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Tráfico internacional: quadrilha alvo da PF pagava até R$ 20 mil para quem aceitasse levar drogas à Europa

Tráfico internacional: quadrilha alvo da PF pagava até R$ 20 mil para quem aceitasse levar drogas à Europa
PF de Campinas faz operação em três estados contra tráfico internacional de drogas
A quadrilhada suspeita de tráfico internacional, alvo de uma operação da Polícia Federal de Campinas, nesta quarta-feira (23), pagava até R$ 20 mil para os passageiros que eram recrutados para fazer o transporte de drogas até a Europa.
A informação foi divulgada pelo delegado Edson Geraldo de Souza. Segundo a PF, o esquema envolvia o envio de cocaína para países europeus, como França, Bélgica e Portugal, a partir dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos (SP) e Viracopos, em Campinas (SP).
"Todas as pessoas que foram presas ou envolvidas, tinham plena ciência que estavam transportando drogas. Elas eram contratadas com essa finalidade, com valores de R$ 10 mil a R$ 20 mil por viagem", detalhou.
Quatro pessoas foram presas, incluindo um coordenador do esquema, e outras duas continuam foragidas. Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços residenciais, onde os agentes encontraram veículos e relógios de luxo.
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Como funcionava o esquema
O esquema envolvia o transporte terrestre da droga, o recrutamento dos passageiros que fariam o envio e a lavagem do dinheiro fruto do esquema. Entenda:
A droga era originária de Curitiba (PR). Uma parte do grupo era responsável por fazer o transporte terrestre até São Paulo, onde o entorpecente era colocado em fundos falsos de malas;
Outro setor do esquema era responsável por recrutar as pessoas que fariam o transporte aéreo. Elas vinham de estado Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, entre outros;
Para o transporte, o grupo sempre usava homens e mulheres que, juntos, se passavam por casal e levavam uma mala cada um. Eles trabalhavam com 10 a 13 quilos por carga.
As drogas eram escondidas na estrutura da mala de forma cuidadosa, mas, segundo o delegado, a substância passou a ser identificada com facilidade após a instalação de um equipamento espectrômetro, que identifica a presença de massa orgânica nas bagagens antes do embarque.
"Algumas dessas pessoas nos confessaram que fizeram quatro ou até cinco viagens entre os anos de 2022 e 2023, e foi ficando cada vez mais difícil. Dos sete eventos, eles tiveram sucesso em um, que chamaram de 'operação França' e a droga foi levada para Paris", comentou o delegado.
Entre os presos nesta quarta-feira estão:
dois principais envolvidos no esquema, incluindo o coordenador do grupo;
operadores financeiros.
A suspeita é de que ao menos seis empresas de fachada estejam relacionadas ao crime, com atuação na lavagem de dinheiro. A PF detalhou que a movimentação dos valores ocorria por meio de operadores financeiros internacionais e, principalmente, via PIX.
"Um dos integrantes responsáveis pelos PIX estava com receio em relação à movimentação em relação ao nome dele. Ele buscava amigos, familiares, pessoas que estivessem dispostas a emprestar as suas chaves para poder fazer essa transferência. É o alerta que fica. Emprestar contas, chaves, para receber movimentações suspeitas, pode levar a pessoa a responder por lavagem de dinheiro".
Helicóptero bloqueado
Um helicóptero avaliado em R$ 2,1 milhões foi bloqueado pela PF na operação. De acordo com o delegado, a aeronave estava em nome de uma empresa de fachada que era administrada por um homem "sem qualquer capacidade financeira" e que sequer pagava a pensão da filha.
"O administrador de uma dessas empresas, que comprou um helicóptero de R$ 2,1 milhões, não tinha dinheiro, sequer, para pagar pensão ou mensalidade da escola da filha. Vivia pedindo pequenos valores para os outros integrantes", comentou.
Além do helicóptero, R$ 10 milhões também foram bloqueados por ligação com crimes de lavagem de dinheiro do tráfico.
Arma apreendida em operação da Polícia Federal de Campinas em Araçoiaba da Serra
Divulgação/Polícia Federal
A investigação
Segundo a corporação, a apuração começou a partir da prisão em flagrante de um homem e uma mulher no dia 26 de fevereiro de 2024. Eles tentaram embarcar em um voo de Viracopos para Paris com 10 kg de cocaína escondidos no fundo falso de uma mala, o que permitiu a identificação de uma "complexa rede de pessoas físicas e jurídicas" que atuaram no tráfico internacional de drogas.
A investigação revelou que a quadrilha atuava em "vários estados" do Brasil. Os alvos dos mandados cumpridos na operação desta quarta-feira são endereços residenciais de pessoas apontadas como "aliciadores, financiadores e responsáveis pela logística e lavagem de dinheiro".
Os investigados podem responder, além de tráfico internacional de drogas, por organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 45 anos de prisão. A operação recebeu o nome de "Odysseus", em referência à mitologia grega que representa a "jornada dos investigadores" para identificar o esquema.
Polícia Federal apreendeu relógios rolex em operação contra tráfico internacional de drogas
Divulgação/Polícia Federal
Cidades com mandados
Prisão preventiva
Araçoiaba da Serra (SP): 1
Cajamar (SP): 2
Sorocaba (SP): 1
Anápolis (GO): 1
Goiânia (GO): 1
Busca e apreensão
Araçoiaba da Serra: 1
Cajamar: 2
Sorocaba: 1
Votorantim (SP): 1
Anápolis: 1
Goiânia: 1
Vila Velha (ES): 1
Apreensão de cocaína em fevereiro de 2024, que gerou operação da Polícia Federal
Divulgação/Polícia Federal
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