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Mulher trans e garçonete: quem é a estudante desaparecida há mais de 1 mês em Ilha Solteira

Mulher trans e garçonete: quem é a estudante desaparecida há mais de 1 mês em Ilha Solteira
Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, desapareceu no dia 12 de junho após ir até o assentamento onde morava o namorado dela, Marcos Yuri Amorim. Ele e o policial Roberto Carlos de Oliveira estão presos. Polícia investiga feminicídio. Polícia faz novas buscas por corpo de estudante desaparecida em Ilha Solteira
A estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, que desapareceu há mais de um mês após sair da faculdade, em Ilha Solteira (SP), trabalhava como garçonete em restaurantes e gostava de fazer fotografias.
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O desaparecimento de Carmen de Oliveira Alves completou um mês no sábado (12). A investigação indicou que o namorado, Marcos Yuri Amorim, e o policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos de Oliveira, a assassinaram no dia 12 de junho, Dia dos Namorados.
Carmen de Oliveira, estudante transexual, desapareceu após sair da faculdade em Ilha Solteira (SP)
Reprodução/Facebook
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Os homens foram presos temporariamente, por 30 dias, no dia 10 de julho. Yuri foi levado para a Cadeia Pública em Penápolis (SP) e Roberto Carlos para o presídio Romão Gomes, em São Paulo (SP).
Conforme apurado pela reportagem, a ocorrência, que foi inicialmente tratada como desaparecimento de pessoa, agora é investigada como feminicídio. Entretanto, a polícia não localizou o corpo de Carmen até a última atualização desta reportagem.
Nesta segunda-feira (14), os bombeiros fazem buscas no Rio São José dos Dourados pelo corpo. O rio fica próximo à casa do namorado da vítima, em um assentamento, último lugar em que ela esteve.
Ao g1, o irmão dela, Lucas de Oliveira Alves, de 29 anos, revelou que Carmen nasceu em Ilha Solteira no dia 8 de fevereiro de 1999. Além de Lucas, a estudante também é irmã de Ana Carolina de Oliveira Alves, de 25 anos.
Carmen estava no último ano do curso de zootecnia na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e morava com a mãe. “Ela era conhecida pela gentileza e agilidade no atendimento. Ela sempre foi ligada às artes e gostava de realizar trabalhos com fotografia”, comenta o irmão.
Nas redes sociais, a família de Carmen também emitiu um texto em que revelam detalhes sobre a personalidade da mulher. Conforme ela, a jovem era trabalhadora, estudiosa e amava dançar.
“A Carmen é uma mulher amada, estudiosa, trabalhadora e muito querida por sua família, amigos e pessoas que convivem com ela. Uma pessoa alegre, divertida e com muitos sonhos e metas para realizar. Uma menina que sempre foi sensível, e que sempre utilizou a arte como forma de expressão”, escreveu a família.
Investigação
Delegacia de Ilha Solteira (SP)
Felipe Nunes/TV TEM
O delegado responsável pela investigação do crime, Miguel Rocha, afirmou que a investigação apontou o seguinte:
Carmen pressionou Yuri para que assumisse o relacionamento. Apesar de a família da vítima conhecer a relação, ela não era pública;
Carmen descobriu que ele cometia crimes, como furtos, e elaborou um dossiê no computador com provas, que foi deletada do computador dela;
Havia um triângulo amoroso: o policial da reserva preso ajudou Yuri no crime e mantinha uma relação com ele, segundo a polícia.
A dupla foi ouvida e negou o crime, conforme o delegado. Ao g1, o advogado de defesa de Roberto, Miguel Micas, informou na sexta-feira (11) que ele provará ser inocente da acusação. A reportagem tenta contato novamente com as defesas deles nesta segunda-feira (14).
Marcos Yuri Amorim, namorado da vítima (à esquerda) e o policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos de Oliveira (à direita) foram presos em Ilha Solteira (SP)
Arquivo pessoal
Veja abaixo os detalhes da investigação
Sigilo telefônico e câmeras de segurança
Para chegar aos dois suspeitos, o delegado pediu à Justiça a quebra de sigilo telefônico dos três (incluindo o da vítima) e teve acesso a informações que indicavam que Carmen não havia saído de Ilha Solteira após o desaparecimento.
O rastreamento apontou que o último lugar em que a universitária esteve foi a casa do namorado, em um assentamento. Os policiais encontraram imagens de câmera de segurança que também mostram que ela saiu da Unesp e entrou na residência do namorado, mas não saiu do local.
Conforme o delegado, a investigação apontou que os suspeitos mataram Carmen e ocultaram o corpo.
Mulher transexual desaparece após sair da faculdade em Ilha Solteira (SP)
Arquivo pessoal
Triângulo amoroso
Durante a investigação, a polícia descobriu que Yuri não teria agido sozinho: ele tinha como comparsa Roberto Carlos.
A polícia informou que os dois tinham um relacionamento entre eles. De acordo com o delegado responsável pela investigação, o envolvimento afetivo e financeiro entre os suspeitos se revelou parte da dinâmica.
De acordo com a Polícia Civil, Roberto eram quem "bancava os gastos" de Yuri e teve envolvimento direto no crime.
Desaparecimento
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Conforme a mãe relatou à polícia, um dia antes do sumiço, no dia 11 de junho, por volta das 23h, a jovem saiu de casa com uma bicicleta elétrica de cor preta. A bicicleta dela não foi localizada. Familiares ainda afirmam que Carmen nunca havia desaparecido antes.
Após o ocorrido, familiares e amigos auxiliaram os policiais nas buscas e fizeram várias manifestações pedindo respostas para o caso.
Entre os locais vasculhados estava a região próxima ao rio da cidade, onde o sinal do celular de Carmen foi captado pela última vez.
Também foram realizadas buscas em uma área de mata próxima à universidade, onde foram encontradas marcas de pneus compatíveis com os da bicicleta elétrica que ela usava no momento do desaparecimento.
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