Caso Nicolly: família reconhece partes do corpo de adolescente encontrada morta em Hortolândia

Nicolly Fernanda Pogere, 15 anos.
Reprodução/Facebook
A família de Nicolly Fernanda Pogere, de 15 anos, reconheceu partes do corpo achadas na quinta-feira (24), às margens de uma lagoa do Jardim Amanda I, em Hortolândia (SP). A adolescente foi assassinada e esquartejada e outros restos mortais já haviam sido encontrados no dia 18 de julho. Dois jovens, de 17 e 14 anos, foram apreendidos por suspeita do crime.
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O saco com as partes do corpo foi localizado enquanto uma equipe da prefeitura fazia o corte da grama no entorno da lagoa. A perícia foi acionada. Segundo a Polícia Civil, a família fez o "reconhecimento preliminar informal" e a confirmação depende do laudo do Instituto Médico Legal (IML). A identificação foi feita por meio de vestimentas da vítima.
"No local também foram localizados e apreendidos instrumentos que possivelmente foram utilizados na prática do crime, consistentes em duas facas de cozinha e uma marreta, os quais foram devidamente recolhidos e submetidos à análise pericial", diz o texto da nota da Polícia Civil, enviada nesta sexta-feira (25).
Nicolly Fernanda Pogere foi esfaqueada e esquartejada em um crime com "requintes de crueldade" e "violência extrema", de acordo com a Polícia Civil.
Um dos suspeitos apreendidos pela morte de Nicolly é um adolescente de 17 anos, namorado da vítima. Já a menina de 14 anos, também apreendida, mantinha um relacionamento com o jovem. Eles foram apreendidos no domingo (20), no Paraná.
Delegado titular do 2º Distrito Policial de Hortolândia e responsável pela investigação, José Regino Melo Lages Filho afirmou que os suspeitos disseram que Nicolly os atacou com uma faca e, para evitar a agressão, eles reagiram e mataram a adolescente. Para o delegado, Nicolly foi atraída até a casa do namorado.
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Como o corpo foi encontrado
Um cão farejador da Guarda Municipal de Hortolândia encontrou o tronco de Nicolly enquanto as equipes faziam buscas pela vítima em um lago, no bairro Jardim Amanda I.
"O avô da menina trouxe algumas roupas dela e os profissionais do canil fizeram o reconhecimento do faro com o cachorro Thor. Foram para o local e fizeram um trabalho de praticamente 3 horas e meia, que culminou em encontrarem o corpo dessa menina", disse o secretário de Segurança Pública de Hortolândia, Joldemar Nunes Corrêa.
A Polícia Civil informou que a menina foi esquartejada. O corpo estava enrolado em dois lençóis e em uma lona azul, parte dele dentro da água. Ainda segundo a polícia, o casal de adolescentes usou um carrinho de mão para levar o corpo até a lagoa.
O pai do namorado de Nicolly, que não estava em casa no momento do crime, reconheceu os lençóis e a lona como dele. O adolescente morava com o pai, já que a mãe está presa por um crime que não foi informado.
O corpo tinha muitas perfurações de faca, além da inscrição das iniciais do PCC. No interior dos lençóis, foram encontradas pedras usadas para manter o corpo submerso na lagoa, caracterizando esforço de ocultação do cadáver.
Segundo Lajes Filho, os dois adolescentes suspeitos afirmaram que deram apenas uma facada nas costas de Nicolly, mas o encontro do corpo desmente a versão deles.
"Eles não demonstram arrependimento, mas falam sim que não era isso que eles queriam e quando perceberam o que tinha feito resolveram fugir para não sofrer as consequências", explicou.
Nicolly Fernanda Pogere, 15 anos.
Arquivo pessoal
O que disseram os suspeitos, segundo o delegado
Os adolescentes de 17 e 14 anos que confessaram o assassinato da jovem Nicolly Fernanda Pogere, de 15 anos, alegaram legítima defesa, segundo a Polícia Civil. O delegado que investiga o caso, José Regino Melo Lages Filho, informou, no entanto, que há indícios de que o assassinato foi premeditado pelos dois suspeitos, que estão apreendidos e tiveram internação provisória decretada.
"As versões deles são diferentes para essa suposta legítima defesa. Nunca tinha visto nem adulto fazer isso, ainda mais adolescentes", disse o delegado.
"Eles informam que o crime foi porque a vítima foi à casa do adolescente porque tinha um relacionamento anterior com ele, não aceitava o fim, flagrou os dois tendo um relacionamento, ficou com ciúme e quis agredir os dois. Eles dizem que ela pegou uma faca e eles, para se defender, acabaram esfaqueando ela", informou o delegado.
