TCE aponta atraso em pelo menos 70 obras do estado; hospital ainda está no esqueleto e cercado de mato

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Hospitais que começaram a ser construídos há uma década estão com as obras paradas. TCE aponta atraso em pelo menos 70 obras do estado
Uma maternidade e uma unidade de referência para pacientes com câncer, que já deveriam ter sido entregues pelo estado há anos, estão com as obras inacabadas. E elas não são as únicas. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que pelo menos 77 obras do governo estão paradas e desperdiçando dinheiro público.
O Hospital da Mulher, em São Gonçalo, é um projeto do governo estado. A construção já custou R$ 10 milhões e está parada há 12 anos.
“Tristeza né? Poderia ser um lugar bem aproveitado pra nós mulheres, que precisamos muito”, diz a promotora de vendas Vanessa Costa.
A cidade é a segunda maior do estado, e só tem uma maternidade pública, que não tem estrutura para atender casos mais graves.
Quem enfrenta gravidez de risco, por exemplo, só consegue socorro em outra cidade, como a vizinha Niterói.
“Diante de tanto discurso 'pela vida', e quem quer ter seus filhos não consegue ter de forma adequada”, fala a enfermeira Fátima dos Santos.
O hospital, no Colubandê, deveria estar funcionando desde 2015, mas continua no "esqueleto".
Mesmo parada e cercada de mato, a obra ainda custa muito caro. Primeiro, às mulheres de São Gonçalo, que não conseguem atendimento. Mas também aos cofres públicos. Só de multa e juros, o governo do estado pagou quase R$ 500 mil à empreiteira.
Obra em São Gonçalo está parada há anos
Reprodução/TV Globo
A informação está em uma planilha da Secretaria Estadual de Fazenda. O documento mostra que o governo pagou R$ 488 mil de multa e juros, além de R$ 357 mil por um serviço de demolição, que ninguém viu. Ao todo, o estado gastou R$ 848 mil só em 2022.
A deputada estadual Renata Souza (Psol) pediu ao TCE uma auditoria nos gastos da obra e levou a denúncia ao Ministério Público.
"Nesse momento, as mulheres daqui, do Colubandê, estão completamente desassistidas naquilo que seria o óbvio: um hospital onde 53% são mulheres para atender essas mulheres."
O hospital no Colubandê deveria estar funcionando desde 2015, mas continua no 'esqueleto'
Reprodução/TV Globo
Mais de 70 obas paradas
O portal do TCE indica que o estado do Rio tem 77 obras paralisadas, mas, na prática, esse número pode ser bem maior.
O Hospital da Mulher de São Gonçalo, por exemplo, é de responsabilidade da empresa pública de obras (Emop).
Mas o relatório do TCE só inclui projetos paralisados da Emop nas áreas de segurança pública e educação — nenhum relacionado à saúde.
Construção em Friburgo começou em 2015
Hospital Oncológico em Nova Friburgo ainda não foi concluído
Reprodução/TV Globo
Anunciado como um futuro centro de referência no tratamento contra o câncer no interior do estado, o Hospital Estadual de Oncologia de Nova Friburgo ainda é uma promessa longe de se concretizar.
As obras, iniciadas em 2015, enfrentaram diversas interrupções ao longo dos anos. E, além do atraso, o projeto deverá custar mais do que o previsto originalmente.
A licitação foi de R$ 45 milhões numa parceria com o governo federal. Dois anos depois de iniciada a construção, houve um acréscimo de quase R$ 4 milhões ao contrato, e o prazo de entrega passou para 2017.
As informações estão num documento da Justiça, que afirma que mesmo pagando mais caro, o estado readaptou o projeto, diminuindo o escopo, para viabilizar a conclusão das obras.
Mas até hoje isso não aconteceu. No portão, a placa diz que a obra de conclusão do hospital foi retomada em 2022, e o valor dobrou. São mais R$ 50 milhões, e o prazo de 365 dias, ou seja, 1 ano.
Mas um simples olhar da rua revela que, mesmo em 2025, a obra ainda está longe de ser concluída.
A aposentada Mariléa Spitz já teve dois casos de câncer na família e acompanhou o sofrimento de quem precisa viajar, até três vezes na semana, para fazer tratamento contra a doença a mais de 150 quilômetros de distância.
"Sair, ir pro Rio, aguardar o carro, passa um dia inteiro depois de uma quimio, muito difícil, a gente vive uma situação muito delicada."
O que diz o Governo do Rio
O governo do estado afirmou que todas as obras na área da saúde foram entregues ou estão em andamento, e que a atual gestão, de Cláudio Castro, retomou projetos que estavam parados há mais de 10 anos.
Sobre o Hospital Oncológico de Nova Friburgo, disse que a obra exigiu readaptações para atender normas sanitárias e a previsão é de inauguração até o fim do ano.
O RJ2 questionou o porquê de não ter encontrado ninguém trabalhando na construção do Hospital da Mulher, em São Gonçalo. O governo respondeu que a unidade ainda está em fase de projeto, e não deu prazo para a conclusão das obras.
O Ministério da Saúde não respondeu por que abandonou o acordo com o governo do estado para a construção do Hospital Oncológico de Nova Friburgo.
