Mapa da 9mm: em 4 anos, arma usada por criança que matou mãe se torna uma das mais populares em MS

Segundo dados da Polícia Federal, 92% de todos dos registros de pistolas 9mm no estado ocorreram entre 2019 e 2022, período em que a venda para civis estava liberada. Criança de 2 anos pega arma do pai, atira e mata a mãe em MS
A pistola calibre 9 milímetros (9mm) foi liberada para civis por apenas quatro anos, entre 2019 e 2022. Em pouco tempo, o armamento se tornou um dos mais populares em Mato Grosso do Sul. Nesse período, foram registradas 4.917 armas do tipo no estado — o equivalente a 92% do total histórico de 5.358 registros, segundo a Polícia Federal.
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Até 2019, a 9mm era de uso restrito das Forças Armadas e das polícias. A liberação para civis veio durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Em 2023, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a autorização foi revogada. No entanto, quem já possuía não precisou devolver a arma.
A 9mm é o calibre da arma usada pela criança de 2 anos que matou a mãe acidentalmente em Rio Verde (MS). Segundo a polícia, o pai da criança tinha porte e registro da arma. Ele foi ouvido na delegacia e vai responder em liberdade por homicídio culposo. A posse foi concedida a ele em 2022, por ser produtor rural.
Disparada do calibre por Mato Grosso do Sul
Balas de calibre .380 (à esq.) e de 9mm (à dir.)
Luiz Gabriel Franco/g1
Mesmo com a liberação por apenas quatro anos, o armamento se tornou um dos calibres mais comuns no estado. “Até 2019 a pistola 9mm era um calibre restrito. Somente forças policiais e pessoas ligadas à área de segurança podiam adquirir. Os números antes disso são irrisórios”, explica Roberto Uchôa, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Dos 29.994 registros ativos de armas em Mato Grosso do Sul, a distribuição entre os calibres são:
9 mm - 5.297 armas;
.38 - 5.394 armas;
.380 - 5.153 armas;
.22 - 3.163 armas.
De acordo com a Polícia Federal, entre 2019 e 2025, foram registradas 13.758 armas de fogo em Mato Grosso do Sul. Quase 4 em cada 10 eram do calibre 9mm, que respondeu por 38% do total.
O auge dos registros ocorreu em 2021, com 2.210 novas armas 9mm cadastradas no estado — número superior à soma de todos os registros civis do calibre feitos antes da liberação para cidadãos.
A partir de 2023, com a mudança de governo e a adoção de regras mais rígidas para aquisição de armamentos, os registros despencaram: foram 276 naquele ano, seguidos por apenas 13 em 2024 e 3 em 2025, segundo dados da Polícia Federal.
A maior parte dos registros foi feita por civis. Das 5.209 armas 9mm cadastradas entre 2019 e 2025, 4.209 foram adquiridas por cidadãos comuns — mais de 80% do total. Quase 95% desses registros civis ocorreram entre 2019 e 2022, período de maior flexibilização no acesso a armas. Do total, 4.798 armas estão nas mãos de homens, e 411, de mulheres.
“O que o governo passado fez foi permitir que armas que antes circulavam no crime organizado entrassem legalmente no mercado. Isso deu à população um poder de fogo muito maior. A arma que antes não estava na mão dos cidadãos, agora estão e continuam em grande circulação”, avalia Uchôa.
Arma popular
Arma, munições e carregador foram apreendidos.
Divulgação
Por ser uma pistola, a 9mm carrega mais balas (de 12 a mais de 20) do que revólveres (5 a 8). Outra característica marcante da arma é o menor tempo para ficar preparada entre um tiro e outro.
A 9mm tem, ainda, quase o dobro da potência da pistola 380 (453,56 joules contra 245,32 joules). Além disso, o formato da bala, cônica, dá à 9mm um maior poder de penetração – podendo atingir pessoas atrás de obstáculos com mais facilidade.
A popularidade da 9mm, antes restrita a forças policiais, acende um alerta. Especialistas em segurança dizem que a presença desse tipo de arma em casa aumenta o risco de acidentes e uso indevido.
