Pátio do aeroporto de Fernando de Noronha tem asfalto com 30 anos, fissuras e infiltrações que causam atolamentos

Dois aviões ficaram atolados no pátio em menos de uma semana; reforma da pista está em andamento, mas já sofreu atrasos. Avião atolou após asfalto ceder na pista do aeroporto de Fernando de Noronha
Arquivo pessoal
O asfalto do pátio onde dois aviões atolaram em Fernando de Noronha, em menos de uma semana, tem 30 anos. A última reforma foi feita em 1995. Segundo especialistas ouvidos pelo g1, há fissuras no pátio de taxiamento e infiltrações que comprometem a base da estrutura.
? Siga o perfil do Bom Dia PE no Instagram
A Dix Empreendimentos é a concessionária do aeródromo, mas a responsabilidade pela pista e pelo pátio é do Governo de Pernambuco. A empresa afirmou que já havia alertado sobre os riscos e cobrado uma obra urgente no local.
O diretor da Dix, Samuel Prado, informou que os dois atolamentos ocorreram em pontos do pátio com a mesma estrutura.
“Alertamos sobre a necessidade de priorizar o pátio na reforma. Sabíamos que a intervenção era urgente, porque a área está danificada”, declarou Prado.
O diretor explicou os problemas. “O asfalto tem rachaduras que permitem infiltrações. Isso comprometeu a base, que acabou cedendo”, disse Prado.
Segundo o diretor, o avião da Gol que atolou no domingo (29) tem peso máximo de decolagem de 80 toneladas (veja vídeo abaixo). Ele acredita que a aeronave usada na ilha deveria ter um peso inferior ao limite.
Avião da Gol atola em pátio do Aeroporto de Fernando de Noronha
O engenheiro Altamires Moura, um dos responsáveis pela a obra de recuperação do aeroporto, enfatizou que o asfalto foi projetado para durar dez anos, mas o pátio de taxiamento já tem 30 anos de uso.
“O projeto da obra traz uma recomendação específica para o pátio. A estrutura atual, feita com pavimento flexível (asfalto), não suporta mais o peso das aeronaves grandes. Já nas áreas com pavimento de concreto, não há problemas”, explicou Moura.
O engenheiro informou também que uma obra emergencial já foi feita. “Apesar da obra, infelizmente, entre as duas áreas de taxiamento, o pavimento não tem estrutura para suportar o peso das aeronaves”, completou.

Restrições Anac
Em outubro de 2022, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu a operação de aerojatos no aeroporto da ilha por conta dos buracos e fissuras na pista.
Com a restrição, a Azul passou a operar com aviões menores, modelo ATR, enquanto a Gol suspendeu os voos para a ilha. A Voepass assumiu as viagens em janeiro de 2023, também com aeronaves ATR, mas teve as atividades suspensas em todo o Brasil em março de 2025, por determinação da Anac.
A obra de requalificação do aeroporto, com custo estimado em R$ 60 milhões, começou em setembro de 2024. Após vários adiamentos, a primeira etapa foi concluída em março deste ano.
O serviço é executado pela Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco (Semobi). A primeira fase incluiu a reforma do eixo central da pista, que tem 1.845 metros de extensão.
LEIA TAMBÉM:
Área do aeroporto de Fernando de Noronha onde avião atolou ainda não foi recuperada; obra está atrasada
Pátio
A Semobi informou que a área onde o avião da Azul atolou passou por manutenção recente e está na fase de secagem, chamada de “cura”.
Segundo a secretaria, o ponto onde o avião da Gol atolou é diferente, mas ambos os trechos terão recuperação total. A previsão é que o serviço comece em 15 de julho.
Naufrágio
O g1 apurou que parte do material que seria usado na obra afundou no naufrágio do navio Harmonia, ocorrido há duas semanas.
A Semobi confirmou o naufrágio do material e informou que busca alternativas para transportar os insumos. Mesmo com o contratempo, a secretaria garantiu que a obra no pátio começa em julho.
VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa