Assembleia de funcionários discute plano de pagamento de dívidas trabalhistas de credora da Avibras

A proposta apresentada prevê que trabalhadores recebam o pagamento das dívidas trabalhistas em até 48 vezes. Funcionários discutem proposta de credora da Avibras
Durante uma assembleia, funcionários da Avibras discutiram uma proposta da Brasil Crédito - principal credora da Avibras - para a compra da empresa e pagamento de dívidas trabalhistas. O encontro foi feito na noite desta quarta-feira (7), em São José dos Campos.
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Sediada em Jacareí (SP), a Avibras é uma das maiores indústrias do setor de defesa militar do país, mas enfrenta uma grave crise financeira há quase três anos e pediu recuperação judicial, alegando dívidas de cerca de R$ 600 milhões.
A proposta havia sido apresentada pela Brasil Crédito a representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos na última semana.
Nesta quarta-feira, a reunião entre representantes do sindicato e os trabalhadores aconteceu na sede do sindicato, em São José, e discutiu opções do pagamento dos salários atrasados dos funcionários, que estão sem receber há quase três anos.
Pela proposta da Brasil Crédito, os funcionários teriam a opção de um acerto parcelado em até 48 vezes com reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 1% de juro ao ano. Outros créditos poderiam ser acordados com pagamento integral.
"Como todo plano de recuperação (judicial), tem sempre alguma coisa de parcelamento de dívidas. A grande diferença desse plano é a substituição do administrador da Avibras. Hoje é João Brasil, mas a ideia é que seja um administrador nomeado pela assembleia de credores. A intenção é fazer a empresa produzir e vender", explicou Aristeu César Pinto Neto, coordenador jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Além disso, a proposta planeja empregar os atuais trabalhadores da Avibras que desejarem. A proposta foi aceita pelos trabalhadores da empresa, mas ainda não é válida.
Agora, a expectativa é que haja uma nova reunião entre o sindicato, a Brasil Crédito, Avibras e todos os outros credores no próximo dia 13 de maio. No encontro, deve ser votada a proposta apresentada da Brasil Crédito - que pode ser aprovada ou rejeitada.
A Brasil Crédito é a principal credora da Avibras. Segundo o sindicato, o fundo de investimento tem cerca de 18 milhões de dólares - cerca de R$ 101 milhões - para receber da empresa bélica.
Por meio de nota, a Avibras disse que "está ciente do plano alternativo proposto pela Brasil Crédito e manifesta seu apoio à decisão dos trabalhadores. O presidente João Brasil Carvalho Leite reafirma seu compromisso com a recuperação da empresa e está disposto a tomar todas as medidas necessárias para a retomada da Avibras".
Avibras em Jacareí.
Claudio Vieira/Sindicato dos Metalúrgicos
Negociações para venda
No ano passado, a Avibras chegou a negociar a venda para uma empresa australiana e, depois, para uma empresa brasileira, mas as duas tratativas fracassaram.
Já em janeiro deste ano, a Avibras anunciou novas negociações com uma empresa saudita. Segundo o comunicado, as tratativas eram 'avançadas' com a empresa Black Storm Military Industries. Até o momento, porém, a venda não foi concretizada.
Investidor desiste da compra da Avibras
Crise da Avibras
Confira a linha do tempo da crise e da situação da Avibras:
março de 2022: a Avibras pediu recuperação judicial alegando uma dívida de R$ 600 milhões
setembro de 2022: os trabalhadores entraram em greve por causa dos atrasos nos salários
julho de 2023: o plano de recuperação judicial foi aprovado
abril de 2024: a Avibras anunciou que negociava a venda para a empresa australiana Defendtex
junho de 2024: a Defendtex desistiu da compra
junho de 2024: o Ministério da Defesa informou que a Avibras havia recebido nova proposta, desta vez de um possível investidor chinês
outubro de 2024: a Avibras afirmou que negociava com um investidor brasileiro
dezembro de 2024: o investidor brasileiro desistiu do negócio
janeiro de 2025: novas negociações, dessa vez com uma empresa saudita
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a dívida adquirida pela Avibras durante o período de recuperação judicial - de 2022 para cá - é de mais de R$ 320 milhões.
Quando o processo de recuperação começou, a empresa de Jacareí tinha cerca de 1,4 mil funcionários. Atualmente são cerca de 900 funcionários, que estão em greve desde setembro de 2022.
A Avibras
A Avibras Aeroespacial é a maior indústria bélica do país e foi fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos. Ela é uma das primeiras empresas nacionais a atender o setor aeroespacial.
A empresa desenvolve tecnologia para as áreas de Defesa e Civil. A organização foi uma das primeiras no Brasil a construir aeronaves, desenvolver e fabricar veículos espaciais para fins civis e militares.