"Inicialmente eles disseram que não tinham a intenção de assassinar a adolescente, mas quando perceberam o que tinha acontecido, eles tiveram a ideia de esconder o corpo e, para isso, eles esquartejaram o corpo", completou o delegado.
'Pior dor que uma mãe pode passar'
O crime chocou familiares e amigos da vítima e surpreendeu a própria polícia. Segundo a investigação, os suspeitos chegaram a escrever a sigla da facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) no corpo da adolescente para disfarçar a autoria e a real motivação. O caso é investigado como feminicídio.
"A pior dor que uma mãe pode passar. Luto eterno! Você será amada e lembrada para sempre meu amor, minha princesa, minha riqueza, meu tudo. Justiça seja feita para esses monstros e todos que acobertaram. Nada vai te trazer para a mamãe de volta, mas vamos lutar por justiça", escreveu Priscila Magrin, mãe de Nicolly, em uma postagem no Facebook.
Viagem e desaparecimento
Segundo o padrasto de Nicolly, Felipe Espanha, a jovem e o suspeito se conheciam desde a infância e estudaram juntos até a família da jovem se mudar para Mococa (SP). Eles começaram um relacionamento à distância e, no dia 29 de junho, ela foi a Hortolândia visitar o avô e encontrar o namorado.
O padrasto ainda afirmou que ela ficou alguns dias na casa do suspeito e voltaria para a casa do avô no dia 14 de julho. A família, porém, não conseguiu contato com Nicolly.
A família de Nicolly chegou a ligar para o namorado, mas o adolescente afirmou que eles haviam terminado o relacionamento no dia 12 de julho. A partir daí, a jovem desapareceu.
O avô registrou Boletim de Ocorrência relatando o desaparecimento de Nicolly na delegacia de Hortolândia, o que motivou o início da investigação.
Apreensão dos adolescentes
Os dois adolescentes estavam escondidos na casa da avó do garoto, em Cornélio Procópio (PR), e foram encontrados e apreendidos no domingo (20). Segundo o delegado, eles afirmaram que fugiram com medo de não serem encontrados pela polícia.
Os dois suspeitos tiveram internação provisória decretada e foram encaminhados para a Fundação Casa Andorinhas, em Campinas (SP). Agora, a Polícia Civil vai investigar se os adolescentes tiveram ajuda na fuga e se a avó do jovem sabia do crime quando abrigou os dois.
"Eles disseram que a avó não sabia e apenas relataram para elas que tinham sido expulsos de casa. Eles vão responder por ato infracional, e o prazo da internação é de 45 dias. Depois, o promotor da vara da infância avalia se prorroga", afirmou José Regino Melo Lages Filho.
Caso Nicolly: adolescentes confessam crime e têm internação provisória decretada
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Reprodução/Facebook
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O saco com as partes do corpo foi localizado enquanto uma equipe da prefeitura fazia o corte da grama no entorno da lagoa. A perícia foi acionada. Segundo a Polícia Civil, a família fez o "reconhecimento preliminar informal" e a confirmação depende do laudo do Instituto Médico Legal (IML). A identificação foi feita por meio de vestimentas da vítima.
"No local também foram localizados e apreendidos instrumentos que possivelmente foram utilizados na prática do crime, consistentes em duas facas de cozinha e uma marreta, os quais foram devidamente recolhidos e submetidos à análise pericial", diz o texto da nota da Polícia Civil, enviada nesta sexta-feira (25).
Nicolly Fernanda Pogere foi esfaqueada e esquartejada em um crime com "requintes de crueldade" e "violência extrema", de acordo com a Polícia Civil.
Um dos suspeitos apreendidos pela morte de Nicolly é um adolescente de 17 anos, namorado da vítima. Já a menina de 14 anos, também apreendida, mantinha um relacionamento com o jovem. Eles foram apreendidos no domingo (20), no Paraná.
Delegado titular do 2º Distrito Policial de Hortolândia e responsável pela investigação, José Regino Melo Lages Filho afirmou que os suspeitos disseram que Nicolly os atacou com uma faca e, para evitar a agressão, eles reagiram e mataram a adolescente. Para o delegado, Nicolly foi atraída até a casa do namorado.
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Mãe de adolescente assassinada no interior de SP pede justiça
Como o corpo foi encontrado
Um cão farejador da Guarda Municipal de Hortolândia encontrou o tronco de Nicolly enquanto as equipes faziam buscas pela vítima em um lago, no bairro Jardim Amanda I.
"O avô da menina trouxe algumas roupas dela e os profissionais do canil fizeram o reconhecimento do faro com o cachorro Thor. Foram para o local e fizeram um trabalho de praticamente 3 horas e meia, que culminou em encontrarem o corpo dessa menina", disse o secretário de Segurança Pública de Hortolândia, Joldemar Nunes Corrêa.
