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Prejuízos das cidades com desastres climáticos ultrapassa os R$ 700 bilhões em 12 anos

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Prejuízos das cidades com desastres climáticos ultrapassa os R$ 700 bilhões em 12 anos
Dados da Confederação Nacional dos Municípios mostram evolução da emergência climática baseada nos números de prejuízos das cidades com reconstrução e perdas materiais nas cidades atingidas pela seca extrema, estiagem e chuvas intensas. Rodovia e casas em Picada Mariante, no município de Venâncio Aires, que foram atingidas pela enchente que deixou cenário devastador após as fortes chuvas no Rio Grande do Sul
Fábio Tito/g1
A seca, a estiagem e o excesso de chuvas no país, reflexos da emergência climática, são cada vez mais intensos no Brasil. Potencializados ano a ano nos desastres ocorridos por estas condições já causaram R$ 732,2 bilhões de prejuízos às cidades brasileiras em 12 anos.
O levantamento é da Confederação Nacional dos Municípios e foi obtido com exclusividade pela GloboNews.
Os dados levam em consideração os desastres registrados de 2013 a 2024.
Só em 2024, as tragédias climáticas causaram um impacto negativo de R$ 92,6 bilhões.
De 2013 a 2024, 95% dos municípios do país já foram atingidos ao menos uma vez por algum tipo de desastre. Isso significa que 5.279 cidades foram afetadas por uma tragédia natural, resultando em 70.361 registros de decretação de Situação de Emergência (SE) ou Estado de Calamidade Pública (ECP).
Os dados foram obtidos por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (S2ID/MIDR).
O levantamento destaca, ainda, que, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2024, os desastres impactaram mais de 473,2 milhões de pessoas em todo o território nacional.
No período analisado, mais de 5 milhões de pessoas ficaram desalojadas, mais de 1 milhão desabrigadas e quase 3 mil pessoas morreram.
Setor de transportes ainda amarga prejuízos por causa da enchente no RS
Em 12 anos
Os prejuízos que atingem setores público e privado, instalações de saúde e educação, habitações e o agronegócio, estão aumentando ano a ano.
De 2013 a 2024, os valores referentes aos gastos dos municípios aumentaram quase 1.000%.
PREJUÍZOS CAUSADOS POR DESASTRES NO BRASIL
2013 R$ 8,5 bilhões.
2014 R$ 5,3 bilhões.
2015 R$ 25,1 bilhões.
2016 R$ 43, 3 bilhões.
2017 R$ 37,3 bilhões.
2018 R$ 37,1 bilhões.
2019 R$ 30,8 bilhões
2020 R$ 64,2 bilhões.
2021 R$ 159,1 bilhões.
2022 R$ 123,3 bilhões.
2023 R$ 105,4 bilhões.
2024 R$ 92,6 bilhões.
Total R$ 732,2 bilhões
A agricultura responde por quase metade dos prejuízos causados pelos desastres ao longo dos 12 anos, somando um impacto de R$ 325,6 bilhões (44,5% do total).
O estudo ainda analisa os impactos na pecuária (R$ 94,4 bilhões); instalações públicas de saúde (R$ 86 bilhões); abastecimento de água potável (R$ 61,2 bilhões); habitação (R$ 43,4 bilhões); obras de infraestrutura (R$ 42,4 bilhões); sistema de transportes (R$ 23,3 bilhões); comércios locais (R$ 21,8 bilhões); e indústria (R$ 9,5 bilhões).
Tipo de desastres
Entre 2013 e 2014, a “seca e a estiagem” lideram o número de decretações de emergência ou calamidade, com 27,9 mil registros, seguidas pelo “excesso de chuvas”, com 20,4 mil.
Somadas, as duas categorias totalizam 48,4 mil decretos, o que corresponde a 68,9% do total de 70.361 decretações registradas no país nos últimos 12 anos.
A maior parte dessas decretações de “seca e estiagem” ocorreu na região Nordeste, os nove Estados nordestinos somam 20,4 mil casos, com destaque para Paraíba (4.508 decretos), Bahia (4.016), Rio Grande do Norte (3.095), Pernambuco (2.741) e Ceará (2.412).
Historicamente a seca é mais associada ao semiárido nordestino, mas é possível observa um aumento de casos na região Norte nos últimos anos.
Esse crescimento está relacionado à intensificação de eventos extremos, como o El Niño de 2023/2024, que provocou uma das maiores estiagens já registradas na região.
