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Sete anos após matar a esposa e carregar corpo em carrinho do supermercado, homem será julgado em Juiz de Fora; relembre o caso

Sete anos após matar a esposa e carregar corpo em carrinho do supermercado, homem será julgado em Juiz de Fora; relembre o caso
Psicóloga Marina Gonçalves da Cunha foi morta pelo marido Pedro Araújo Cunha Parreiras em maio de 2018, no apartamento do casal, no Bairro São Mateus. O corpo foi encontrado com marcas de violência e queimaduras em uma área de mata 10 dias depois. Vídeo mostra ações de homem que matou a esposa após o crime em Juiz de Fora
O julgamento de Pedro Araújo Cunha Parreiras, acusado de matar a esposa, a psicóloga Marina Gonçalves da Cunha, será nesta terça-feira (24), em Juiz de Fora. Ele confessou o crime na época e vai a júri popular no Fórum Benjamim Colucci, a partir das 9h.
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Em nota, a defesa da família da vítima disse que espera que o Tribunal do Júri reconheça a verdade dos fatos, a autoria do crime e todas as qualificadoras previstas, e que a Justiça seja feita. Confira o pronunciamento no fim da reportagem abaixo. O g1 entrou em contato com os advogados do réu citados no processo e aguarda retorno.
O crime ocorreu em 21 de maio de 2018, no Bairro São Mateus, e causou grande comoção na cidade. O filho do casal, que tinha 7 anos na época, estava no apartamento quando a mãe foi morta.
Após o assassinato, Pedro enrolou Marina em um edredom, colocou no carrinho de supermercado e desceu até o estacionamento do prédio. De carro, levou o corpo até um terreno no Bairro Aeroporto, próximo ao Parque da Lajinha, e o arrastou até uma mata.
Câmeras de monitoramento mostraram a movimentação dele no prédio. Assista acima.
Marina Gonçalves da Cunha, foto de arquivo
Arquivo Pessoal
A vítima foi encontrada 10 dias depois, sem roupas, com marcas de violência no pescoço e com o rosto parcialmente desfigurado por queimaduras provocadas por um produto.
Pedro foi preso em junho, quando confessou o crime, chegou a conseguir um alvará de soltura no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas voltou à prisão em agosto daquele ano. Desde então, aguarda o julgamento detido no Centro de Remanejamento Provisório (Ceresp).
Ela responderá por homicídio qualificado com quatro qualificadoras: motivo fútil, asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio – além de ocultação de cadáver e fraude processual.
Marido foi às compras após o crime
Pedro Araújo Cunha Parreiras durante prisão em 2008 em Juiz de Fora
TV Integração/Reprodução
Segundo a investigação, o casal teria discutido por problemas financeiros e por um possível pedido de separação da mulher. A morte foi causada por asfixia, depois que o marido deu socos no rosto da esposa.
Já com Marina sem vida, ele retirou aliança, brincos e roupas da vítima, limpou o local e lavou as roupas usadas por ela. Depois, foi ao supermercado e voltou com o carrinho do condomínio para subir com as sacolas. Cerca de meia hora depois, saiu com o mesmo para levar o corpo de Marina, enrolado em um edredom, sem ser descoberto.
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Após abandonar o corpo na mata, ele doou o edredom a uma pessoa em situação de rua.
Em depoimento, o réu disse que, horas antes, discutiu com a esposa no trajeto do Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá, onde ela desembarcou de uma viagem a São Paulo e ele foi buscá-la, até Juiz de Fora.
Ele confessou o crime após familiares reconhecerem o corpo dela no Posto Médico Legal (PML) da Polícia Civil.
Resumo do caso:
Vídeo mostra ações de homem suspeito de feminicídio da esposa após o crime em Juiz de Fora
21 de maio de 2018: Marina foi morta em casa no Bairro São Mateus, e o corpo foi abandonado em um terreno perto do Parque da Lajinha;
31 de maio de 2018: uma pessoa encontrou o corpo e chamou a Polícia Militar;
4 de junho de 2018: o caso foi encaminhado para Delegacia de Homicídios da Polícia Civil;
6 de junho de 2018: o processo foi para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher;
7 de junho de 2018: familiares procuraram o PML e reconheceram o corpo da psicóloga. Após confessar o crime em depoimento, o marido foi preso;
14 de junho de 2018: Pedro foi solto, beneficiado por um habeas corpus, concedido pelo desembargador relator Sálvio Chaves, da 7ª Câmara Criminal, em Belo Horizonte;
22 de junho de 2018: um grupo realizou um ato no Calçadão da Rua Halfeld com a presença de familiares de Marina;
27 de junho de 2018: os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do TJMG suspenderam o habeas corpus que permitia que o suspeito respondesse ao processo em liberdade;
28 de junho de 2018: o homem se entregou à delegacia, foi preso novamente e encaminhado ao Ceresp;
6 de julho de 2018: a polícia concluiu o inquérito e denunciou o marido por feminicídio;
13 de julho de 2018: o Ministério Público ofereceu a denúncia contra ele por feminicídio;
6 de agosto de 2018: o filho do casal seria ouvido, respeitando a Lei 13. 431, que estabelece a garantia de direitos da criança e do adolescente, vítima ou testemunha de violência, mas o depoimento foi cancelado. O juiz Paulo Tristão optou por colher o depoimento por meio de laudo de psicólogo;
14 de agosto de 2018: foi realizada a primeira audiência de instrução do caso e remarcada uma segunda, para 25 de setembro naquele ano;
25 de setembro de 2018: na audiência em que foi interrogado, Pedro permaneceu em silêncio;
24 de outubro de 2018: foi publicada a sentença de pronúncia, informando que o réu deveria ser julgado no Tribunal do Júri da Comarca de Juiz de Fora.
Nota de defesa da vítima
"A família de Marina espera que o Tribunal do Júri reconheça a verdade dos fatos, a autoria do crime e todas as qualificadoras previstas na denúncia: feminicídio, motivo fútil, meio cruel (asfixia por esganadura) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Que a Justiça seja feita, com uma pena proporcional à brutalidade do ato praticado por Pedro Araujo Cunha Parreiras — que não apenas tirou a vida de Marina, mas destruiu o lar e deixou três filhos pequenos órfãos, hoje sob os cuidados dos avós maternos. Que Marina, enfim, possa descansar em paz".
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