A Polícia Civil informou que a menina foi esquartejada. O corpo estava enrolado em dois lençóis e em uma lona azul, parte dele dentro da água. Ainda segundo a polícia, o casal de adolescentes usou um carrinho de mão para levar o corpo até a lagoa.
O pai do namorado de Nicolly, que não estava em casa no momento do crime, reconheceu os lençóis e a lona como dele. O adolescente morava com o pai, já que a mãe está presa por um crime que não foi informado.
O corpo tinha muitas perfurações de faca, além da inscrição das iniciais do PCC. No interior dos lençóis, foram encontradas pedras usadas para manter o corpo submerso na lagoa, caracterizando esforço de ocultação do cadáver.
Segundo Lajes Filho, os dois adolescentes suspeitos afirmaram que deram apenas uma facada nas costas de Nicolly, mas o encontro do corpo desmente a versão deles.
"Eles não demonstram arrependimento, mas falam sim que não era isso que eles queriam e quando perceberam o que tinha feito resolveram fugir para não sofrer as consequências", explicou.
Nicolly Fernanda Pogere, 15 anos.
Arquivo pessoal
O que disseram os suspeitos, segundo o delegado
Os adolescentes de 17 e 14 anos que confessaram o assassinato da jovem Nicolly Fernanda Pogere, de 15 anos, alegaram legítima defesa, segundo a Polícia Civil. O delegado que investiga o caso, José Regino Melo Lages Filho, informou, no entanto, que há indícios de que o assassinato foi premeditado pelos dois suspeitos, que estão apreendidos e tiveram internação provisória decretada.
"As versões deles são diferentes para essa suposta legítima defesa. Nunca tinha visto nem adulto fazer isso, ainda mais adolescentes", disse o delegado.
"Eles informam que o crime foi porque a vítima foi à casa do adolescente porque tinha um relacionamento anterior com ele, não aceitava o fim, flagrou os dois tendo um relacionamento, ficou com ciúme e quis agredir os dois. Eles dizem que ela pegou uma faca e eles, para se defender, acabaram esfaqueando ela", informou o delegado.
"Inicialmente eles disseram que não tinham a intenção de assassinar a adolescente, mas quando perceberam o que tinha acontecido, eles tiveram a ideia de esconder o corpo e, para isso, eles esquartejaram o corpo", completou o delegado.
'Pior dor que uma mãe pode passar'
O crime chocou familiares e amigos da vítima e surpreendeu a própria polícia. Segundo a investigação, os suspeitos chegaram a escrever a sigla da facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) no corpo da adolescente para disfarçar a autoria e a real motivação. O caso é investigado como feminicídio.
"A pior dor que uma mãe pode passar. Luto eterno! Você será amada e lembrada para sempre meu amor, minha princesa, minha riqueza, meu tudo. Justiça seja feita para esses monstros e todos que acobertaram. Nada vai te trazer para a mamãe de volta, mas vamos lutar por justiça", escreveu Priscila Magrin, mãe de Nicolly, em uma postagem no Facebook.
Viagem e desaparecimento
Segundo o padrasto de Nicolly, Felipe Espanha, a jovem e o suspeito se conheciam desde a infância e estudaram juntos até a família da jovem se mudar para Mococa (SP). Eles começaram um relacionamento à distância e, no dia 29 de junho, ela foi a Hortolândia visitar o avô e encontrar o namorado.
O padrasto ainda afirmou que ela ficou alguns dias na casa do suspeito e voltaria para a casa do avô no dia 14 de julho. A família, porém, não conseguiu contato com Nicolly.
A família de Nicolly chegou a ligar para o namorado, mas o adolescente afirmou que eles haviam terminado o relacionamento no dia 12 de julho. A partir daí, a jovem desapareceu.
O avô registrou Boletim de Ocorrência relatando o desaparecimento de Nicolly na delegacia de Hortolândia, o que motivou o início da investigação.
Apreensão dos adolescentes
Os dois adolescentes estavam escondidos na casa da avó do garoto, em Cornélio Procópio (PR), e foram encontrados e apreendidos no domingo (20). Segundo o delegado, eles afirmaram que fugiram com medo de não serem encontrados pela polícia.
Os dois suspeitos tiveram internação provisória decretada e foram encaminhados para a Fundação Casa Andorinhas, em Campinas (SP). Agora, a Polícia Civil vai investigar se os adolescentes tiveram ajuda na fuga e se a avó do jovem sabia do crime quando abrigou os dois.
"Eles disseram que a avó não sabia e apenas relataram para elas que tinham sido expulsos de casa. Eles vão responder por ato infracional, e o prazo da internação é de 45 dias. Depois, o promotor da vara da infância avalia se prorroga", afirmou José Regino Melo Lages Filho.
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