Primeiro-ministro da Holanda renuncia após extrema direita deixar governo

Premiê Dick Schoof, que estava no poder havia menos de 1 ano, anunciou renúncia horas depois de o ultradireitista PVV deixar a coalizão do governo por cobrar mais políticas migratórias. Saída do PVV deixou a aliança frágil. País deve ter novas eleições. O primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof, acena após deixar palácio real e anunciar sua renúncia, em 3 de junho de 2025.
Peter Dejong/ AP
O primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof, renunciou ao cargo nesta terça-feira (3), e o país terá de passar por novas eleições.
Schoof, conservador, renunciou após perder o apoio do Partido pela Liberdade (PVV), da extrema direita, que era um dos componentes da já frágil coalizão de seu governo.
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Horas antes da renúncia do premiê, o líder do PVV, Geert Wilders, anunciou ter deixado o governo por conta de disputas sobre políticas de imigração. A sigla ultradireitista pressionava Schoof a suspender a concessão de pedidos de asilo na Holanda, uma proposta que enfrentava resistência de outras siglas que compunham o governo.
“Sem assinatura em nossos planos de asilo. O PVV deixa a coalizão”, publicou Wilders, que se declara "antimuçulmano".
Líder do partido de extrema-direita holandês PVV, Geert Wilders.
Yves Herman/Reuters
Mais cedo, o líder do PVV havia comunicado ao premiê que todos os ministros da sigla também renunciariam a seus cargos.
Uma nova eleição deve ser convocada pelo rei da Holanda — que é o chefe de Estado do país e responsável por convocar pleitos — ainda nesta semana, mas, segundo a imprensa local, só aconteceria em outubro.
Até lá, o atual premiê ficará no cargo como chefe de governo interino.
A possibilidade de uma eleição antecipada na Holanda ocorre em um momento de ascensão da extrema direita na Europa. O pleito será mais um teste para saber se a insatisfação dos europeus com a migração e o custo de vida pode minar a unidade dos países da União Europeia sobre como lidar com a Rússia e impulsionar o apoio ao presidente dos EUA, Donald Trump.
A decisão da extrema direita de deixar o governo encerra uma coalizão já frágil, no poder há 11 meses, que vinha tendo dificuldades para alcançar consensos desde sua formação, em julho do ano passado. A perspectiva de novas eleições aumenta a incerteza política na quinta maior economia da zona do euro.
Também deve atrasar uma decisão sobre o aumento dos gastos com defesa para atender às novas metas da Otan e deixará os Países Baixos com um governo interino quando receberem líderes mundiais para uma cúpula da aliança em Haia, ainda este mês.
Ascensão da extrema direita na Europa
Na Romênia, o candidato nacionalista Karol Nawrocki venceu por margem estreita a eleição presidencial na Polônia no domingo (3), enquanto o líder opositor tcheco eurocético Andrej Babis — ex-primeiro-ministro — lidera as pesquisas para a eleição de outubro.
Na Romênia, no entanto, o prefeito centrista de Bucareste, Nicusor Dan, venceu a eleição presidencial no mês passado, surpreendendo ao derrotar seu rival nacionalista de extrema direita.
Revolta
Rússia acusa a Europa de prolongar a guerra da Ucrânia
Os parceiros de coalizão de Wilders no governo holandês reagiram com incredulidade e indignação.
“Há uma guerra em nosso continente. Em vez de enfrentar o desafio, Wilders mostra que não está disposto a assumir responsabilidade”, disse Dilan Yesilgöz, líder do partido conservador VVD.
“É irresponsável derrubar o governo neste momento”, afirmou Nicolien van Vroonhoven, líder do partido centrista NSC.
Wilders havia vencido a eleição mais recente da Holanda, em novembro de 2023, com uma margem surpreendente de 23% dos votos. No entanto, pesquisas recentes indicam que ele perdeu apoio desde que passou a integrar o governo.
Atualmente, seu partido aparece com cerca de 20% das intenções de voto, praticamente empatado com a aliança Trabalhista/Verde, que é atualmente a segunda maior força no parlamento.
Na semana passada, Wilders exigiu apoio imediato para um plano de dez pontos que incluía o fechamento das fronteiras a todos os solicitantes de asilo, a deportação de refugiados sírios de volta ao seu país e o fechamento de abrigos de asilo.
Outras propostas incluíam expulsar imigrantes condenados por crimes graves e usar o Exército para reforçar o controle de fronteiras.
Wilders, que foi condenado por discriminação contra marroquinos em 2016, não fazia parte formal do governo como líder ou ministro.
Ele só conseguiu fechar um acordo de coalizão com outros três partidos conservadores no ano passado após não obter apoio para se tornar primeiro-ministro.
