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Tarifaço: Haddad diz que minerais críticos e terras raras podem entrar na negociação com os EUA

Tarifaço: Haddad diz que minerais críticos e terras raras podem entrar na negociação com os EUA
Terras raras: o que são, onde estão e por que os EUA se importam com elas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira (4) que o Brasil pode discutir a inclusão da exploração de minerais críticos e terras raras nas negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço imposto pelo governo norte-americano aos produtos brasileiros.
"Em se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral e, sobretudo, de investimentos estratégicos. Nós temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes, na área tecnológica", afirmou o ministro.
Haddad também citou o setor de data centers como um segmento que pode ser explorado em conjunto pelos dois países pois o Brasil detém grande oferta de energia para o funcionamento dos centros de processamento e armanezamenteo de dados. O ministro deu as declarações em entrevista à BandNewsTV.
"A gama de setores em que interessa o Brasil, uma parceria com os Estados Unidos, é enorme. Outra coisa importante, nós não queremos que só a China, ou agora com a União Europeia, a União Europeia invista no Brasil. Nós queremos que os Estados Unidos invistam também. Nós somos um país grande demais para servir de satélite de um bloco econômico, seja asiático, europeu ou estadunidense. Nós precisamos diversificar cada vez mais", disse Haddad.
Haddad e Lula conversam durante evento no Palácio do Planalto em 28 de julho de 2025.
Evaristo SA / AFP
O interesse norte-americano
Em meio ao impasse das tarifas impostas por Trump, o governo foi informado de que os Estados Unidos querem acesso aos minerais estratégicos.
O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar disse a representantes do Instituto Brasileiro de Mineração que os EUA estão interessados em realizar acordos com o Brasil para a aquisição de minerais considerados estratégicos.
Após o interesse norte-americano ter sido tornado públicao, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a intenção dos Estados Unidos nos minerais estratégicos brasileiros, como o lítio e o nióbio. Lula afirmou que “aqui ninguém põe a mão” e defendeu a soberania do Brasil sobre suas riquezas naturais.
“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse o presidente, em referência ao governo americano.
O que são terras raras?
As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. Eles são utilizados na fabricaçãoe de smartphones e televisores a câmeras digitais e LEDs. Apesar de usados em pequenas quantidades, eles são insubstituíveis.
A maior parte desses minerais está concentrada em dois pontos: na China e no Brasil. Eles são imprescindíveis para a indústria. Agora, a reserva brasileira é alvo do imbróglio com Trump.
O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Isso representa 25% do território existente.
O uso mais importante dessas substâncias está na fabricação de ímãs permanentes. Potentes e duráveis, esses ímãs mantêm suas propriedades magnéticas por décadas. Com eles, é possível produzir peças menores e mais leves, algo essencial por exemplo, para tecnologias, turbinas eólicas e veículos elétricos.
Terras raras são estudadas para produção de superimãs em Araxá, em Minas Gerais
PMA/Divulgação
Esses elementos também são fundamentais para a indústria de defesa. Estão presentes em aviões de caça, submarinos e equipamentos com telêmetro a laser. Justamente por essa relevância estratégica, o valor comercial é elevado.
O quilo de neodímio e praseodímio — os mais usados na produção de ímãs — custa cerca de 55 euros (R$ 353). Já o de térbio pode ultrapassar 850 euros (R$ 5.460). Para comparação, o minério de ferro custa cerca de R$ 0,60 o quilo.
Praticamente todas as grandes inovações da atualidade dependem de minerais críticos. É justamente por isso que as maiores potências do mundo têm se movido para garantir acesso.

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