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Sete meses após desaparecimento de funcionários de ferro-velho em Salvador, empresário suspeito segue foragido

Sete meses após desaparecimento de funcionários de ferro-velho em Salvador, empresário suspeito segue foragido
Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, desapareceram no dia 4 de novembro, após saírem para trabalhar como diaristas em um ferro-velho no bairro de Pirajá. Jovens desapareceram após saírem para trabalhar na capital baiana
TV Bahia
Sete meses após o desaparecimento de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, ocorrido em novembro de 2024, o empresário Marcelo Batista da Silva, principal suspeito de matar os jovens, segue foragido.
Paulo Daniel e Matusalém desapareceram no dia 4 de novembro, após saírem para trabalhar como diaristas em um ferro-velho no bairro de Pirajá, em Salvador. Eles são dados como mortos pela Polícia Civil.
Marcelo Batista é o proprietário do ferro-velho onde os rapazes trabalharam por cerca de três semanas. No dia 27 de março, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou ele e o soldado da Polícia Militar Josué Xavier Pereira pelos homicídios dos jovens.
Segundo o órgão, os crimes foram cometidos por motivo torpe, meio cruel, com recursos que dificultaram as defesas das vítimas e ocultação dos cadáveres.
Em 31 de março, a Justiça da Bahia acatou a denúncia do MP-BA, tornou réus Marcelo e Josué e decretou mais uma vez a prisão preventiva do empresário. A audiência de instrução dos acusados está agendada para o dia 16 de junho.
Marcelo é procurado pela polícia desde novembro de 2024, quando foi determinada a prisão preventiva dele. No entanto, em março deste ano, foi concedida a liberdade provisória e ele passou a não ser mais considerado foragido.
Em contato com a produção da TV Bahia, os advogados de Marcelo esclareceram que o novo pedido de prisão foi motivado pelo descumprimento das medidas cautelares impostas pela Justiça após o primeiro pedido de prisão.
A defesa detalhou que, quando o juiz revogou a prisão anterior, ele determinou algumas condições, como a proibição de Marcelo se ausentar do estado, a obrigatoriedade de comparecer mensalmente ao fórum e o uso de tornozeleira eletrônica.
No entanto, como essas medidas não foram cumpridas, o juiz, seguindo a legislação, solicitou novamente a prisão. Os advogados não detalharam por que o homem violou essas medidas.
A defesa do empresário também informou que protocolou um novo pedido de revogação da prisão, e que, agora, a decisão depende da avaliação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e do juiz responsável pelo caso. Segundo os advogados, Marcelo se apresentará à Justiça no momento oportuno.
Em março, outros dois envolvidos no caso também tiveram liberdade concedida. No entanto, não foi detalhado o envolvimento dos homens no crime, que segue sob investigação. O caso está em segredo de Justiça.
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De acordo com a mãe de Paulo Daniel, Marineide Pereira, dias antes do desaparecimento, os rapazes teriam sido acusados pelo empresário de roubar um gerador.
Em entrevista à TV Bahia, na época do desaparecimento, ela assegurou que Paulo Daniel não tinha envolvimento com a criminalidade. "Só quero meu filho, vivo ou morto. Ele não é ladrão, vagabundo, marginal. Eu não sou mãe de tapar o olho, se ele fosse errado, tinha que pagar pela Justiça, mas não é o caso", afirmou.
Sete meses após o desaparecimento do filho, Marineide cobra por respostas das autoridades e enfrenta uma depressão. Ela ainda precisa lidar com o neto, de três anos, pedindo pela presença do pai.
O menino já teve aniversário, primeiro dia de aula e aprendeu suas primeiras frases após o desaparecimento de Paulo Daniel.
Buscas na represa da Barragem do Cobre
No dia 6 de dezembro de 2024, a Polícia Civil reforçou as buscas por Paulo Daniel e Matusalém após uma denúncia de que os corpos dos dois foram descartados na represa da Barragem do Cobre, no bairro de Pirajá, na capital baiana.
Segundo detalhou o delegado José Nelis Araújo, à frente das investigações, o suspeito frequentava o local e conhecia o terreno, que é conhecido como área de desova.
“Aliado a laudos periciais e outros elementos coletados nas apurações, a prisão de mais dois investigados, que podem ter participação nos fatos, vai possibilitar o avanço na elucidação do crime e na responsabilização de todos os envolvidos”, afirmou.
Mergulhadores do Corpo de Bombeiros trabalharam na área para verificar a informação. A operação envolveu cinco equipes, incluindo 20 policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), além dos bombeiros.
Marcelo é dono do ferro-velho onde jovens trabalhavam
Redes sociais
Soldado da PM solto
Em janeiro deste ano, o soldado da Polícia Militar (PM) Josué Xavier, também suspeito de envolvimento nas mortes, foi solto após o fim do prazo da prisão temporária.
Com a soltura, o militar voltou a fazer parte do quadro da corporação, mas para atuar no setor administrativo até o fim das investigações. Ele é lotado na 19ª Companhia Independente (CIPM), em Paripe.
Além do policial, o gerente do ferro-velho, Wellington Barbosa, conhecido como "Cabecinha", também chegou a ser preso. Ele cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, porque foi diagnosticado com hanseníase, doença que pode atingir a pele e nervos, causando incapacidades físicas.
Na última vez que falou sobre o assunto, o delegado José Nélis, da 3ª Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações, disse que ainda não era possível afirmar a participação de cada um dos presos na ação.
Porém, as apurações da Polícia Civil apontam que Paulo Daniel e Matusalém foram mortos.
Quem é o dono do ferro-velho?
Local onde os jovens trabalhavam em Salvador
TV Bahia
Marcelo Batista da Silva é o dono do empreendimento. Além do mandado de prisão em aberto em relação ao desaparecimento dos dois jovens, o nome do empresário aparece em investigações a respeito de outros crimes. Segundo a polícia, ele é:
investigado por duplo homicídio
investigado por tentativa de homicídio
apontado com envolvimento com milícia e facção criminosa
responde por violência doméstica contra a ex-mulher
Na Justiça do Trabalho, o homem responde a nove processos que estão em tramitação. Outros 60 foram arquivados. As acusações abordam descumprimento de pagamento de salário, horas extras, assédio sexual e tortura.
A suspeita do envolvimento do empresário no crime foi denunciada pelas famílias dos jovens, que relataram que Marcelo havia acusado as vítimas de furto.
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Ao longo das investigações, o carro do suspeito foi periciado após ser encontrado em uma loja especializada em veículos de alto patrão, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Avaliado em R$ 750 mil, o carro foi deixado no local por outro homem, que solicitou a troca dos bancos alegando ter adquirido o bem com alguns pontos de sujeira.
A Polícia Civil informou que a suposta sujeira pode se tratar de vestígios de sangue dos rapazes.
A versão dada pelo empresário, em 8 de novembro, antes de ter o mandado de prisão expedido, é que teve cinco toneladas de fardo de alumínio furtados em dois meses e que conseguiu recuperar 500 quilos em 3 de novembro, após seguir o caminhão usado no crime.
Segundo ele, no dia 4 de novembro, enquanto registrava ocorrência policial contra um terceiro funcionário, que não teve o nome divulgado, Paulo Daniel e Matusalém foram flagrados em outro furto à empresa.
Marcelo Batista ainda informou que planejava ligar para a polícia, para fazer um flagrante no dia seguinte e recuperar a carga roubada. No entanto, segundo ele, os jovens não apareceram para trabalhar e nunca mais entraram em contato.
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