O gabinete foi então liderado por Dick Schoof, um tecnocrata independente e não eleito, que já havia comandado a agência de inteligência holandesa (AIVD).
Peter Dejong/ AP
O primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof, renunciou ao cargo nesta terça-feira (3), e o país terá de passar por novas eleições.
Schoof, conservador, renunciou após perder o apoio do Partido pela Liberdade (PVV), da extrema direita, que era um dos componentes da já frágil coalizão de seu governo.
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Horas antes da renúncia do premiê, o líder do PVV, Geert Wilders, anunciou ter deixado o governo por conta de disputas sobre políticas de imigração. A sigla ultradireitista pressionava Schoof a suspender a concessão de pedidos de asilo na Holanda, uma proposta que enfrentava resistência de outras siglas que compunham o governo.
“Sem assinatura em nossos planos de asilo. O PVV deixa a coalizão”, publicou Wilders, que se declara "antimuçulmano".
Líder do partido de extrema-direita holandês PVV, Geert Wilders.
Yves Herman/Reuters
Mais cedo, o líder do PVV havia comunicado ao premiê que todos os ministros da sigla também renunciariam a seus cargos.
Uma nova eleição deve ser convocada pelo rei da Holanda — que é o chefe de Estado do país e responsável por convocar pleitos — ainda nesta semana, mas, segundo a imprensa local, só aconteceria em outubro.
Até lá, o atual premiê ficará no cargo como chefe de governo interino.
A possibilidade de uma eleição antecipada na Holanda ocorre em um momento de ascensão da extrema direita na Europa. O pleito será mais um teste para saber se a insatisfação dos europeus com a migração e o custo de vida pode minar a unidade dos países da União Europeia sobre como lidar com a Rússia e impulsionar o apoio ao presidente dos EUA, Donald Trump.
A decisão da extrema direita de deixar o governo encerra uma coalizão já frágil, no poder há 11 meses, que vinha tendo dificuldades para alcançar consensos desde sua formação, em julho do ano passado. A perspectiva de novas eleições aumenta a incerteza política na quinta maior economia da zona do euro.
Também deve atrasar uma decisão sobre o aumento dos gastos com defesa para atender às novas metas da Otan e deixará os Países Baixos com um governo interino quando receberem líderes mundiais para uma cúpula da aliança em Haia, ainda este mês.
Ascensão da extrema direita na Europa
Na Romênia, o candidato nacionalista Karol Nawrocki venceu por margem estreita a eleição presidencial na Polônia no domingo (3), enquanto o líder opositor tcheco eurocético Andrej Babis — ex-primeiro-ministro — lidera as pesquisas para a eleição de outubro.
Na Romênia, no entanto, o prefeito centrista de Bucareste, Nicusor Dan, venceu a eleição presidencial no mês passado, surpreendendo ao derrotar seu rival nacionalista de extrema direita.
Revolta
Rússia acusa a Europa de prolongar a guerra da Ucrânia
Os parceiros de coalizão de Wilders no governo holandês reagiram com incredulidade e indignação.
“Há uma guerra em nosso continente. Em vez de enfrentar o desafio, Wilders mostra que não está disposto a assumir responsabilidade”, disse Dilan Yesilgöz, líder do partido conservador VVD.
“É irresponsável derrubar o governo neste momento”, afirmou Nicolien van Vroonhoven, líder do partido centrista NSC.
Wilders havia vencido a eleição mais recente da Holanda, em novembro de 2023, com uma margem surpreendente de 23% dos votos. No entanto, pesquisas recentes indicam que ele perdeu apoio desde que passou a integrar o governo.
Atualmente, seu partido aparece com cerca de 20% das intenções de voto, praticamente empatado com a aliança Trabalhista/Verde, que é atualmente a segunda maior força no parlamento.
Na semana passada, Wilders exigiu apoio imediato para um plano de dez pontos que incluía o fechamento das fronteiras a todos os solicitantes de asilo, a deportação de refugiados sírios de volta ao seu país e o fechamento de abrigos de asilo.
Outras propostas incluíam expulsar imigrantes condenados por crimes graves e usar o Exército para reforçar o controle de fronteiras.
Wilders, que foi condenado por discriminação contra marroquinos em 2016, não fazia parte formal do governo como líder ou ministro.
Ele só conseguiu fechar um acordo de coalizão com outros três partidos conservadores no ano passado após não obter apoio para se tornar primeiro-ministro.
O gabinete foi então liderado por Dick Schoof, um tecnocrata independente e não eleito, que já havia comandado a agência de inteligência holandesa (AIVD).
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