“A 9 mm é um dos calibres mais usados no mundo. Pode ser adaptada para pistolas, submetralhadoras ou carabinas. É potente, versátil e fácil de encontrar no mercado internacional. O caso da família de Rio Verde de Mato Grosso confirma o que mostram as pesquisas: ter uma arma em casa dobra o risco de homicídio no ambiente doméstico. E ela pode virar dinheiro rápido no mercado ilegal”, alerta Uchôa.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
A pistola calibre 9 milímetros (9mm) foi liberada para civis por apenas quatro anos, entre 2019 e 2022. Em pouco tempo, o armamento se tornou um dos mais populares em Mato Grosso do Sul. Nesse período, foram registradas 4.917 armas do tipo no estado — o equivalente a 92% do total histórico de 5.358 registros, segundo a Polícia Federal.
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Até 2019, a 9mm era de uso restrito das Forças Armadas e das polícias. A liberação para civis veio durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Em 2023, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a autorização foi revogada. No entanto, quem já possuía não precisou devolver a arma.
A 9mm é o calibre da arma usada pela criança de 2 anos que matou a mãe acidentalmente em Rio Verde (MS). Segundo a polícia, o pai da criança tinha porte e registro da arma. Ele foi ouvido na delegacia e vai responder em liberdade por homicídio culposo. A posse foi concedida a ele em 2022, por ser produtor rural.
Disparada do calibre por Mato Grosso do Sul
Balas de calibre .380 (à esq.) e de 9mm (à dir.)
Luiz Gabriel Franco/g1
Mesmo com a liberação por apenas quatro anos, o armamento se tornou um dos calibres mais comuns no estado. “Até 2019 a pistola 9mm era um calibre restrito. Somente forças policiais e pessoas ligadas à área de segurança podiam adquirir. Os números antes disso são irrisórios”, explica Roberto Uchôa, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Dos 29.994 registros ativos de armas em Mato Grosso do Sul, a distribuição entre os calibres são:
9 mm - 5.297 armas;
.38 - 5.394 armas;
.380 - 5.153 armas;
.22 - 3.163 armas.
De acordo com a Polícia Federal, entre 2019 e 2025, foram registradas 13.758 armas de fogo em Mato Grosso do Sul. Quase 4 em cada 10 eram do calibre 9mm, que respondeu por 38% do total.
O auge dos registros ocorreu em 2021, com 2.210 novas armas 9mm cadastradas no estado — número superior à soma de todos os registros civis do calibre feitos antes da liberação para cidadãos.
A partir de 2023, com a mudança de governo e a adoção de regras mais rígidas para aquisição de armamentos, os registros despencaram: foram 276 naquele ano, seguidos por apenas 13 em 2024 e 3 em 2025, segundo dados da Polícia Federal.
A maior parte dos registros foi feita por civis. Das 5.209 armas 9mm cadastradas entre 2019 e 2025, 4.209 foram adquiridas por cidadãos comuns — mais de 80% do total. Quase 95% desses registros civis ocorreram entre 2019 e 2022, período de maior flexibilização no acesso a armas. Do total, 4.798 armas estão nas mãos de homens, e 411, de mulheres.
“O que o governo passado fez foi permitir que armas que antes circulavam no crime organizado entrassem legalmente no mercado. Isso deu à população um poder de fogo muito maior. A arma que antes não estava na mão dos cidadãos, agora estão e continuam em grande circulação”, avalia Uchôa.
Arma popular
Arma, munições e carregador foram apreendidos.
Divulgação
Por ser uma pistola, a 9mm carrega mais balas (de 12 a mais de 20) do que revólveres (5 a 8). Outra característica marcante da arma é o menor tempo para ficar preparada entre um tiro e outro.
A 9mm tem, ainda, quase o dobro da potência da pistola 380 (453,56 joules contra 245,32 joules). Além disso, o formato da bala, cônica, dá à 9mm um maior poder de penetração – podendo atingir pessoas atrás de obstáculos com mais facilidade.
A popularidade da 9mm, antes restrita a forças policiais, acende um alerta. Especialistas em segurança dizem que a presença desse tipo de arma em casa aumenta o risco de acidentes e uso indevido.
“A 9 mm é um dos calibres mais usados no mundo. Pode ser adaptada para pistolas, submetralhadoras ou carabinas. É potente, versátil e fácil de encontrar no mercado internacional. O caso da família de Rio Verde de Mato Grosso confirma o que mostram as pesquisas: ter uma arma em casa dobra o risco de homicídio no ambiente doméstico. E ela pode virar dinheiro rápido no mercado ilegal”, alerta Uchôa.
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