Ela foi uma das primeiras éguas. Ela era linda. A minha égua, ela não foi uma morte tão feia, mas foi muito dolorosa pra mim", lembrou Maria.
Além do dano emocional pela perda do animal, os proprietários também tiveram o prejuízo financeiro. Os donos estão atrás de respostas.
"Os que perderam seus cavalos e os que estão doentes poderão buscar responsabilidade material que é a cerca do valor gasto com treinamento, com veterinário, valor do animal e ainda o dano moral, porque a gente está falando não só de um bem, mas um vínculo afetivo muito forte entre os filhos, os familiares e os donos desses animais. Então, com certeza, as medidas cabíveis serão tomadas", explicou a advogada Grazielle Granato.
Um inquérito foi aberto na delegacia de Piraí, que levou o caso para a delegacia de Volta Redonda. O caso está sendo investigado.
Ao g1, o delegado titular de Piraí, Antônio Furtado, explicou que nesse caso foram identificados dois crimes contra o consumidor.
"Não há provas até aqui de que foi uma morte intencional dos cavalos. Tudo leva a crer que houve culpa na fabricação dessa ração, diante disso afasta-se a lei ambiental, nós vamos falar do consumidor. Há dois crimes: a venda de mercadoria imprópria para o consumo e afirmação falso ou enganosa, já que a empresa dizia que os cavalos teriam uma melhor performance estariam protegidos o que não aconteceu já que vários morreram e vários estão doentes", finalizou Antônio Furtado.
O resultado de um laudo será divulgado em julho pelo Ministério da Agricultura e Pecuária a respeito das mortes. A pasta determinou o recolhimento em todo o território nacional, de todos os produtos destinados a equídeos fabricados pela empresa. Leia a nota abaixo.
Em nota, a Nutratta, fabricante da ração que supostamente causou os problemas nos animais, disse que se solidariza com todos os afetados pela perda dos animais. A empresa informou que a fábrica da linha equina foi interditada preventivamente pelo Ministério da Agricultura e que está atendendo as exigências e segue à disposição das autoridades e colaborando com a investigação.
Nota na íntegra
Ministério da Agricultura e Pecuária
"O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou o recolhimento, em todo o território nacional, de todos os produtos destinados a equídeos fabricados pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda., com data de fabricação a partir de 21 de novembro de 2024.
A empresa está sob investigação, e a comercialização dos produtos foi suspensa por risco à saúde animal.
Desde o início da apuração, em 26 de maio, foram registradas 122 mortes de equinos em diferentes municípios dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas, com relatos adicionais de 36 óbitos ainda não investigados. Em 100% dos casos analisados até o momento, os tutores informaram que os animais consumiram rações fabricadas pelo mesmo estabelecimento.
De acordo com a Lei nº 14.515/2022 (Lei do Autocontrole), é responsabilidade do fabricante a adoção imediata de medidas de autocorreção, incluindo o recolhimento dos lotes afetados.
O Mapa segue realizando ações de campo, incluindo necropsias, coletas de amostras e levantamentos nas propriedades com ocorrência dos casos, para identificar, de forma técnica, os fatores que possam estar relacionados aos óbitos.
O Ministério reforça que as ações de fiscalização não isentam o fabricante de suas responsabilidades legais, conforme prevê a legislação.
Cidadãos que suspeitarem de casos semelhantes podem formalizar denúncias por meio da Ouvidoria do Mapa, disponível em https://www.gov.br/agricultura/pt-br/canais_atendimento/ouvidoria/como-registrar-sua-manifestacao
Para auxiliar nas investigações, é importante que as comunicações informem local da ocorrência, número total de animais, número de animais afetados ou mortos e lote da ração envolvida.
O Mapa reafirma seu compromisso com a proteção da saúde animal e com a segurança da cadeia de produção agropecuária no Brasil", informou a nota.
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