Já os decretos relacionados a chuvas extremas, a CNM constata que a região Sul foi a mais afetada pelo excesso de chuvas na série histórica analisada, com 70.361 casos (12,3% do total nacional).
Estados
Entre os estados mais impactados, Minas Gerais é responsável por 14,3% do total de eventos extremos em âmbito nacional, atingido constantemente por eventos como chuvas intensas, movimentos de massa e rompimentos de barragens.
Em seguida, aparecem os estados da Bahia (9,1%), Santa Catarina (8,3%) e Rio Grande do Sul (8,3%), que também apresentaram muitos alertas em função da frequência de seca/estiagens, inundações entre outros.
Rio Grande do Sul
Em 2024, o prejuízo contabilizado só no Rio Grande do Sul foi de R$ 14,5 bilhões para o estado inteiro, segundo a CNM.
Os setores de Agricultura e Habitação foram os mais impactados, somando R$ 5,6 bilhões e R$ 4,7 bilhões respectivamente.
Levando em consideração o prejuízo acumulado desde 2013 o valor é de R$ 114,5 bilhões.
PREJUÍZOS CAUSADOS POR DESASTRES – RIO GRANDE DO SUL – 2024
Total em prejuízos: R$ 14,5 bilhões.
Setores mais afetados:
Agricultura: R$ 5,6 bilhões;
Habitação: R$ 4,7 bilhões;
Obras de infraestrutura: R$ 1,9 bilhão;
Pecuária: R$ 658 milhões;
Indústria: R$ 357,4 milhões;
Instalações públicas de ensino: R$ 325,2 milhões;
Sistema público de transporte: R$ 224 milhões;
Comércios locais: R$ 149,4 milhões;
Sistema de ensino: R$ 111,1 milhões;
Instalações públicas de saúde: R$ 64,5 milhões
Sistema de limpeza e destinação do lixo: R$ 56,1 milhões.
Prejuízos em mais de 90% do estado
Mais de 90% das cidades do estado do Rio Grande do Sul foram atingidas e tiveram prejuízos no ano passado.
Em Feliz, no Vale do Caí, uma propriedade de 16 hectares sofreu um prejuízo de R$ 1 milhão com a perda de hortaliças, maquinário e gado depois da tragedia do ano passado.
Um ano depois e só agora a família Kremmer conseguiu colher abobrinhas, depois de recuperar o solo, atingido pela lama.
“Quem trabalha com alimento e vê todo esse processo de desenvolvimento, desde o início quando e coloca a muda na terra, até a colheita, é gratificante. Tiramos força de onde não imaginávamos, mas conseguimos”, contou Everlin Kremer, engenheira agrônoma.
Em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, 70% das unidades de saúde foram destruídas com a enchente.
Até hoje, o Hospital de Pronto Socorro, referência em atendimento de trauma e AVC, além de emergência, não reabriu.
A unidade está em obras e devem ser investidos R$ 60 milhões na recuperação, que tem previsão de terminar outubro.
Em Eldorado do Sul, também região metropolitana, mais de 2 mil famílias ficaram sem casa depois de o município ser 98% atingido.
Até o momento, a prefeitura conseguiu, por meio de recursos federais e estaduais, cerca de 1.200 casas que ainda serão construídas para a população.
Baixa execução orçamentária
A CNM afirma que a baixa execução orçamentária da União — com apenas 39,8% dos valores autorizados efetivamente pagos — agrava ainda mais esse cenário e que é essencial o fortalecimento das forças de combate municipais para evitar o agravamento dos casos.
“Dos decretos de calamidade e emergência, só 47% dos municípios preencheram os danos causados e mesmo assim de forma muito elementar, porque os prefeitos dos municípios não acreditam mais no governo federal. Não adianta fazer um inventário, ir atrás do dinheiro, porque não vem nada, é zero. Dos R$ 730 bilhões só foram pagos, até hoje, R$ 5 bilhões”, afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Paulo também ressalta a importância da prevenção e da estruturação das cidades brasileiras com ajuda do governo federal.
“Falta a prevenção e a estruturação. É possível ter a solução, só que tem muita conversa. Só há muita promessa e pouca ação para resolver a questão. É preciso comprometimento efetivo e principalmente que o cidadão cobre mais. O cidadão conhece a prefeitura, e tem que tomar uma posição, tomar conhecimento e saber que ele paga os impostos”, finalizou.

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