Sobre as duas obras não estarem no Painel de Obras Paradas do TCE, o órgão disse que os dados são fornecidos pelos municípios.
Uma maternidade e uma unidade de referência para pacientes com câncer, que já deveriam ter sido entregues pelo estado há anos, estão com as obras inacabadas. E elas não são as únicas. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que pelo menos 77 obras do governo estão paradas e desperdiçando dinheiro público.
O Hospital da Mulher, em São Gonçalo, é um projeto do governo estado. A construção já custou R$ 10 milhões e está parada há 12 anos.
“Tristeza né? Poderia ser um lugar bem aproveitado pra nós mulheres, que precisamos muito”, diz a promotora de vendas Vanessa Costa.
A cidade é a segunda maior do estado, e só tem uma maternidade pública, que não tem estrutura para atender casos mais graves.
Quem enfrenta gravidez de risco, por exemplo, só consegue socorro em outra cidade, como a vizinha Niterói.
“Diante de tanto discurso 'pela vida', e quem quer ter seus filhos não consegue ter de forma adequada”, fala a enfermeira Fátima dos Santos.
O hospital, no Colubandê, deveria estar funcionando desde 2015, mas continua no "esqueleto".
Mesmo parada e cercada de mato, a obra ainda custa muito caro. Primeiro, às mulheres de São Gonçalo, que não conseguem atendimento. Mas também aos cofres públicos. Só de multa e juros, o governo do estado pagou quase R$ 500 mil à empreiteira.
Obra em São Gonçalo está parada há anos
Reprodução/TV Globo
A informação está em uma planilha da Secretaria Estadual de Fazenda. O documento mostra que o governo pagou R$ 488 mil de multa e juros, além de R$ 357 mil por um serviço de demolição, que ninguém viu. Ao todo, o estado gastou R$ 848 mil só em 2022.
A deputada estadual Renata Souza (Psol) pediu ao TCE uma auditoria nos gastos da obra e levou a denúncia ao Ministério Público.
"Nesse momento, as mulheres daqui, do Colubandê, estão completamente desassistidas naquilo que seria o óbvio: um hospital onde 53% são mulheres para atender essas mulheres."
O hospital no Colubandê deveria estar funcionando desde 2015, mas continua no 'esqueleto'
Reprodução/TV Globo
Mais de 70 obas paradas
O portal do TCE indica que o estado do Rio tem 77 obras paralisadas, mas, na prática, esse número pode ser bem maior.
O Hospital da Mulher de São Gonçalo, por exemplo, é de responsabilidade da empresa pública de obras (Emop).
Mas o relatório do TCE só inclui projetos paralisados da Emop nas áreas de segurança pública e educação — nenhum relacionado à saúde.
Construção em Friburgo começou em 2015
Hospital Oncológico em Nova Friburgo ainda não foi concluído
Reprodução/TV Globo
Anunciado como um futuro centro de referência no tratamento contra o câncer no interior do estado, o Hospital Estadual de Oncologia de Nova Friburgo ainda é uma promessa longe de se concretizar.
As obras, iniciadas em 2015, enfrentaram diversas interrupções ao longo dos anos. E, além do atraso, o projeto deverá custar mais do que o previsto originalmente.
A licitação foi de R$ 45 milhões numa parceria com o governo federal. Dois anos depois de iniciada a construção, houve um acréscimo de quase R$ 4 milhões ao contrato, e o prazo de entrega passou para 2017.
As informações estão num documento da Justiça, que afirma que mesmo pagando mais caro, o estado readaptou o projeto, diminuindo o escopo, para viabilizar a conclusão das obras.
Mas até hoje isso não aconteceu. No portão, a placa diz que a obra de conclusão do hospital foi retomada em 2022, e o valor dobrou. São mais R$ 50 milhões, e o prazo de 365 dias, ou seja, 1 ano.
Mas um simples olhar da rua revela que, mesmo em 2025, a obra ainda está longe de ser concluída.
A aposentada Mariléa Spitz já teve dois casos de câncer na família e acompanhou o sofrimento de quem precisa viajar, até três vezes na semana, para fazer tratamento contra a doença a mais de 150 quilômetros de distância.
"Sair, ir pro Rio, aguardar o carro, passa um dia inteiro depois de uma quimio, muito difícil, a gente vive uma situação muito delicada."
O que diz o Governo do Rio
O governo do estado afirmou que todas as obras na área da saúde foram entregues ou estão em andamento, e que a atual gestão, de Cláudio Castro, retomou projetos que estavam parados há mais de 10 anos.
Sobre o Hospital Oncológico de Nova Friburgo, disse que a obra exigiu readaptações para atender normas sanitárias e a previsão é de inauguração até o fim do ano.
O RJ2 questionou o porquê de não ter encontrado ninguém trabalhando na construção do Hospital da Mulher, em São Gonçalo. O governo respondeu que a unidade ainda está em fase de projeto, e não deu prazo para a conclusão das obras.
O Ministério da Saúde não respondeu por que abandonou o acordo com o governo do estado para a construção do Hospital Oncológico de Nova Friburgo.
Sobre as duas obras não estarem no Painel de Obras Paradas do TCE, o órgão disse que os dados são fornecidos pelos municípios.
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