Presente no mercado nacional e internacional, a empresa tem sede em Jacareí, no interior de São Paulo, e desenvolve motores de foguetes para as forças armadas, entre outras coisas.
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Durante uma assembleia, funcionários da Avibras discutiram uma proposta da Brasil Crédito - principal credora da Avibras - para a compra da empresa e pagamento de dívidas trabalhistas. O encontro foi feito na noite desta quarta-feira (7), em São José dos Campos.
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Sediada em Jacareí (SP), a Avibras é uma das maiores indústrias do setor de defesa militar do país, mas enfrenta uma grave crise financeira há quase três anos e pediu recuperação judicial, alegando dívidas de cerca de R$ 600 milhões.
A proposta havia sido apresentada pela Brasil Crédito a representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos na última semana.
Nesta quarta-feira, a reunião entre representantes do sindicato e os trabalhadores aconteceu na sede do sindicato, em São José, e discutiu opções do pagamento dos salários atrasados dos funcionários, que estão sem receber há quase três anos.
Pela proposta da Brasil Crédito, os funcionários teriam a opção de um acerto parcelado em até 48 vezes com reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 1% de juro ao ano. Outros créditos poderiam ser acordados com pagamento integral.
"Como todo plano de recuperação (judicial), tem sempre alguma coisa de parcelamento de dívidas. A grande diferença desse plano é a substituição do administrador da Avibras. Hoje é João Brasil, mas a ideia é que seja um administrador nomeado pela assembleia de credores. A intenção é fazer a empresa produzir e vender", explicou Aristeu César Pinto Neto, coordenador jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Além disso, a proposta planeja empregar os atuais trabalhadores da Avibras que desejarem. A proposta foi aceita pelos trabalhadores da empresa, mas ainda não é válida.
Agora, a expectativa é que haja uma nova reunião entre o sindicato, a Brasil Crédito, Avibras e todos os outros credores no próximo dia 13 de maio. No encontro, deve ser votada a proposta apresentada da Brasil Crédito - que pode ser aprovada ou rejeitada.
A Brasil Crédito é a principal credora da Avibras. Segundo o sindicato, o fundo de investimento tem cerca de 18 milhões de dólares - cerca de R$ 101 milhões - para receber da empresa bélica.
Por meio de nota, a Avibras disse que "está ciente do plano alternativo proposto pela Brasil Crédito e manifesta seu apoio à decisão dos trabalhadores. O presidente João Brasil Carvalho Leite reafirma seu compromisso com a recuperação da empresa e está disposto a tomar todas as medidas necessárias para a retomada da Avibras".
Avibras em Jacareí.
Claudio Vieira/Sindicato dos Metalúrgicos
Negociações para venda
No ano passado, a Avibras chegou a negociar a venda para uma empresa australiana e, depois, para uma empresa brasileira, mas as duas tratativas fracassaram.
Já em janeiro deste ano, a Avibras anunciou novas negociações com uma empresa saudita. Segundo o comunicado, as tratativas eram 'avançadas' com a empresa Black Storm Military Industries. Até o momento, porém, a venda não foi concretizada.
Investidor desiste da compra da Avibras
Crise da Avibras
Confira a linha do tempo da crise e da situação da Avibras:
março de 2022: a Avibras pediu recuperação judicial alegando uma dívida de R$ 600 milhões
setembro de 2022: os trabalhadores entraram em greve por causa dos atrasos nos salários
julho de 2023: o plano de recuperação judicial foi aprovado
abril de 2024: a Avibras anunciou que negociava a venda para a empresa australiana Defendtex
junho de 2024: a Defendtex desistiu da compra
junho de 2024: o Ministério da Defesa informou que a Avibras havia recebido nova proposta, desta vez de um possível investidor chinês
outubro de 2024: a Avibras afirmou que negociava com um investidor brasileiro
dezembro de 2024: o investidor brasileiro desistiu do negócio
janeiro de 2025: novas negociações, dessa vez com uma empresa saudita
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a dívida adquirida pela Avibras durante o período de recuperação judicial - de 2022 para cá - é de mais de R$ 320 milhões.
Quando o processo de recuperação começou, a empresa de Jacareí tinha cerca de 1,4 mil funcionários. Atualmente são cerca de 900 funcionários, que estão em greve desde setembro de 2022.
A Avibras
A Avibras Aeroespacial é a maior indústria bélica do país e foi fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos. Ela é uma das primeiras empresas nacionais a atender o setor aeroespacial.
A empresa desenvolve tecnologia para as áreas de Defesa e Civil. A organização foi uma das primeiras no Brasil a construir aeronaves, desenvolver e fabricar veículos espaciais para fins civis e militares.
Presente no mercado nacional e internacional, a empresa tem sede em Jacareí, no interior de São Paulo, e desenvolve motores de foguetes para as forças armadas, entre outras coisas.
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